Apenas uma pequena nota (não faltam por aí “análises”) sobre o debate Santana-Costa de ontem que – confesso – só hoje tive coragem (é o termo!) de ver até ao fim. E essa nota vai inteirinha para a inépcia da entrevistadora, Clara Sousa, mais conhecida pela vida sentimental (?) que expõe amiúde nas revistas do “coração” do que pela qualidade do seu trabalho jornalístico.
Num debate em que os entrevistados se revelaram totalmente narrow minded, ao nível de "queixinhas" de escola primária (“foste tu”; “não, foste tu”), Clara Sousa mostrou-se completamente incapaz de conduzir a entrevista e os entrevistados na direcção da discussão das ideias, de concepções estratégicas para a cidade no espaço ibérico, lugar onde essas concepções devem ser colocadas (Lisboa é apenas a 5ª ou 6ª cidade da península mas a sua maior cidade atlântica e polo da 3ª maior zona urbana), e de integração da cidade no espaço urbano envolvente (sim, Costa ainda tentou falar um pouco da questão da população flutuante, das entradas e saídas de carros da cidade, mas de modo pouco consistente). Pior, Clara Sousa, às tantas, não encontrou nada melhor para perguntar a António Costa do que “qual seria a obra emblemática da sua vereação”, integrando-se, com toda a naturalidade - quando, enquanto jornalista, competir-lhe-ia ter do assunto uma visão crítica - no conceito vigente de gestão autárquica que define o grande presidente de câmara como aquele que “deixa obra”, tangível, de betão, seja ela rotunda, túnel, pavilhão, piscinas ou “nova centralidade”, que a época do fontanário já lá vai (felizmente) há muito.
Tudo isto prova apenas que é muito fácil, e frequentemente justo, apontar a fraca qualidade dos políticos a dedo; mas também que essa ausência de qualidade é muitas vezes potenciada pela inépcia e pouca exigência de quem deveria ter como objectivo contribuir para a melhoria da qualidade do debate político e civilizacional, estando em posição privilegiada para o fazer. Uma tristeza...
Num debate em que os entrevistados se revelaram totalmente narrow minded, ao nível de "queixinhas" de escola primária (“foste tu”; “não, foste tu”), Clara Sousa mostrou-se completamente incapaz de conduzir a entrevista e os entrevistados na direcção da discussão das ideias, de concepções estratégicas para a cidade no espaço ibérico, lugar onde essas concepções devem ser colocadas (Lisboa é apenas a 5ª ou 6ª cidade da península mas a sua maior cidade atlântica e polo da 3ª maior zona urbana), e de integração da cidade no espaço urbano envolvente (sim, Costa ainda tentou falar um pouco da questão da população flutuante, das entradas e saídas de carros da cidade, mas de modo pouco consistente). Pior, Clara Sousa, às tantas, não encontrou nada melhor para perguntar a António Costa do que “qual seria a obra emblemática da sua vereação”, integrando-se, com toda a naturalidade - quando, enquanto jornalista, competir-lhe-ia ter do assunto uma visão crítica - no conceito vigente de gestão autárquica que define o grande presidente de câmara como aquele que “deixa obra”, tangível, de betão, seja ela rotunda, túnel, pavilhão, piscinas ou “nova centralidade”, que a época do fontanário já lá vai (felizmente) há muito.
Tudo isto prova apenas que é muito fácil, e frequentemente justo, apontar a fraca qualidade dos políticos a dedo; mas também que essa ausência de qualidade é muitas vezes potenciada pela inépcia e pouca exigência de quem deveria ter como objectivo contribuir para a melhoria da qualidade do debate político e civilizacional, estando em posição privilegiada para o fazer. Uma tristeza...
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