Não sei se o jornalismo alguma vez terá sido profissão de gente respeitável. Bem gostaria de pensar que sim, e que exemplos de antigos jornalistas conceituados “contados às crianças e lembrados ao povo” não são apenas mitos urbanos. Mas tomando como exemplo o “Prós & Contras” de ontem, e embora não querendo injustiçar, generalizando, não posso deixar de expressar as minhas enormes dúvidas.
8 comentários:
Foi, é, há-de continuar a ser uma profissão responsável. Mas aquilo que ontem apareceu na RTP não são jornalistas. São papagaios, são capachos de A,B,C, ou D. É aquela rapaziada que garante, a pés juntos, que só existirá, em Portugal, jornalismo a sério quando houver uma Ordem de Jornalistas e não um Sindicato de Jornalistas. Quando os ouço fico no limiar do vómito. Provaram ontem porque os órgãos de informação que dirigem se tornaram um esterco!
Meu caro Gin-Tonic. como mtºs da nossa geração, cresci a ouvir falar de grandes jornalistas, por isso quero acreditar. E temos bons exemplos já na nossa geração. Citando de cor, Adelino Gomes, Joaquim Furtado (grande trabalho com "A Guerra"), etc, etc. Mesmo na área de economia, que sempre sigo c/ interesse, como sabes, habituei-me sempre a procurar o que escreve gente como Sarsfield Cabral, p. ex. E gente do desporto como Aurélio Márcio. Ontem, devem todos ter ficado envergonhados...
Essa é forte, JC! Sim, há jornalistas responsáveis, a profissão é responsável, mais, é bem nobre a profissão!
Foi um triste espectáculo o da televisão! Fiquei envergonhado!!!
Os ditos cujos jornalistas que lá apareceram são tão-pouco "jornalistas políticos" que pensam que só a sua opinião é que é determinante e, ainda por cima, dão ares de superioridade moral. Inacreditável a acusação de Henrique Monteiro a João Marcelino!
E, Gin-Tonic, não estou de acordo contigo. Fui um dos primeiros signatários da constituição de uma Ordem (que falta faz ela agora!). E a Ordem não engolia o Sindicato. São coisas bem diferentes! E o Sindicato é que se engoliu a si próprio! Não existe! É retrógado, não conseguiu acompanhar os tempos!
LPA (titular da carteira profissional nº 192, com muita honra!)
Estava desde ontem à espera que te manifestasses. Pois foi forte de propósito, pois o espectáculo foi indecoroso! Como disse no comentário ao Gin-Tonic,ainda existem bons trabalhos jornalísticos, embora aqueles senhores do P&C tudo tivessem feito para dar da profissão triste imagem.
Abraço
Meu caro,
Obrigou-me a ir ver no site da RTP a triste figura que fizeram no aludido programa, não todos, mas a maior parte dos jornalistas presentes. Para mim é evidente que quem mais saiu a perder desta peixeirada foi o PR, uma vez que se já estava enterrado por esta questão, saiu agora soterrado e de forma a nunca mais poder olhar a direito para ninguém.
Relativamente a grandes exemplos de jornalistas do passado, concordo consigo mas, descontaria aqui a diferença abismal que existe entre a forma como se fazia jornalismo antes e agora. Tudo é em directo, à pressa, on line. Por outro lado, como, com o andar dos tempos o bom jornalismo, deixou de ser em Portugal, economicamente viável, devido às tiragens diminutas dos nossos jornais, é óbvio que está em vias de extinção. E gostaria de chamar a atenção para o facto de as redacções estarem entregues a uma maioria medíocre de profissionais que tanto escrevem sobre politica, como sobre futebol. É o que for preciso. Contam-se pelos dedos as excepções. Não há dinheiro? É fácil: estagiários a povoarem as redacções. Ganham pouco? Então que complementem o seu salário com uns favorzinhos... You pay peanuts...you get monkeys! Esta é que é a realidade.
Como é possível por exemplo que eu compre um semanário de referência e que metade do papel fique logo no quiosque para evitar encher o cesto dos papéis lá de casa? Como é possível que em jornais económicos ou em secções económicas de semanários apareçam paginas sobre uma determinada empresa fantástica que exporta para todo o mundo e que no fim factura cerca de 1 milhão de euros? Tudo encomendado! Para não falarmos nas tradicionais gafes de jornalistas a confundir milhares com milhões, dólares com euros e por aí fora....Como é possível que quando lemos num jornal algo que temos conhecimento profundo só encontramos lapsos, imprecisões e muitas vezes mentiras?
E o pior, é que surgiu uma classe de pessoas sem escrúpulos, sempre prontos a esgravatar de qualquer forma e a arruinar a vida de um cidadão, a fim de se fazer notado lá na redacção e mostrar ao chefe a sua contribuição para a subida da tiragem. Esses senhores que investigam tudo e todos, estão como é óbvio acima de qualquer suspeita. É por isso que o meu projecto de reforma passa pelo laicamente de um jornal que se irá dedicar exclusivamente a esmiuçar (como está na modo dizer) a vida particular e pessoal dos senhores jornalistas... A ver se dói.
Correcção
Na ultima linha do meus escrito anterior leia-se... "desses" senhores jornalistas.
Apenas mais outra coisa: o perigo que pode representar um jornalista está na razão inversa da sua excelência. A mediocridade torna-os bem mais perigosos.
Pouco ou nada a acrescentar, caro Rui. No jornalismo desportivo, então, o efeito multiplicador é evidente. Mtº obrigado pela sua colaboração.
Muito obrigado. É sempre com prazer que frequento o seu espaço.
Já agoraé óbvio que eu queria dizer "É por isso que o meu projecto de reforma passa pelo lançamento de um jornal..."
Sorry...
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