terça-feira, outubro 13, 2009

Circo e animais: uma decisão que honra o país


Devo dizer que não sou o que se pode chamar um fundamentalista dos direitos dos animais. Não caço por opção (aliás, teria muita dificuldade em disparar contra um simpático coelhinho a olhar para mim de orelhas alerta e patas da frente no ar), mas como carne e até mesmo “caça”; embirro com as velhas que deixam a comida para os gatos a apodrecer na rua com um cheiro nauseabundo e não me importo nada que as mulheres da família e as minhas amigas, mulheres ou namoradas usem casacos de peles. Tendo dito isto, devo dizer que a portaria que, na prática, proíbe a prazo a exibição de animais selvagens nos circos onde vivem em condições degradantes só pode honrar o país que a promulga e os seus cidadãos, sendo um sinal de que Portugal parece, nesta área, querer caminhar no sentido de extinguir a barbárie e consolidar a civilização.

Mais ainda, ao ouvir e ler os que defendem a continuação de tal espectáculo degradante baseados no facto de que há coisas mais importantes em que pensar ou nos postos de trabalho que, eventualmente, estarão em causa, pergunto-me se, a seguir tal raciocínio, ainda teríamos exibições de “freaks” nos circos e feiras e crianças a trabalhar doze ou dezasseis horas por dia nas fábricas e minas da revolução industrial.

Se há dias (tão poucos...) em que nos podemos sentir orgulhosos do país em que nascemos e vivemos, este é seguramente um deles.

6 comentários:

Gin-tonic disse...

Nunca esqueci uma frase lida, nos anos 60, numa crítica de televisão do Mário Castrim: "quem já leu Jack London, fecha os olhos quando aparecem os cãezinhos de circo."

ié-ié disse...

"Esqueci" ou "esqueceu"?

LT

JC disse...

Estás cheio de sentido de humor, LT!!! Ainda bem. Deve ser da contratação do Vilas-Boas... mais um reforço FCP!

Rato disse...

E muito mais honrado seria este País se proibisse os "espectáculos" tauromáquicos e desse assim uma valente machadada no marialvismo luso.
Até lá resta-me apoiar incondicionalmente o touro e rejubilar com os fracassos de quem teima em hostilizar os bovinos em praça pública.

JC disse...

Tb não me preocuparia nada com o fim das corridas de toiros, Rato. Desde que fiquem delas aquilo de que verdadeiramente gosto: os "passodobles", as "pikenas" e os charutos! E se for preciso toiro, um qualquer "robot" resolve bem o problema!!!
Abraço

T disse...

Exactamente rato. Estava a pensar nisso mesmo.