Finalmente, um dirigente de primeira linha do PS, Ferro Rodrigues, vem dizer o que apenas já tinha ouvido a João Galamba: não se pode nem deve esperar que um partido que se reclama da social-democracia se proponha reduzir significativamente os impostos tendo como contrapartida o sacrifício do Estado Social, isto é, baixando a qualidade dos serviços por este prestados, quer se trate do Serviço Nacional de Saúde, do ensino público ou das prestações sociais, onde se concentra uma boa parte da despesa pública. Reduzir de modo significativo a despesa nestas áreas significa, na prática, agravar impostos para aqueles que delas mais dependem e/ou a elas mais recorrem, nomeadamente os mais pobres e uma parte maioritária da classe média, o que, para além de ser mais recessivo (a propensão para o consumo é maior nas classes de menores rendimentos), não se pode nem deve esperar de quem se reclama da social-democracia ou da defesa consequente do Estado Social.
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