Dantes, no início das grandes lutas democráticas do pós-25 de Abril, gritavam-se “slogans” e “palavras de ordem” que condensavam em si todo um programa político. Era o “socialismo em liberdade”, o “viva a classe operária”, o “socialismo sim, ditadura não”, “o povo está com o MFA”, o “nem só mais um soldado para as colónias”, o “lutar, criar, poder popular”. Tantos outros, da esquerda á direita. Hoje (sinal dos tempos de alguma subalternidade da ideologia ou dos programas políticos?), o que vejo nas transmissões televisivas dos dias eleitorais são parvoíces todas iguais, do tipo “é J, é D, é JSD”, ao que os do PS respondem com “é J, é S, é JS” e os do “Bloco” com “é Esquerda, é Bloco, é Bloco de Esquerda”. Ou então, “em frente, Manel (ou Joaquim, ou António, Aldegundes ou Urraca, tanto faz...) tens aqui a tua gente”. Que raio, até nas presidenciais de antanho, eleições sempre bem mais personalizadas, se inventou um “Soares é fixe”, bem mais revelador e condensador da personalidade de um candidato!... Falta de criatividade e de cultura política, é o que é. Depois queixem-se do povo..
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