domingo, outubro 26, 2014

SC Braga - SL Benfica

É a indefinição em torno da posição "6"? Sim, sem dúvida. É o problema do preenchimento do lugar de segundo "ponta de lança" (Talisca, apesar dos golos, não o é)? Claro. É a má forma (péssima) de Lima? Também. É um Enzo Perez na ressaca do Mundial? Pois é, são muitos - demasiados - problemas. Tudo isso, mas no âmago do problema está um modelo de jogo que depende demasiado das individualidades e só funciona mais ou menos em pleno com grandes investimentos em jogadores bem acima da média, como aconteceu em 2009/2010 e na época passada. Jorge Jesus até pode ser exímio a potenciar jogadores (e é), mas dificilmente, pelo menos no SLB, as suas equipas conseguem ser superiores à soma das individualidades.

Hoje, mal o S.C. Braga percebeu contra quem estava a jogar (uma equipa sem meio-campo) e fez os acertos necessários, o SLB quase desapareceu do jogo. E o problema é que não consigo prever melhoras. 

Matiné de Domingo (83)


"The Last of the Mohicans", de George B Seitz (1936)
Filme completo c/ legendas em português

sábado, outubro 25, 2014

De como a ministra Teixeira da Cruz pode prestar um bom serviço ao país

Duas pequenas notas sobre esta notícia relacionada com a Ministra Paula Teixeira da Cruz:
  1. É muito feio, para não dizer indigno de um qualquer responsável por uma equipa de trabalho, mais ainda tratando-se de um governante, culpar publicamente os seus colaboradores por um qualquer falhanço de um projecto comum. É demonstrativo de mau carácter, dá um mau exemplo aos portugueses e transmite uma péssima imagem de si própria, dos seus valores e dos do governo que integra. Digamos, em linguagem mais "terra a terra", que quem age desta maneira não está à altura do lugar que ocupa e deve ceder esse mesmo lugar a quem para tal demonstre maior competência.
  2. Compete a qualquer dirigente, mais ainda a um político, assegurar-se, antecipadamente e a cada momento, e perante um projecto que pretenda implementar, de quais são as situações delicadas que possam vir a surgir e venham a dificultar, tornar mais lenta ou mesmo a impedir essa sua implementação nos tempos e prazos previstos. Pelos vistos, e partindo da quase absurda premissa de que o falhanço se ficou fundamentalmente a dever a umas quaisquer "forças de bloqueio" sabotadoras, a ministra Teixeira da Cruz  não o fez, o que demonstra uma vez mais a sua incompetência para líderar este projecto. Por maioria de razões, também se justifica neste caso ceda o seu lugar a quem demonstre capacidade para o fazer.
Resumindo: por favor, preste finalmente um bom serviço ao país e vá-se embora.

quarta-feira, outubro 22, 2014

4ªs feiras, 18.15h (96) - Hitchcock (IX)


Filme completo c/ legendas em português

O SCP e o árbitro

O SCP tem razões de queixa da arbitragem do seu jogo de ontem em Gelsenkirchen? Sim, claro que sim e só um louco poderia dizer o contrário: o "penalty" mal assinalado que restá na origem do quarto golo do Schalke é um erro demasiado grosseiro para um jogo da Champions League com cinco pares de olhos a verem. Mas em relação a isso o SCP nada pode fazer e por muito barulho que faça junto da UEFA (e não deve ficar calado) pouco irá mudar no futuro. Por isso mesmo o SCP pode e deve olhar em primeiro lugar para si próprio, para os erros cometidos, porque aí, sim, já pode mudar muita coisa: a entrada de Maurício no lance que lhe valeu o segundo cartão amarelo é mais do que apenas imprudente e revela um jogador sem categoria para actuar a este nível (sintomático que o jovem e pouco experiente Paulo Oliveira seja já o melhor central da equipa) e Rui Patrício deu mais um dos seus habituais "frangos" (este foi um "copycat" do que custou a eliminação do SCP na Luz, para a Taça de Portugal, na época passada), facto que vem acontecendo com demasiada frequência em alternância com algumas excelentes exibições, demonstrando uma irregularidade que os grandes guarda-redes não podem exibir. Sem estes dois erros estou em crer o resultado, mesmo com um erro grosseiro da equipa de arbitragem a "ajudar" o Schalke, teria sido muito diferente, e é nisso que o SCP deve concentrar as suas energias. Conselho de "lampião".

Nota: vejo as capas de "A Bola" e do "Record" e leio títulos com "roubo" e "roubados". Por muitas razões de queixa que uma qualquer equipa tenha de uma uma várias arbitragens, estes títulos são bem sintomáticos de quão baixo desceu a imprensa desportivo. Ou de quão baixo sempre esteve sem que, por distração ou outra coisa qualquer, déssemos por isso. Depois não se esqueçam de, hipocritamente, virem queixar-se de tempestades.

terça-feira, outubro 21, 2014

Billboard #1s by British Artists - 1962/70 (31)

Rolling Stones - "Ruby Tuesday" (4 de Março de 1967)

"Cá vamos, cantando e rindo"...

Resultado dos últimos anos de governação (e não estou só a falar deste governo) em áreas importantes do tecido empresarial português: EDP, REN e Fidelidade vendidas ao Estado chinês, TAP um pouco ao "Deus dará" (género, "privatiza agora, afinal  não privatiza") grupo BES falido, PT a implodir e uma boa parte da comunicação social e da energia (Amorim Energia/Galp) nas mãos da cleptocracia angolana. No entretanto, o ministro Álvaro era gozado na imprensa e nas redes sociais por causa dos "pasteis de nata" e o seu sucessor, Pires de Lima, que, vá lá saber-se porquê, até tem "boa imprensa", anda desaparecido em combate ou entretido numas diatribes contra António Costa. Enfim... "cá vamos, cantando e rindo".

segunda-feira, outubro 20, 2014

Fats Domino & Imperial Records (10)


"My Blue Heaven" (Imperial 5386 - Março de 1956)

Eleições fazem "parar o país"?

Também hoje, no mesmo "Fórum TSF", David Dinis afirmava no seu comentário, a propósito do curto espaço de tempo existente entre eleições legislativas e presidenciais, que "o país não poderia parar por causa de um longo período eleitoral" (cito de cor). Embora a posição de David Dinis em relação ao calendário eleitoral fosse, no essencial, correcta (antecipação das legislativas por dois ou três meses e consagração constitucional futura deste novo calendário), parece-me estranho este "medo" de que o país possa parar por causa de eleições, vindo de quem se faz arauto de posições ultra-liberais.

Uma das características das democracias ocidentais dos países desenvolvidos, dos regimes não totalitários e liberais, é a existência de uma grande autonomia da impropriamente chamada "sociedade civil" face ao Estado. Mesmo em Portugal, onde essa autonomia está ainda um pouco longe das democracias mais antigas e das sociedades mais civilizadas e desenvolvidas, ela é já, em certa medida, uma realidade e o modo como os portugueses, famílias e empresas, têm sabido resistir e adaptar-se às políticas recentes, aqui e ali conseguindo mesmo "trocar-lhes as voltas, é disso bom exemplo. Significa isto que não excluindo um período eleitoral mais ou menos longo possa influenciar algumas decisões governamentais estratégicas ou alguns investimentos privados mais importantes, por isso mesmo devendo, se possível e sem sacrifício da necessária discussão pública das candidaturas,  ser evitável, estará longe, muito longe, mesmo, de fazer parar o país, ou algo que se assemelhe. O que me parece é que David Dinis, talvez impregnado do "espírito do tempo", ter-se-à limitado a deixar escapar o desabafo daqueles (muitos) liberais de pacotilha para os quais as eleições são uma "chatice", infelizmente necessária, mas uma "chatice"; um elemento disfuncional que, por isso mesmo, seria bem dispensável. Que David Dinis não tenha portanto medo: não só eleições não fazem parar o país, como elas são mesmo, em circunstâncias normais, oportunidade para reequacionar opções, avaliar alternativas e proceder ao arejamento necessário de ideias e dirigentes do Estado. E ainda bem que assim é.

A "velha e relha" questão do "Presidente de todos os portugueses"

Continuo a ouvir demasiada gente com responsabilidades afirmar que o Presidente da República (não este, especificamente), uma vez eleito, passa a ser o "presidente de todos os portugueses". Hoje ouvio-o a Paulo Baldaia, no lançamento do Fórum TSF, e nem a inépcia de Baldaia enquanto comentador me leva a deixar passar o facto em claro.

Portugal não é uma monarquia constitucional, em que cabe ao soberano não eleito apenas um papel de representação e garante último da unidade do país e da respectiva Constituição O Presidente da República é eleito por sufrágio directo e universal, e pelo menos desde a eleição de Mário Soares para o seu primeiro mandato que se trata da eleição que mais radicalmente divide esquerda e direita. Aliás, em bom rigor, qualquer dos Presidentes eleitos após a normalização democrática de 1982 sempre actuou, de facto e em última análise, em favor dos interesses da maioria que o elegeu, o que se compreende em função do modo como é eleito. Tentar extrapolar a frase conjuntural de Soares ("serei o Presidente de todos os portugueses"), pronunciada quando da sua eleição e tentando com ela apaziguar uma sociedade, ideologicamente ainda extremamente dividida, depois de uma campanha radicalizada em extremo, é um enorme disparate político, "bengala" de quem não para para pensar e se limita a repetir determinados "chavões" sem sentido. Se queremos, de facto, um "presidente de todos os portugueses" será bem melhor optar por um regime parlamentar, revendo a Constituição da República e os poderes presidenciais, com o Presidente eleito por um colégio eleitoral ou cujas novas funções de representação do Estado sejam assumidas pelo Presidente da Assembleia da República. 

domingo, outubro 19, 2014

A soberba de Jorge Jesus

A já tradicional soberba de Jorge Jesus voltou a manifestar-se ontem, na Covilhã. Só isso explica tenha pensado poderia chegar ao relvado com uma 2ª equipa, sem suplentes capazes de fazerem a diferença, em caso de necessidade, com um meio-campo sem ponta de agressividade, e ganhar o jogo passeando as camisolas. Correu bem, mas assumiu um risco desnecessário e, pior do que isso, trouxe-nos à memória essa sua tradicional soberba, um dos seus maiores defeitos. Espero tenha aprendido a lição - do que duvido. 

Matiné de Domingo (82)



"Father's Little Dividend", de Vincente Minnelli (1951)
Filme completo c/ legendas em francês

sexta-feira, outubro 17, 2014

Friday midnight movie (105) - Sci-Fi (XX)



"The Giant Claw", de Fred F. Sears (1957)
Filme completo c/ legendas em castelhano

Billboard #1s by British Artists - 1962/70 (30)

The New Vaudville Band - "Winchester Cathedral" (3 de Dezembro de 1966)

E que tal um "vale" para "ir às meninas"?

Só uma pergunta: se um trabalhador por conta de outrem, tendo o acordo da sua entidade empregadora, pode passar a receber uma parte do seu vencimento em "vales de educação", isentos de IRS (e de TSU e de Segurança Social?), qual o racional de o mesmo não ser extensível a "vales de transporte", de "alimentação", de "vestuário", "culturais", de "bilhetes para a bola" ou subvenção para "ir ás meninas"? Quando, por uma lado (e bem, embora por vezes por vias mais ou menos tortuosas), o governo fomenta a luta contra a evasão fiscal, por outro, isenta à partida de impostos (e taxas?) uma parte do rendimento das pessoas singulares, criando logo à partida, no acto de recebimento do salário, uma situação de desigualdade entre os que o podem fazer (por terem filhos e o acordo da sua entidade empregadora) e todos os outros. Para além disso, obriga as empresas aderentes a mais uma "chatice" burocrática, a juntar e mais umas quantas das quais não se podem escapar. Mais ainda, tudo isto tem um certo ar de retorno ao passado, ao pagamento da "jorna" em géneros do tipo "5$00, um litro de vinho e uma barra de sabão "azul e branco", mas também me lembro que foi já este governo, dito "liberal", que, no seu início, foi autor uma qualquer peregrina ideia de pagar o RSI em senhas de supermercado (ou coisa no género). Foi mania que lhe ficou de "pequenino". 

Não seria bem mais prático, lógico e justo, cada um ser obrigado a declarar a totalidade do seu rendimento "de facto" (em dinheiro e "fringe benefits") e quaisquer acertos, em função das políticas governamentais, ser efectuado quando da apresentação da declaração de rendimentos e respectiva cobrança? Mas gostam de complicar...

terça-feira, outubro 14, 2014

Ah!, a selecção!

  1. Fiquei com a sensação de que algum equilíbrio (que me pareceu ilusório) conseguido pela selecção portuguesa a partir do 1/4 de hora final da primeira parte do jogo com a França se terá ficado mais a dever à desaceleração dos franceses, que optaram por controlar o jogo, do que a um efectivo maior acerto dos portugueses, pese embora a entrada de Willliam, na segunda-parte, mais pelo adiantamento de Tiago que tal permitiu do que pela exibição do jogador do SCP, tenha equilibrado mais a equipa. Veremos o que acontece hoje no Parken.
  2. A única novidade na equipa inicial do jogo com a França foi Cédric (e, a par de Eliseu, constituiu o dou dos piores). Bruno Alves e Pepe são "habitués" e "trintões; Eliseu também "trintão", tal como Tiago e Danny; Nani, Moutinho e Cristiano são desde há muito jogadores da selecção e apenas André Gomes constitui alguma novidade, embora já tivesse sido chamado por Paulo Bento, o mesmo acontecendo com William e João Mário. Curiosamente, desta vez não vi ninguém abespinhar-se com a "falta de renovação da selecção". Pois é, "mudam-se os tempos, mudam-se as vontades" e agora já não é preciso encontrar um pretexto para "correr" com Paulo Bento.

sábado, outubro 11, 2014

Documentário de sábado (38 - VIII)

Public School (BBC - 1979) - 8/9

Ferro Rodrigues, impostos e Estado Social

Finalmente, um dirigente de primeira linha do PS, Ferro Rodrigues, vem dizer o que apenas já tinha ouvido a João Galamba: não se pode nem deve esperar que um partido que se reclama da social-democracia se proponha reduzir significativamente os impostos tendo como contrapartida o sacrifício do Estado Social, isto é, baixando a qualidade dos serviços por este prestados, quer se trate do Serviço Nacional de Saúde, do ensino público ou das prestações sociais, onde se concentra uma boa parte da despesa pública. Reduzir de modo significativo a despesa nestas áreas significa, na prática, agravar impostos para aqueles que delas mais dependem e/ou a elas mais recorrem, nomeadamente os mais pobres e uma parte maioritária da classe média, o que, para além de ser mais recessivo (a propensão para o consumo é maior nas classes de menores rendimentos), não se pode nem deve esperar de quem se reclama da social-democracia ou da defesa consequente do Estado Social. 

quinta-feira, outubro 09, 2014

Documentário de sábado (38 - VI)

Public School (BBC - 1979) - 6/9

A sondagem Aximage

Notas sobre a sondagem da Aximage:
  1. Independentemente das suas qualidades e da imagem que consegue projectar, o "score" de António Costa deve-se também ao efeito positivo da "novidade", do contraste, mais a mais quando chega a uma liderança reforçada pelas "primárias" e derrotando um inexpressivo Seguro. Tenderá a sofrer algum desgaste e, assim, Costa e o PS terão alguma dificuldade em subir, ou até mesmo em manter até às eleições, o "score" agora conseguido.
  2. Espantam-me os valores obtidos por um "Bloco de Esquerda" em desagregação e a voltar ao radicalismo da extrema-esquerda do PREC. Custa-me a acreditar venha a conseguir, em futuras legislativas, sequer metade da percentagem alcançada nesta sondagem. Disso poderá vir a depender também o futuro resultado do PS, que tem aí um "source of business" a explorar.
  3. Mesmo sabendo da tradicional fidelidade do eleitorado do PCP, do seu "núcleo duro", em que medida os votantes ocasionais do partido (que existem) se deixarão atrair pelo PS de Costa, por Marinho e Pinto ou pelo "Livre"?
  4. É provável que os "efeitos" Costa e "primárias" estejam a influenciar, no curto-prazo, a diminuição da abstenção. Serão esses efeitos sustentáveis? Tenho dúvidas. 
  5. As pré-campanha e campanha - penso - tenderão a favorecer Marinho e Pinto, pelo que a tendência será para fazerem crescer os escassos 1.1% agora alcançados. Onde irá buscar os seus votos? O PS que se cuide.
  6. Em que medida algum aligeiramento da "austeridade", principalmente entre os pensionistas, e uma eventual remodelação governamental, com a saída dos ministros mais impopulares, irão beneficiar PSD e CDS? De notar que apesar do "furacão" Costa, o PSD, mais do que o CDS, consegue resistir sem grandes perdas.
  7. De notar o valor de 52.6% de intenções de voto em António Costa, o  parece indiciar que Costa é bem mais abrangente do que o partido que lidera, o que já tinha sido comprovado nas últimas autárquicas. Algo que ambos, o PS e António Costa, deverão ter em conta ao delinearem a sua estratégia.
Conclusão: Demasiadas dúvidas, ainda, e uma só certeza: António Costa vale bem mais do que o partido e o efeito conjugado "Costa/primárias" mudou radicalmente as intenções de voto no PS em Outubro de 2014, o que, a ser aproveitado, pode vir a criar uma dinâmica de vitória. Mas estamos a falar de Outubro de 2014 e falta quase um ano para as legislativas num cenário de enorme volatilidade política e partidária.

quarta-feira, outubro 08, 2014

Documentário de sábado (38 - V)

Public School (BBC - 1979) - 5/9

4ªs feiras, 18.15h (94) - "Sword & Sandals" (IX)



"Romolo e Remo" (aka "Duel of Titans"), de Sergio Corbucci (1961)
Filme completo c/ legendas em português

Desta vez vale a pena ler José Manuel Fernandes

Raramente estou de acordo com José Manuel Fernandes, um dos mais radicais defensores do actual governo e integrante da "vanguarda ideológica" que o colocou no poder e o sustenta. Mas tenho de reconhecer que JMF, desta vez, e de um modo geral, tem razão e põe o dedo na ferida; e a ferida é o eterno problema, este ano lectivo catastrófico, da colocação de professores. 

No que diz respeito a questões de educação, afasta-me de JMF, entre outras coisas, a questão fundamental da "soit disant" "liberdade de escolha". Mas quanto ao que aqui enuncia sobre a colocação de professores tem, de um modo geral, a minha concordância. Indispensável ler.

terça-feira, outubro 07, 2014

Documentário de sábado (38 - IV)

Public School (BBC - 1979) 4/9

Beethoven e Jos Van Immerseel (3)

Concerto para Piano e Orquestra nº 3 em dó menor, Op. 37
Tafelmusik Baroque Orchestra - Maestro: Bruno Weil
Piano: Jos Van Immerseel

I. Allegro con brio 
II. Largo 
III. Rondo. Allegro 

segunda-feira, outubro 06, 2014

António Costa e os feriados

Nicolau Santos escreve no "Expresso Diário" de hoje um oportuno artigo sobre a intenção de António Costa em repor os feriados do 5 de Outubro e do 1º de Dezembro. Apenas acrescento uma nota ao que Nicolau Santos muito bem escreve: tendo a eliminação desses feriados na sua base a narrativa, errada e populista, de que a crise actual se devia, fundamentalmente, à "preguiça" dos portugueses, que tinham demasiados feriados, gozavam demasiadas férias e eram responsáveis pela fraca produtividade do país, não é possível contestar e substituir essa narrativa, o que tem sido uma das preocupações de António Costa, sem que, simultâneamente, se eliminem as suas consequências, isto é, sem que se reintroduzam os feriados eliminados. É uma questão de coerência política.

Documentário de sábado (38 - III)

Public School (BBC - 1979) - 3/9

Billboard #1s by British Artists - 1962/70 (28)

The Troggs - "Wild Thing" (30 de Julho de 1966)

"Gone Girl"


Um pouco como toda a gente, cheguei a David Fincher com as boas surpresas que foram "Seven" e "The Game". Afastei-me com a desilusão que para mim foi "Fight Club", tendo reincidido com a ainda maior desilusão que também foi "The Social Network". Voltei agora com "Gone Girl" ("Parte Incerta") e, se não me reconciliei, pelo menos fiz uma trégua. As aparências de um casamento são o pretexto para um "thriller" mais do que escorreito e uma análise sobre a manipulação dos "media" e para os "media" que me trouxe à memória o caso Madeleine McCann. Melhor do que apenas bom divertimento, o que nos tempos cinematográficos que vão correndo já não seria pouco.

O discurso de Cavaco

Hoje, do "Fórum TSF", ao "dar a deixa" para o comentário de Davis Dinis (a TSF está transformada numa quase sucessora do "Diário da Manhã", com Paulo Baldaia no lugar de Barradas de Oliveira e David Dinis no de João Coito), Manuel Acácio interrogava Dinis sobre se Cavaco Silva, no seu discurso de ontem, não teria assumido o lugar dos habituais participantes no "Fórum". Nada mais certeiro: no seu discurso do 5 de Outubro, o actual Presidente da República, cuja principal preocupação é e tem sido sempre o seu futuro político, a sua imagem e os seus índices de popularidade, tentou cavalgar a "crista da onda" do discurso populista, qual Marinho e Pinto em versão "soft core" em função do lugar institucional que ocupa. De caminho, avisou que não dará posse a um governo minoritário, presumivelmente do PS, saído de futuras eleições, o que, sendo correcto, vem demasiado tarde - já não o deveria ter feito quando do segundo governo de José Sócrates - e, por isso, apenas tem como objectivo, e mais uma vez, "limpar" um pouco a sua já muito desgastada imagem. Tudo isto, claro, embrulhado no habitual "celofane com laçarote" dos inúteis apelos, em período pré-eleitoral, a um consenso cujo conteúdo nunca expressa.

Que consiga acabar o seu mandato com a dignidade com que nunca o cumpriu, são os meus sinceros votos.

sábado, outubro 04, 2014

Documentário de sábado (38 - I)

Public School (BBC - 1979) - 1/9

A convocatória

A primeira convocatória de Fernando Santos, mais do que obedecer a critérios estritos de natureza técnico-táctica, tem na sua base uma estratégia bem definida, que ultrapassa os citados critérios: agradar um pouco a toda a gente, prolongando o clima de apaziguamento e anti-crispação já claramente presente na sua conferência de imprensa de apresentação. Estamos aqui perante uma espécie de amnistia presidencial, de proposta de "fresh start", que me parecendo, para já, estratégia adequada no sentido de construir uma imagem de Fernando Santos nos antípodas do seu antecessor, não me parece susceptível, no seu período de vigência, de ultrapassar o muito curto-prazo, sem que o critério acabe por se reflectir negativamente no comportamento desportivo da selecção portuguesa.

Desportivamente, oferece, contudo e para já, uma vantagem: as chamadas de Tiago, Danny e Adrien permitem dar ao meio-campo português um outro andamento e uma bem maior intensidade, algo que já não estava ao alcance de Veloso e Meireles (de Veloso nunca esteve) e que não me parece William Carvalho seja capaz de oferecer. Quanto ao futuro, no entanto, convém Fernando Santos perceba que a selecção portuguesa irá precisar de bem mais do que apenas um estado de espírito.  

quinta-feira, outubro 02, 2014

Zombieland (5)

The Zombies - "A Kind of Girl"
Nota: tema que abriu 1º primeiro "Em Órbita" a 1 de Abril de 1965

5 recados 5 para Jorge Jesus

  1. Não sou treinador do SLB, não assisto aos treinos e por isso gosto pouco de entrar por este tipo de análises. Mas, inclusivamente, nunca tendo visto jogar Lizandro Lopes com "olhos de ver", e face às sucessivas medíocres prestações de Jardel, será que o jogado argentino, já com experiência europeia, não se adapta, com vantagem, às especificações requeridas por Jorge Jesus para o lugar? Repito: não conheço as características do jogador, mas, não obstante, seria bom que o treinador do SLB desse uma explicação aos sócios e adeptos.
  2. Já agora. Face às dificuldades em preencher a contento o lugar "6", informo Jorge Jesus que existe na equipa "B" um rapaz chamado Pawel (lê-se "paveu" porque o "l" tem um "tracinho" que não encontro no meu teclado) Dawidowicz que tem dado boas indicações em função daquilo que o treinador do SLB pretende para o lugar. Sim, eu sei que a equipa "B" é outra coisa, bem diferente. Mas estranho nunca tenha sido sequer chamado a treinar com a equipa principal. Começa-se por aí, não é, Jorge Jesus?
  3. Jorge Jesus afirmou na conferência de imprensa que o Bayer Leverkusen foi melhor (esqueceu-se de acrescentar "muito"). Era escusado, já que toda a gente viu e até um néscio na matéria seria capaz de tal afirmação. O que espero de um treinador do meu clube é que explique o porquê e diga o que vai fazer para que o problema se não repita. É para isso, e não para dizer o óbvio, que todos nós - sócios - lhe pagamos (e não é pouco - o que pagamos e o que ele recebe). Que raio, do outro lado não estava o Real Madrid!
  4. Estive a ver o Zenit - Mónaco. Jogando com um bloco médio-baixo, as linhas juntas, fazendo circular a bola, equilibrando a equipa e pressionando a meio-campo, o Mónaco quase anulou Hulk e o Zenit poucas oportunidades criou. Faltou ao Mónaco aquilo que... não tem: capacidade para romper e desequilibrar na área contrária. Mas provou-se que, fazendo o trabalho de casa, este Zenit é anulável, mesmo pelo actual 12º classificado da Liga francesa. Mas o que é preciso mesmo é não esquecer de fazer o trabalho de casa. Vale?
  5. Jorge Jesus sabe que com este modelo de jogo, muito eficaz internamente contra equipas "menores" mas inadequado ao nível de uma Champions League, muito dificilmente consegue ultrapassar a fase de grupos. Por isso desvaloriza a competição, preferindo o campeonato e a Liga Europa, onde pode ganhar (no primeiro caso) e fazer o chamado "brilharete" (no segundo). Esquece-se que, em receitas, os 1/8 de final da Champions League valem tanto ou mais do que a final da Liga Europa e que esta, mesmo chegando à final, não deixa de ser uma competição secundária, onde o último vencedor foi o Sevilla FC, precisamente contra o SLB, e a cuja final até já SC Braga e Fulham chegaram. Certo?

quarta-feira, outubro 01, 2014

SLB: um desastre!

  1. A questão é sempre a mesma, e como tal é de fundo: este modelo de jogo de Jorge Jesus até funciona internamente, principalmente nos anos em que apanha um FCP ou um SCP enfraquecidos. Na Liga Europa vai também fazendo o seu caminho, com maior ou menor dificuldade. Mas na Champions League é um desastre, como os resultados comprovam: só uma vez o SLB conseguiu ultrapassar a fase de grupos e este ano dificilmente o resultado será diferente, correndo mesmo o risco de deixar as competições europeias já em Dezembro.
  2. Jardel tem muitas limitações, claro. São conhecidas. Mas jogar a central do lado de Eliseu convenhamos que é problema acrescido.
  3. O SLB contratou dois nºs "6". Mas o que melhor se adapta às "especificações" de Jorge Jesus continua a ser André Almeida. Leva tempo a adaptação de Cristante e Samaris? Javi Garcia e Fejsa adaptaram-se de imediato, pelo que o problema me parece ser outro: alguém conhecia bem os jogadores contratados?
  4. Percebo Derley tenha jogado. Face à enorme pressão que se sabia o Bayer utilizar, seria de prever a necessidade de jogo directo. Mas lançar Cristante num jogo fora da Champions League? Só a brincar.
  5. Voltámos a Julho, quando era evidente o SLB precisava de um  nº "6", um defesa-esquerdo e um avançado. Por cá, a "coisa" vai-se atamancando, mas na Champions League tem sido o que se vê.

4ªs feiras, 18.15h (93) - Pasolini (I)

"Teorema" (1968)
Filme completo c/ legendas em inglês ou castelhano