A primeira convocatória de Fernando Santos, mais do que obedecer a critérios estritos de natureza técnico-táctica, tem na sua base uma estratégia bem definida, que ultrapassa os citados critérios: agradar um pouco a toda a gente, prolongando o clima de apaziguamento e anti-crispação já claramente presente na sua conferência de imprensa de apresentação. Estamos aqui perante uma espécie de amnistia presidencial, de proposta de "fresh start", que me parecendo, para já, estratégia adequada no sentido de construir uma imagem de Fernando Santos nos antípodas do seu antecessor, não me parece susceptível, no seu período de vigência, de ultrapassar o muito curto-prazo, sem que o critério acabe por se reflectir negativamente no comportamento desportivo da selecção portuguesa.
Desportivamente, oferece, contudo e para já, uma vantagem: as chamadas de Tiago, Danny e Adrien permitem dar ao meio-campo português um outro andamento e uma bem maior intensidade, algo que já não estava ao alcance de Veloso e Meireles (de Veloso nunca esteve) e que não me parece William Carvalho seja capaz de oferecer. Quanto ao futuro, no entanto, convém Fernando Santos perceba que a selecção portuguesa irá precisar de bem mais do que apenas um estado de espírito.
2 comentários:
O homem é um enorme logro. Não tardará a perceber-se.
Tenho-o em boa conta. Mas posso estar errado. Veremos.
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