Ontem, no programa “Jogo Jogado”, da TSF (apesar do que vou dizer a seguir, dos poucos programas sobre futebol a que ainda vale a pena estar atento), Luís Freitas Lobo manifestava-se contra a candidatura ibérica (melhor, contra a participação de Portugal em tal candidatura) ao Mundial de futebol. Razão? Achava que uma análise custo-benefício a desaconselhava? Que existiam outras prioridades em termos de investimento? Não: apenas que Portugal se deveria abalançar a organizar sozinho tal evento no médio, longo prazo, e que a candidatura ibérica, com subalternização de Portugal a Espanha (sic...), poderia vir a inviabilizar tal desiderato.
Passemos por cima de anti-castelhanismo de que, pelos vistos, ainda parece padecer uma boa parte da elite portuguesa (Luís Freitas Lobo é licenciado em direito, o que o torna membro de uma elite instruída). Passemos também por cima do facto de, se essa candidatura algo de positivo pode trazer consigo, uma das principais razões estratégicas na sua base ser o aumento da cooperação e interligação ibéricas, a nível político, desportivo e outros (a Liga Ibérica não pode deixar de ser um objectivo estratégico para a sobrevivência do futebol português). Passemos também por cima do facto da a FIFA (a quem parece restar a gota de bom senso que por cá escasseia) muito dificilmente conceder a organização de um Mundial a um país com a dimensão de Portugal. Mas já não é possível passar por cima e deixar de perguntar a Luís Freitas Lobo o seguinte: se cinco dos estádios construídos para o Euro 2004 não servem para absolutamente nada (fala-se até em implodir de um deles), um sexto poderia ter sido construído por 1/3 do preço (ou menos...) se servisse apenas para assistir a um jogo de futebol com conforto em vez de ser “obra de regime” autárquico e nenhum desses serve, tal como está e sem grandes investimentos, para um campeonato do mundo, pretende LFL investir mais uns milhões em estádios que para nada mais servirão no futuro excepto para sorver o dinheiro dos contribuintes?
Claro que LFL parece ter a solução, opinando que os estádios municipais construídos para o Euro 2004 deveriam deixar de ser geridos pelas autarquias passando para as mãos dessa entidade abstracta a que chama “os homens do futebol” (Valentim Loureiro, por exemplo?), que, segundo ele, os rentabilizariam. Como conseguir tal milagre – que de milagre se trata - LFL não explica. Tal como nada explicam os presidentes de câmara de Faro e Loulé que reagiram ao afastamento do seu estádio (onde o Olhanense, ali a dois passos, não quer jogar e deveriam começar por aí) da candidatura ibérica como duas virgens ofendidas. No meio desta comédia, valha-nos Carlos Encarnação, que nem sequer quer ouvir falar em tal coisa e lá vai, passando das palavras aos actos, arranjando maneira de levar para o estádio de Coimbra uns bons concertos “rock”, já que só com a AAC não se governa. Estará mesmo (quase) tudo doido?
Passemos por cima de anti-castelhanismo de que, pelos vistos, ainda parece padecer uma boa parte da elite portuguesa (Luís Freitas Lobo é licenciado em direito, o que o torna membro de uma elite instruída). Passemos também por cima do facto de, se essa candidatura algo de positivo pode trazer consigo, uma das principais razões estratégicas na sua base ser o aumento da cooperação e interligação ibéricas, a nível político, desportivo e outros (a Liga Ibérica não pode deixar de ser um objectivo estratégico para a sobrevivência do futebol português). Passemos também por cima do facto da a FIFA (a quem parece restar a gota de bom senso que por cá escasseia) muito dificilmente conceder a organização de um Mundial a um país com a dimensão de Portugal. Mas já não é possível passar por cima e deixar de perguntar a Luís Freitas Lobo o seguinte: se cinco dos estádios construídos para o Euro 2004 não servem para absolutamente nada (fala-se até em implodir de um deles), um sexto poderia ter sido construído por 1/3 do preço (ou menos...) se servisse apenas para assistir a um jogo de futebol com conforto em vez de ser “obra de regime” autárquico e nenhum desses serve, tal como está e sem grandes investimentos, para um campeonato do mundo, pretende LFL investir mais uns milhões em estádios que para nada mais servirão no futuro excepto para sorver o dinheiro dos contribuintes?
Claro que LFL parece ter a solução, opinando que os estádios municipais construídos para o Euro 2004 deveriam deixar de ser geridos pelas autarquias passando para as mãos dessa entidade abstracta a que chama “os homens do futebol” (Valentim Loureiro, por exemplo?), que, segundo ele, os rentabilizariam. Como conseguir tal milagre – que de milagre se trata - LFL não explica. Tal como nada explicam os presidentes de câmara de Faro e Loulé que reagiram ao afastamento do seu estádio (onde o Olhanense, ali a dois passos, não quer jogar e deveriam começar por aí) da candidatura ibérica como duas virgens ofendidas. No meio desta comédia, valha-nos Carlos Encarnação, que nem sequer quer ouvir falar em tal coisa e lá vai, passando das palavras aos actos, arranjando maneira de levar para o estádio de Coimbra uns bons concertos “rock”, já que só com a AAC não se governa. Estará mesmo (quase) tudo doido?
Sem comentários:
Enviar um comentário