Aparentemente (ou será mesmo na realidade?) o “Bloco de Esquerda” desistiu de concorrer ao município lisboeta. Depois da sua ala mais sectária (devo dizer “estalinista”?) ter forçado o afastamento de José Sá Fernandes, é essa mesma lógica que parece prevalecer na candidatura de Luís Fazenda, alguém que reduzirá à expressão mais simples a votação do partido numa sua área preferencial de implantação como parece ser a cidade de Lisboa. Em contrapartida, o PCP, ao optar por Rúben Carvalho, candidata um “alfacinha” (apesar de, penso, não ter nascido ou não viver actualmente em Lisboa) profundo conhecedor da sua cidade, que sempre cultivou "pontes" e uma imagem de alguma "abertura", intelectual prestigiado (é um dos maiores estudiosos do fado, com obra publicada, e da música popular americana) e personalidade capaz de atrair para o voto no seu partido pessoas de outras origens ideológicas. Também o PS, depois do acordo conseguido com Helena Roseta, parece ter finalmente percebido quão importante será ganhar a cidade, vendendo os anéis para não arriscar perder a mão que os segura.
Esta posição do “Bloco”, que provavelmente o conduzirá a uma derrota histórica, acaba por reflectir também a sua profunda fraqueza e incapacidade de actuação a nível autárquico, fruto não só do seu tardio aparecimento na cena política enquanto força única e com algumas pretensões de poder, que o limita na distribuição de benesses característica do poder local, como também da origem maioritariamente jovem e estudantil - um pouco marginal ou pós-moderna ao nível da vivência, se quisermos – dos seus militantes, pouco consentânea com o modelo de funcionamento, baseado na intriga e tráfico de influências, nos pequenos poderes burocráticos e conservadores, que se tornou norma na luta política autárquica.
Esta posição do “Bloco”, que provavelmente o conduzirá a uma derrota histórica, acaba por reflectir também a sua profunda fraqueza e incapacidade de actuação a nível autárquico, fruto não só do seu tardio aparecimento na cena política enquanto força única e com algumas pretensões de poder, que o limita na distribuição de benesses característica do poder local, como também da origem maioritariamente jovem e estudantil - um pouco marginal ou pós-moderna ao nível da vivência, se quisermos – dos seus militantes, pouco consentânea com o modelo de funcionamento, baseado na intriga e tráfico de influências, nos pequenos poderes burocráticos e conservadores, que se tornou norma na luta política autárquica.
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