Eu sou o Gato Maltês, um toque de Espanha e algo de francês. Nascido em Portugal e adoptado inglês.
sábado, outubro 31, 2009
sexta-feira, outubro 30, 2009
O PSD e o método de eleição do novo líder
quinta-feira, outubro 29, 2009
Armando Vara e o financiamento partidário
O que não consigo entender – mesmo – é a razão pela qual o financiamento dos partidos não é livre, desde que documentado, público e escrutinável. Quando a empresa ou o particular A ou B fossem beneficiados ou prejudicados nas suas actividades seria muito fácil, consultando a lista de financiadores de cada partido, saber das razões e pedir a quem de direito os devidos esclarecimentos e explicações necessárias. Disse que não consigo entender? Minto, consigo-o muito bem: não convém nada que os cidadãos possam saber quem financia quem e em quanto e, a partir daí, estarem em posição de pedir as explicações necessárias aos eleitos pelos negócios realizados. Estaria a actual lógica subvertida...
Carvalho da Silva e o salário mínimo
Porquê só meio de acordo? Porque, ao contrário do que afirmou Carvalho da Silva ontem a uma estação de televisão, não é absolutamente inevitável, nem, a meu ver, desejável, que isso se faça à custa de menores margens de lucro das empresas, algo que parece mais baseado numa óptica justicialista do que racional. Estou certo que perante a inevitabilidade desse aumento, muitas delas (espero que a sua grande maioria) saberão encontrar numa maior racionalização dos seus processos de funcionamento e de gestão campo onde poderão compensar, até com vantagem, o aumento de custos que uma actualização do salário mínimo necessariamente acarreta. Aliás, é também este, a nível das empresas, um desafio que deve estar sempre presente e que qualquer aumento de custos torna sempre mais premente e actual. É que, não tenham dúvidas, o conservadorismo é sempre um incentivo à preguiça... De ambos: trabalhadores sindicalizados e dos tais “patrões” de Carvalho da Silva.
quarta-feira, outubro 28, 2009
terça-feira, outubro 27, 2009
Adivinha dedicada aos meus amigos "lagartos"
Sabendo que o Cardozo e o Saviola juntos marcaram metade dos golos do Benfica, quantos golos tem o Sporting marcados?
A GNR e o estado de direito democrático (uma vez mais, infelizmente)
Apenas três perguntas a propósito desta notícia, já que começo a estar um pouco farto de bradar no (quase) deserto:
- O alegado traficante disparou contra os agentes da GNR ou outros quaisquer cidadãos pondo em grave risco a integridade destes?
- O tráfico de droga, uma vez provado nos tribunais competentes, é passível de condenação à morte?
- Podem as forças policiais, num estado de direito democrático, ser elas próprias a definir e aplicar as penas?
Ficam as perguntas e, como habitualmente nestes casos, aguardo pacientemente os impropérios. Mas - que querem? - não consigo deixar de tentar fazer de Portugal um país civilizado.
Quando a esmola é grande...
segunda-feira, outubro 26, 2009
História(s) da Música Popular(145)
Sam Cooke - "Bring It On Home To Me"
"Under the Influence" - The original songs of the "British Invasion" (XXVIII)
Ora aqui está um outro caso em que o “cover” será, pelo menos aqui pelo "rectângulo" e talvez mesmo em toda a Europa, mais conhecido do que o original, embora este não seja pertença de qualquer obscuro compositor ou intérprete mas sim de Sam Cooke (1931-1964), mais conhecido pelo também seu (com Lou Adler e Herb Albert) “Wonderful World” (“Don’t know much about history”...), de 1959. Estou a falar de “Bring It On Home To Me”, um original de Cooke, de 1962 (#2 USA nos “charts” de música negra), cuja versão dos Animals (1965) chegou a #7 nas UK “singles charts”.
Convenhamos que a versão cantada por Eric Burdon - na voz, talvez o branco mais preto da Grã Bretanha – nada fica a dever e será até talvez melhor do que a de Cooke, pelo que bem merecido é o reconhecimento. Este último teria uma carreira cheia de sucessos (“You Send Me” e o já referido “Woderful World”, por exemplo), mas, confesso, em termos musicais nunca foi demasiado “cá de casa”, apesar de, em outro campo, lhe dever ser creditado ter sido activista proeminente na luta pelos direitos cívicos.
Fica a possibilidade de escolha...
A posse...
Em primeiro lugar que o quase programático discurso de Cavaco Silva apenas acentua as dificuldade daquele que, mais do que um primeiro-ministro, foi um CEO de um governo quando a política está “no posto de comando”. Por outro, ao querer deixar bem vincada a sua disponibilidade para a tal cooperação estratégica e ao assinalar que não será obstáculo à governação, naquilo que pode ser interpretado como um recuo face á sua última declaração ao país (ou à comunicação social...), o Presidente da República apenas conseguiu demonstrar urbi et orbi a fragilidade política em que essa sua última comunicação aos portugueses o deixou. Se quisermos utilizar uma expressão popular, Cavaco Silva veio “pedir batatinhas” a José Sócrates.
Em segundo lugar, José Sócrates tentou fazer aquilo que qualquer bom negociador nunca poderá deixar de fazer, mesmo numa posição de aparente (ou real) fragilidade: delimitar e acantonar-se no seu território (o programa com que se apresentou ao país) e, numa manobra tipicamente militar, tentar parecer mais forte do que aquilo que realmente é, assustando o inimigo. Essa será a sua base de negociação, e o recado serviu também para um Cavaco Silva em perda de autoridade, e será a partir dela que ameaçará com novas eleições quando tentarem forçar a sua rendição. E nessa ocasião, tal como o general McAuliffe cercado em Bastogne durante a Batalha das Ardenas sabendo que estrategicamente terá tudo a seu favor, responderá “nuts”! Nada de novo, portanto.
domingo, outubro 25, 2009
Trabalhadores das auto-estradas: que tal destruirem as máquinas?
Significa isto que os tais trabalhadores não poderão estar legitimamente preocupados com a iminência da perda dos seus postos de trabalho? Não, claro que é perfeitamente legítimo que isso os preocupe. Mas virem brandir a liberdade tarde e a más horas e apenas em função da eventual perspectiva de desemprego é, no mínimo, oportunisticamente repugnante, e, pior, culparem disso a tecnologia remete-nos para a revolução industrial, quando os trabalhadores destruíam as máquinas responsabilizando-as e ao desenvolvimento pela perda dos seus postos de trabalho. Reaccionarismo do mais primário, está bem de ver.
Poderiam até os trabalhadores das auto-estradas estar cheíssimos de razão que, com este tipo de argumentação, arriscar-se-iam sempre a perder qualquer apoio relevante. Excepto, talvez, dos oportunistas e conservadores de alguns dos sindicatos do costume, claro está.
sábado, outubro 24, 2009
Função Pública: salários e emprego para a vida
sexta-feira, outubro 23, 2009
quinta-feira, outubro 22, 2009
Uma pequena nota sobre o Real Madrid-A. C. Milan escrita aqui a lado do Santiago Bernabéu e num teclado sem "til"
Se eu disser que a equipa do Real Madrid defende mal, imediatamente se cria na nossa imaginaçao a ideia da equipa de galáticos, de jogadores tenicamente dotados mas individualistas, avessos ao trabalho defensivo. No entanto, nao é esse o caso desta equipa do Madrid, que sabe pressionar à frente e tem quem faça o chamado trabalho de conquista da bola a meio-campo. Entao porque sofre o Madrid tantos golos, como ainda ontem sofreu quatro dos quais só valeram três vá lá saber-se porquê?
Bom, o problema da equipa sao as suas transiçoes defensivas, efectuadas com demasiada lentidao e com os jogadores a parecerem como que confundidos quanto às posiçoes que devem ocupar no campo quando a equipa perde a bola. É pois uma questao da mecânica colectiva da equipa nas suas acçoes defensivas, nesse momento do jogo, e nao se deve a quaisquer desiquilíbrios na sua composiçao ou a alguma falta de vocaçao ou qualidade defensiva dos seus elementos.
Ontem, por exemplo, isso ficou bem patente nos dois golos de Alexandre Pato, se bem que, em um deles, o frango de Casillas também tenha dado uma ajuda. Mas o facto é que Pato aparece já naquela posiçao privilegiada em virtude de um erro defensivo colectivo da equipa na sua transiçao, colocando o seu guarda-redes em dificuldade extrema.
Por muito que doa aos portugueses, nao foi, portanto, Cristiano que fez falta, mas treino específico nesta vertente – as transiçoes defensivas - do jogo.
quarta-feira, outubro 21, 2009
A educação e o próximo governo minoritário
Se colocarmos de lado questões demasiado controversas e radicais como as do cheque-ensino e a da total liberdade de escolha da escola pelos alunos e respectivos pais, penso que, também entre os dois partidos (PS e CDS), assuntos como uma maior autonomia das escolas na escolha dos seus docentes, fim das nomeações por eleição, maior disciplina na escola e, até, a abertura a uma certa diferenciação salarial consoante os problemas específicos de cada estabelecimento de ensino, poderão não andar muito longe de razoável consenso, o que, com o PSD actual sem vida para estas coisas, deixaria o apoio da Fenprof entregue apenas a PCP e “Bloco”. Realidade ou wishful thinking? Não sei, mas não ficaria surpreendido se o principal obstáculo viesse de algumas áreas do próprio PS. Estou curioso...
O Colégio Militar
Não me parece que estes últimos acontecimentos constituam algo de novo. Antes pelo contrário: penso que, em maior ou menor grau, assumindo maior ou menor gravidade, eles terão constituído, ao longo dos anos, prática relativamente comum e tolerada na instituição. O que terá mudado , isso sim, é a sua percepção e avaliação pela sociedade, fruto do distanciamento crescente entre os valores e práticas socialmente dominantes e toleráveis e aquelas inerentes a este tipo de instituições militarizadas de ensino para crianças e adolescentes. Hoje em dia, não só o castigo físico é cada vez menos socialmente admitido, sendo mesmo, genericamente - e bem - considerado condenável, como alguma tendência para valorização do indivíduo em detrimento do grupo, o fim da segregação de género ou de orientação sexual, o crescente domínio da sensibilidade e da inteligência sobre a força bruta, a disseminação dos valores pacifistas e o modo diferente como se olha a educação de crianças e jovens e a valorização destes, nessa mesma sociedade, tornam dificilmente toleráveis, aos olhos desta, a manutenção de “ilhas” onde se admita a existência dominante de outros valores, principalmente se considerados como um resquício de um passado condenável, colocando essas instituições sobre cerrado escrutínio público, mais ainda quando financiadas em grande parte pelos impostos de todos. Acresce que, fruto da evolução das ideias a que a diminuição da estratificação social e a globalização, com a relativização da noção de “pátria”, não são alheias, a instituição militar viu grandemente diminuído o seu prestígio nos últimos anos, o que se tem também reflectido no downgrade da origem social maioritária dos alunos do Colégio Militar, concedendo menor poder à instituição e, logo, menor capacidade de conter intra-muros casos como os que agora são relatados.
Aquilo sobre o qual a sociedade deve reflectir, aproveitando este caso, é, pois, em que medida faz sentido, no século XXI, a continuidade de instituições como o Colégio Militar (peço desculpa aos meus amigos e familiares que por lá andaram), pelo menos com as suas características actuais. Dado o peso da instituição, da corporação que representa e do fortíssimo lobby a que está associada, tenho poucas ou nenhumas esperanças. É pena que assim seja.
terça-feira, outubro 20, 2009
Luís Freitas Lobo e a candidatura ibérica
Passemos por cima de anti-castelhanismo de que, pelos vistos, ainda parece padecer uma boa parte da elite portuguesa (Luís Freitas Lobo é licenciado em direito, o que o torna membro de uma elite instruída). Passemos também por cima do facto de, se essa candidatura algo de positivo pode trazer consigo, uma das principais razões estratégicas na sua base ser o aumento da cooperação e interligação ibéricas, a nível político, desportivo e outros (a Liga Ibérica não pode deixar de ser um objectivo estratégico para a sobrevivência do futebol português). Passemos também por cima do facto da a FIFA (a quem parece restar a gota de bom senso que por cá escasseia) muito dificilmente conceder a organização de um Mundial a um país com a dimensão de Portugal. Mas já não é possível passar por cima e deixar de perguntar a Luís Freitas Lobo o seguinte: se cinco dos estádios construídos para o Euro 2004 não servem para absolutamente nada (fala-se até em implodir de um deles), um sexto poderia ter sido construído por 1/3 do preço (ou menos...) se servisse apenas para assistir a um jogo de futebol com conforto em vez de ser “obra de regime” autárquico e nenhum desses serve, tal como está e sem grandes investimentos, para um campeonato do mundo, pretende LFL investir mais uns milhões em estádios que para nada mais servirão no futuro excepto para sorver o dinheiro dos contribuintes?
Claro que LFL parece ter a solução, opinando que os estádios municipais construídos para o Euro 2004 deveriam deixar de ser geridos pelas autarquias passando para as mãos dessa entidade abstracta a que chama “os homens do futebol” (Valentim Loureiro, por exemplo?), que, segundo ele, os rentabilizariam. Como conseguir tal milagre – que de milagre se trata - LFL não explica. Tal como nada explicam os presidentes de câmara de Faro e Loulé que reagiram ao afastamento do seu estádio (onde o Olhanense, ali a dois passos, não quer jogar e deveriam começar por aí) da candidatura ibérica como duas virgens ofendidas. No meio desta comédia, valha-nos Carlos Encarnação, que nem sequer quer ouvir falar em tal coisa e lá vai, passando das palavras aos actos, arranjando maneira de levar para o estádio de Coimbra uns bons concertos “rock”, já que só com a AAC não se governa. Estará mesmo (quase) tudo doido?
segunda-feira, outubro 19, 2009
19 de Outubro de 1921: a "Noite Sangrenta"
Sim, eu sei que na passada 6ª feira a RTP Memória dedicou ao assunto o seu programa “Pontos nos Is”. Mas não só a qualidade do programa deixou mtº a desejar como a audiência do canal é demasiado exígua. Perde-se, pois, mais uma oportunidade, espero que não em nome de uma qualquer reincidente peixeirada. Pelo sim, pelo não, aqui e aqui fica alguma coisa para os interessados, que espero sejam alguns.
De uma tal de Maitê ao "play-off", ou a velha mentalidade de província...
Não, não estou a falar da fase final de um europeu ou mundial, de ter de defrontar selecções que lhe são tradicionalmente superiores ou da sua igualha, como o são a Espanha, a França, a Alemanha, a Itália ou, até mesmo, a Inglaterra, a Holanda ou Grécia de má memória, ocasião em que eu até poderia compreender e gostar de ouvir tal coisa. Mas de um “play-off” que Portugal (actual 10º classificado do ranking da FIFA) teria toda a obrigação de ter evitado e onde poderia encontrar equipas como a Ucrânia (22ª - vá lá...) bem como essas “grandes potências” do futebol europeu como o são a República da Irlanda (34ª), a Eslovénia (49ª) e esse protectorado da comunidade internacional que dá pelo nome de Bósnia-Herzegovina (42ª), cujo melhor jogador (indiscutivelmente um excelente jogador - Dzeko) joga no Wolfsburg. Sim, eu sei que é campeão da Alemanha, mas três dos habituais titulares da equipa portuguesa jogam no Chelsea (e habitualmente jogam mesmo), dois no Real Madrid (um deles foi no ano passado “Bola de Ouro” da FIFA) e um na Juventus, não falando de um habitual suplente utilizado do Man. United. Convenhamos que perfaz mais de ½ equipa, o que faz a sua diferença.
Estou a ser um “chato” e o meu particular mau feitio hoje especialmente activo? Nem tanto assim... É que este é o tipo de mentalidade provinciana e tacanha, pequenina, que em nada contribui para que Portugal saia de alguma apagada e vil tristeza em que anda mergulhado. Sinceramente, quem eu acho que teria todas as razões para estar “à rasca” a pensar que a selecção portuguesa lhes poderia calhar na rifa seriam a Bósnia, a nossa simpática comunidade imigrante ucrâniana, e até a “beata” Irlanda. Mas aposto que nem o estariam tanto assim, e que os nossos amigos bósnios, apesar das suas preocupações de outra índole, até estarão todos orgulhosos de pensar que vão jogar contra quase duas mãos cheias de “craques” perante um Estádio da Luz a abarrotar. Sabem? Uma questão de mentalidade...
domingo, outubro 18, 2009
Os 100 anos do Liceu Camões e o reitor Joaquim Sérvulo Correia
Poderá argumentar-se que este era o “caldo de cultura” de então, e que, de um ou outro modo, o ambiente em outros Liceus de Lisboa não seria muito diferente. Não é verdade! Frequentei posteriormente o Liceu D. João de Castro, durante algum tempo dirigido por José Hermano Saraiva, o mesmo que foi ministro da ditadura durante a crise académica de 1969, e o contraste não poderia ser mais evidente, o que prova que, mesmo em circunstâncias idênticas e difíceis, as pessoas podem fazer a diferença mesmo quando provêm de áreas políticas idênticas. O D. João de Castro era, por contraste com o Camões, um espaço de pedagogia e liberdade (a liberdade possível à luz dos valores e restrições da época, claro) que desenvolvia e potenciava as capacidades dos seus alunos, que os responsabilizava pelos seus actos e onde estes, na sua maioria, se sentiam bem e integrados, se sentiam parte de um projecto colectivo que não sufocava a expressão da sua individualidade. Recordo isso com gratidão.
O Liceu Camões comemorou os primeiros 100 anos da sua existência. Como disse, terá certamente muitos motivos dos quais se pode orgulhar. Outros, como tentei explicar, nem tanto assim. A mim e a muitos outros da minha geração (a dos "baby boomers" do pós guerra), deve desculpas pelo modo como nos tratou, não sabendo compreender os novos valores emergentes de uma geração de mudança. Gostaria de sobre isso ter ouvido ou lido uma palavra que fosse, um assumir de erros, o reconhecimento de que terão sido tempos infelizes e difíceis, e não o apagar de um passado. Ingenuidade minha...
sábado, outubro 17, 2009
sexta-feira, outubro 16, 2009
História(s) da Música Popular (144)
Entretanto, os londrinos Manfred Mann (um dos meus grupos favoritos da “British Invasion” e talvez aquele que melhor conjugou o Rhythm n’ Blues inicial com a “pop” e uma certa sátira social), já na fase de Michael D’Abo que substituíra Paul Jones que seguira uma carreira a solo (“High Time” e “I’ve Been a Bad Bad Boy”) como vocalista, gravaram o tema em 1968, mudaram-lhe o nome (passou a “The Mighty Quinn”) e fizeram dele #1 no UK durante duas semanas.
Tudo isto e mais algumas vicissitudes na edição do original de Dylan fazem de “The Mighty Quinn” [aparentemente inspirado na personagem de Anthony Quinn em “The Savage Innocents” (em português, “Sombras Brancas”) de Nicholas Ray – mas nem isso é claro] bem mais um tema de Manfred Mann do que do próprio Dylan.
Um outro original de Dylan seria também bem sucedido na interpretação de Manfred Mann (#10 em 1966), mas, neste caso, já não se poderá dizer que o seu êxito ultrapassou o original. Falo, claro está, de “Just Like A Woman”, incluído naquele que é, para mim, o melhor álbum de Dylan e um dos melhores de sempre da música popular: “Blonde On Blonde (1966).
quinta-feira, outubro 15, 2009
José Sócrates: "presidente de todos os portugueses"
O comentador Ribeiro Cristovão e os brasileiros
Também pensava que, pelo menos – e num outro campo -, seria talvez necessário perceber um pouco da gestão desportiva e financeira da indústria e dos clubes, da sua análise, dos seus problemas e do mercado em que se move. Também aqui o comentador Ribeiro Cristovão veio provar o contrário.
No mínimo, imaginava eu, na minha santa ignorância confundida talvez com ingenuidade, seria indispensável ter uma ideia sobre a “petite politique” da bola indígena, as suas teorias da conspiração, tal como acontece com aquele divertido comentador que pensa que está bem vestido e que com as suas elucubrações nos diverte aos domingos à noite até o sono chegar (e que, graças a ele, chega rapidamente, diga-se!). Uma vez mais, o comentador Ribeiro Cristovão, talvez por não se julgar o Beau Brummel e não ter caracóis no cabelo, prova à evidência que não.
Por último, pensava que talvez ajudasse ser porta-voz de um qualquer dono, competindo-lhe veicular através dos “media”, de forma mais ou menos inteligente (o comentador Bruno Prata tem nisso algum mérito), os interesses desse alguém, seja pessoa ou instituição que tantas vezes se confundem. Também me parece não ser o caso do comentador Ribeiro Cristovão, honra lhe seja feita.
Mas assim sendo, talvez não fosse mau que o comentador Ribeiro Cristovão se limitasse a debitar a meia-dúzia de banalidades e lugares comuns (diga-se que de forma educada, o que não deixa de ter o seu mérito) a que nos habituou, já que, com a tradicional boa vontade e bonomia dos portugueses, poderíamos considerar não vir daí grande ou pequeno mal ao mundo: mudava-se de canal e o assunto estaria resolvido. Mas não! Ontem, na SIC N, o comentador Ribeiro Cristovão resolveu asneirar e falar nos “brasileiros da selecção nacional”. Convém que alguém explique ao comentador Ribeiro Cristovão que na selecção portuguesa de futebol não joga nenhum brasileiro, mas apenas cidadãos portugueses, de facto e de direito, com todos os direitos e deveres de quaisquer outros excepto o de se candidatarem à Presidência da República, único caso em que se exige terem tido sempre a nacionalidade portuguesa. Se, por acaso, o comentador Ribeiro Cristovão quiser particularizar, pode falar de jogadores naturalizados ou que - convém lembrar -, tal como os atletas Nélson Évora ou Naide Gomes, não tenham tido sempre a nacionalidade portuguesa. Pode mesmo falar de jogadores com dupla nacionalidade (provavelmente, haverá muitos mais do que ele pensa), dizer, com toda a liberdade, que não os quer na selecção, mas nunca referir-se a brasileiros. Até porque o comentador Ribeiro Cristovão não é aquela actriz brasileira giraça que disse umas graças sobre os únicos portugueses que ela conheceu (azar o dela, claro!). Assistem ao comentador Ribeiro Cristovão responsabilidades acrescidas, pois, se bem me lembro, foi em devido tempo deputado da nação, a mesma nação que é reconhecida internacionalmente por bem saber integrar os seus imigrantes e cujo parlamento aprovou as leis da nacionalidade . Ah!, mas agora me lembro: talvez seja por isso mesmo – por ter sido deputado da nação – que Ribeiro Cristovão é comentador da SIC N. Esta minha cabeça...
quarta-feira, outubro 14, 2009
O terrível dilema do SCP de J. E. Bettencourt
Resta saber como vai JEB, perante uma nova realidade e “partindo da última linha da grelha”, resolver o problema sem esperar pelos eventuais erros cometidos pelo SLB ou pelo FCP. Investir, endividando-se, com todos os riscos daí inerentes (há lugar para 3 grandes em Portugal?), para lutar contra eles, ou desinvestir arriscando a “belenensização”? Eu, benfiquista, não lhe queria estar na “pele”, mas se alguém deveria ansiar pela integração da liga portuguesa numa liga ibérica, esse alguém deveria ser, acima de todos os outros, o SCP de JEB.
O governo minoritário e o fim do "efeito de tenaz"
A partir do momento em que, pela sua essência, o futuro governo minoritário se verá obrigado a negociar as suas políticas, ora à esquerda ora à direita consoante os casos, esse “efeito de tenaz” tenderá a diminuir ou até mesmo a ser eliminado, o que não deixa de ser uma boa notícia para quem tem da sociedade uma visão reformadora. Se essa sua essência minoritária, por um lado, pode fragilizar o futuro governo, a necessidade de negociar apoios pode, por outro lado, fortalecê-lo na aplicação das suas decisões, principalmente quando se tratar de enfrentar a “rua”.
terça-feira, outubro 13, 2009
"Isto anda tudo ligado"...
"Cameron's recent attacks on big government make him the only leader in the Western world who believes the reckless activity of banks was the consequence of too much government rather than too little."
"This is not a rotten parliament, but it is a mediocre one, as was the parliament that preceded it and the one before that."
"In both the Conservative and Labour parties the selections of candidates are more democratic than they used to be. Yet the change has often benefited mediocre local figures at the expense of more talented ones."
Circo e animais: uma decisão que honra o país
Mais ainda, ao ouvir e ler os que defendem a continuação de tal espectáculo degradante baseados no facto de que há coisas mais importantes em que pensar ou nos postos de trabalho que, eventualmente, estarão em causa, pergunto-me se, a seguir tal raciocínio, ainda teríamos exibições de “freaks” nos circos e feiras e crianças a trabalhar doze ou dezasseis horas por dia nas fábricas e minas da revolução industrial.
Se há dias (tão poucos...) em que nos podemos sentir orgulhosos do país em que nascemos e vivemos, este é seguramente um deles.
Tango aus Berlin (4)
Jornalistas...
segunda-feira, outubro 12, 2009
Dos "slogans" e "palavras de ordem"
Notas sobre as eleições autárquicas
- O que estava verdadeiramente em causa nestas eleições, a nível nacional, não era quem tinha mais votos, mais câmaras ou mais mandatos. O que estava em causa era um resultado que permitisse ao PSD reforçar o seu poder face a um fragilizado futuro governo minoritário PS, nas batalhas parlamentares que se avizinham, e credibilizar a sua actual equipa dirigente, interna e externamente, depois da derrota das legislativas. Para isso teria necessitado de um resultado em número de câmaras semelhante ao de 2005, salpicado por uma ou outra conquista local significativa (ganhar Lisboa não tendo perdido Leiria, por exemplo, e mantendo a vitória em Faro). Nada disso aconteceu e o PS obteve mesmo um bom resultado. Assim, o PSD e a sua actual equipa dirigente saem ainda mais fragilizados da contenda.
- Já aqui falei, a propósito dos candidatos com problemas com a justiça (felizmente, Felgueiras e Ferreira Torres perderam!), sobre a lição que os entusiastas dos círculos uninominais podiam e deviam tirar das eleições autárquicas. Ontem, à medida que iam sendo eleitos os presidentes de câmara e verificando eu o racional que tantas vezes estaria por detrás da sua eleição, reforcei as minhas convicções. A adopção de círculos uninominais num país como Portugal, que não é o Reino Unido nem tem de tal coisa tradição, apenas iria contribuir para a transformação dos partidos e da Assembleia da República numa nebulosa rede de interesses pessoais, locais e regionais, para um aumento exponencial da demagogia e populismo eleitorais e, pior, para a migração de candidatos entre partidos por motivos e através de práticas pouco recomendáveis. Digo mais: representando os deputados a “Nação” e não tendo a sua maioria qualquer ligação efectiva ao círculo pelo qual são eleitos, não me parece existir uma razão de peso para que as eleições legislativas não se façam na base de um único círculo nacional, podendo, ou não (ver-se-ia), os eleitores riscarem os nomes com os quais não concordassem.
- Em muitos casos, a actual divisão administrativa do território (concelhos e freguesias), que me parece vir da reforma de Passos Manuel, no século XIX, não faz qualquer sentido. Já falei sobre o caso de Lisboa, dividida em 53 freguesias, umas que não vão além dos 300 ou 500 eleitores e outras com dezenas de milhar, o que impede qualquer gestão racional do concelho. Por outro lado, e aqui á volta de Lisboa, existem também concelhos que, hoje em dia, deveriam ser desagregados, enquanto outros, na província, deveriam sofrer tratamento inverso. Claro que existem demasiados interesses em jogo e, por isso, ninguém mexerá uma “palha”. Perdemos todos.
- O “Bloco”! Pois, o “Bloco”. Para além de ter chegado tarde a estas vidas, paga o preço do modo como nasceu e se fez gente: do partido de “protesto”, do contra-poder, de quem se preocupa com coisas tão pouco tangíveis tais como a ideologia, o equlíbrio ecológico e ambiental, o ordenamento do território, a igualdade de género; enquanto a nível das autarquias predomina a “obra feita” do “multiusos”, da piscina, da rotunda, das “novas centralidades”. São lógicas que não se interligam nem sequer se chegam a tocar. Talvez no futuro, quando necessariamente, por esgotamento do actual modelo autárquico herdado dos anos 80, a lógica mudar. Mas, para além disso, que esperava o “Bloco” em Lisboa?, onde não apresentou (ou não conseguiu passar) qualquer proposta diferenciada, onde a CDU tinha um bom candidato e Luís Fazenda tem o carisma de uma amiba e a imagem de um Flinstone!? Não sou pitonisa, mas tinha-o previsto.
- O PSD tornou-se um partido essencialmente autárquico? Qual é a surpresa? Os standards actuais foram lançado pelo cavaquismo, quando uma elite politicamente culta e cosmopolita (Sá Carneiro, Pinto Balsemão e alguns outros) foi substituída por gente politicamente inculta e com uma visão provinciana do país e do mundo. Pior, por um grupo de “fazedores” que apresentavam um certo “nojo” à política como seu cartão de visita. Os fundos da então CEE ajudaram a cimentar o partido nessa base e é esse modelo, muito perto do que é a ideia de autarquia em Portugal, que continua a perdurar no partido.
domingo, outubro 11, 2009
sábado, outubro 10, 2009
O Mundo em Guerra (51)
An SS recruiting poster used in the Netherlands: "For your honor and conscience! Against Bolshevism. The Waffen-SS calls you!"
sexta-feira, outubro 09, 2009
Um Nobel contra alguém
quinta-feira, outubro 08, 2009
História(s) da Música Popular (143)
Pois esse tal Larry Williams (New Orleans, 1935-1980) é um dos nomes mais importantes – e, como tal, incontornáveis – na música negra americana pré “British Invasion”, companheiro do mais conhecido Little Richard, de quem era amigo, na célebre Specialty Records. Os seus maiores sucessos terão sido “Short Fat Fannie” (1957) e “Bony Moronie” (no ano seguinte), este último vendendo mais de um milhão de cópias (atenção: estávamos nos anos 50, em plena época segregacionista até na música). Consta que levava devassa vida e conhecido era como “gigolo” e, provavelmente, isso lhe terá causado a morte em 1980, assassinado com um tiro na cabeça. As versões dos Beatles, e também o “cover” dos Stones do seu original “She Said Yeah”, são, pois, mais do que justas homenagens. Aliás, diz-se que os Beatles terão gravado “Dizzy Miss Lizzy” e “Bad Boy” a 10 de Maio (1965), dia de aniversário de Larry.
Pois ficam os originais de Larry Williams para “Slowdown” e “Dizzy Miss Lizzy” e, um pouco para lembrar aos mais distraídos as origens do grupo de Liverpool, a sua excelente versão de “Bad Boy”. Talvez estes não sejam os “melhores” Beatles, mas serão certamente aqueles que cada vez gosto mais de ouvir. “Rock n’Roller Beatles, pois claro!
Da "linha justa" ou o PSD (m-l)
Depois da lógica “purgatória” que presidiu à composição das listas eleitorais (apesar de tudo, algo ainda compreensível) e da argumentação explicativa vinda dos comentadores ligados ao PSD e a Belém sobre o caso Fernando Lima, ambas a fazer lembrar velhas práticas e análises justificativas semelhantes sobre a actuação do comité Central do PCUS ou do PCC nos tempos de antanho, começam a ser muitas coincidências. Demasiadas, não é assim José Pacheco Pereira?
A candidata Elisa fugiu-lhe a boca para a verdade!
quarta-feira, outubro 07, 2009
3 "posts" 3 ao correr do teclado - 3º: as eleições autárquicas e os círculos uninominais
Eu, por mim, face a este estilo de “aproximação”, “passo” e, em função do que vejo, prefiro continuar a sentir-me longe dos eleitos... Nada de promiscuidades, se não se importam...
3 "posts" 3 ao correr do teclado - 2º: o futuro do PSD
Claro que o que aqui descrevi não é mais do que um “modelo”, como tal teórico, e todos sabemos que, na prática, qualquer projecto se exprime também na opção por uma ou outra candidatura, “fulanizando-a”. Mas, de caminho, tal vez não fosse mau para o PSD disponibilizar alguns meios financeiros para auscultar o mercado (e não apenas as suas bases e militantes) e saber o que esperam do partido os cidadãos que já alguma vez, pelo menos nos tempos recentes, votaram PSD, ou possam ser potenciais eleitores do partido enquanto recém-chegados ao mercado eleitoral. Pode tudo isto e o modo como é descrito parecer demasiado cru... Mas - pergunta - tem o PSD melhor solução ou quer continuar a deitar-se a adivinhar?
3 "posts" 3 ao correr do teclado - 1º: o SCP e o seu "modelo de negócio"
O problema do SCP não se chama Paulo Bento, como também não se chama Pedro Barbosa, José Eduardo Bettencourt ou Anderson Polga. O problema do vosso clube, meus caros amigos, é estrutural, é o da crise de um modelo de negócio que apenas poderia ter relativo êxito em função da má gestão do Benfica (disse-o aqui) e do apuramento automático do 2º classificado do campeonato para a Champions League. Com o SLB em alta (veremos se sustentadamente), com o 2º classificado do campeonato a ter de disputar uma eliminatória e um "play-off" de acesso à CL e com o SC Braga a querer intrometer-se sem a pressão dos resultados, este modelo de negócio, que garantiu a sobrevivência do SCP nos últimos anos, arrisca-se a entrar em crise e, quiçá, em falência.
terça-feira, outubro 06, 2009
Autárquicas e Ecopontos
É que talvez desse algum jeito, já que todos estão desejosos de “mostrar obra”, começarem pelas pequenas coisas, em vez de se dedicarem, por exemplo, a discussões estéreis sobre aeroportos e pontes, assuntos que nunca deles irão depender. Está bem assim? É que ainda têm três dias para dizer alguma coisa...
Fado, património imaterial da humanidade
Foram os bairros populares de Lisboa que deram vida ao fado: as suas tascas, os seus prostíbulos, os seus locais de má fama onde ele se cantava, dançava e “batia”. Onde também se conspirava politicamente, claro. Quem era a “Severa”?, senão uma prostituta, filha dos donos de uma taberna, nascida na Madragoa e por quem o Conde de Vimioso (D. Francisco de Paula Portugal e Castro) se terá tomado de amores? Não admira, portanto, que muitos fados reflictam esta realidade social, por vezes violenta, de “faca na liga”, como disse, tal como os "blues" nos falam da vida difícil dos negros do sul ou do "south side" de Chicago depois da imigração. Uma realidade em que tudo é demasiado cru, radical, como sempre acontece quando estamos perante gente rude, pouco sofisticada e ainda menos culta, “terra a terra”, mesmo que no grupo se misturem fidalgos que pouco mais conhecem do que o ambiente do campo onde nasceram e cresceram, entre criados, touros e campinos.
Este fado (“Fado Menor”), na interpretação de Maria Alice (1904-1997), é um exemplo extremo disso mesmo, da vida de uma mulher que se prostitui para sustentar os filhos e disso sente vergonha perante eles. A história da “desgraçadinha”?, como por vezes gostamos de afirmar para vincarmos, com desprezo pelo que achamos ser algum primitivismo fadista, a nossa superioridade intelectual e vivêncial? Não, apenas genuína cultura popular, gerada por uma Lisboa e um modo de vida que já não existe e cujo testemunho é aqui legado às gerações vindouras através da única forma de música popular urbana que Portugal conheceu.
Os 10 anos da morte de Amália Rodrigues - repetição de um "post" aqui publicado a 16 de Dezembro de 2008
Bom, mas a Amália vedeta, a Amália diva, confesso me interessa pouco. Não sou um mitómano. Sou, talvez, um fundamentalista do fado e este, enquanto expressão popular, constitui um todo, não se podendo separar letra, música e lugar de culto. Isto significa que nem sempre poemas mais eruditos lhe acrescentam o que quer que seja se não se identificarem com os seus valores originais e vivenciais (antes que me interpretem mal: não estou a dizer seja este o caso do poema de Mourão Ferreira, antes pelo contrário, até porque o fado como canção de intervenção política vem já do século XIX), o mesmo acontecendo também com o "rock and roll" que cantava os valores, preocupações e anseios dos adolescentes dos anos 50 do século XX, e que sou dos que pensam que o fado se exprime em disco com algum desconforto, como pensava e também achava o velho Alfredo Rodrigo Duarte (“Marceneiro”). Claro que com igual desconforto se sentirá no glamour ou na impessoalidade de algumas grandes salas, tal como acontece com os "blues", por exemplo. Comparo, muitas vezes, Amália com Presley: o que foi realmente muito bom e inovador durou demasiado pouco tempo. Em Presley até 1958, apesar do “coronel” Parker; em Amália será mais difícil determinar, mas pouco entrou pelos anos 60, quando o fado cedeu lugar ao pseudo-folclore e a Amália fadista à vedeta do Olympia.
Bom, having said this, acho que devemos a Amália um dos melhores álbuns de sempre da música popular portuguesa , exactamente porque nele se conjugam a Amália-fadista, o lugar de culto do fado e, ainda, numa cuidada apresentação gráfica, imagens significativas de uma certa Lisboa: da ditadura salazarista; de um tipo de boémia em que se contactavam, sem se misturar fora da alcova, povo e aristocracia, senhores e prostitutas, nobres de nascimento e cantoras de cabaré. Difícil não será identificar, no excelente material gráfico que acompanha o LP original, as fotos de António Ferro e Ricardo Espírito Santo, este suposto amante ou “protector” (normalmente eram ambas as coisas) da fadista. É, como disse, um retrato de uma época, num disco que – em minha opinião – só será igualado ou suplantado em importância, já na década de 70, pela trilogia “Cantigas de Maio”, “Os Sobreviventes” e “Mudam-se os Tempos, Mudam-se as Vontades”.
“Amália no Café Luso” é quase um álbum conceptual antes de tempo e, com toda a certeza, um dos melhores álbuns de sempre da música popular portuguesa. Por isso, dele aqui deixo notícia, na forma deste texto e do “Fado Mayer”, seu tema de abertura, com letra de Linhares Barbosa e música de Armandinho."
segunda-feira, outubro 05, 2009
Costa, Santana e o novo aeroporto
domingo, outubro 04, 2009
Permitem-me uma pergunta a propósito do guarda-redes da selecção nacional de futebol?
Confusões...
Fica um excerto de “Southern Comfort”, já que também a divulgação da música "cajun" tem feito desde sempre parte da vida deste “blogue”. A banda sonora do filme é de Ry Cooder. O tema que se ouve neste excerto chama-se “Parlez Nous à Boire” e é interpretado no filme pelo bem conhecido Dewey Balfa (1927-1992).
As capas de Cândido Costa Pinto (60)
sábado, outubro 03, 2009
"One million dollar question" (repetição)
"Como estará o projecto, prometido por António Costa, de reformular a divisão administrativa da cidade de Lisboa e das 53 freguesias 53 em que esta se divide? Algo já foi iniciado? Alguns estudos preliminares e exploratórios? Existe um calendário definido para o mesmo? Alguma "task force"? (ou “unidade de missão” como é de bom tom agora dizer-se em linguagem de estado).Muitas perguntas? Para já muito poucas respostas... e bem necessárias elas seriam!"
sexta-feira, outubro 02, 2009
Duas sugestões a Jorge Jesus
- Em alguns jogos, Ramires tem de jogar um pouco mais pelo meio, quase como um nº 8, tapando aquele buraco criado pelas “ausências” e/ou intermitências de Aimar e sendo compensado na ala pelos “raides” de Maxi Pereira e por um Saviola que descaia para esse flanco, evitando o congestionamento da zona central e possibilitando as entradas de Ramires por essa zona.
- Depois da exibição deprimente de César Peixoto, talvez seja altura de “dar mais jogo” a Shaffer. Pior não pode ser... e pelo menos já provou sabe centrar.
quinta-feira, outubro 01, 2009
AEK - SLB ainda a quente
Mau presságio? Nada disso: apenas um aviso atempado e oxalá me engane.
A "refundação" do regime
Ellie Greenwich (23 de Outubro de 1940 - 26 de Agosto de 2009)
Como não vale a pena rescrever o que já está escrito, deixo aqui o “link” para os capítulos das “História(s) da Música Popular” dedicados a Ellie Greenwich e Jeff Barry, dois dos nomes e uma das parcerias mais importantes do Brill Building e da História da música popular e do "rock and roll".
Ficam também dois dos seus temas mais conhecidos e ambos fazendo parte dos meus favoritos: “River Deep, Mountain High”, produzido por Phil Spector (peço desculpa, mas nunca mais Tina Turner voltou a ser igual) e “Doo Wah Diddy Diddy” um original dos Raindrops (que mais não eram do que Jeff e Ellie) na versão de Manfred Mann. Chamo a vossa atenção para o facto de uma das “ikettes”, que podem ser vistas no vídeo, ser, nada mais nada menos, do que Patricia Ann Cole , mais tarde conhecida como P. P. Arnold.
Quanto aos “media” aqui da parvónia... disse Jesus Cristo qualquer coisa para os pobres de espirito, não foi?