Mas como este post - já quase me esquecia – é sobre Leiber e Stoller, optei por dois temas, um dos Coasters, eles mesmos, o já citado “YaketyYak” aqui com um vídeo que bem ilustra o tema da canção, e o cover de Manfred Mann para o seu original “Poison Ivy”, ainda com a voz inconfundível de Paul Jones. Ambos, claro, da autoria de Jerry Leiber e Mike Stoller.
Eu sou o Gato Maltês, um toque de Espanha e algo de francês. Nascido em Portugal e adoptado inglês.
quarta-feira, abril 30, 2008
História(s) da Música Popular (86)
Mas como este post - já quase me esquecia – é sobre Leiber e Stoller, optei por dois temas, um dos Coasters, eles mesmos, o já citado “YaketyYak” aqui com um vídeo que bem ilustra o tema da canção, e o cover de Manfred Mann para o seu original “Poison Ivy”, ainda com a voz inconfundível de Paul Jones. Ambos, claro, da autoria de Jerry Leiber e Mike Stoller.
The Football Association: um longo caminho desde 29 de Maio de 1985 e 15 de Abril de 1989
A 15 de Abril de 1989, numa meia final da F. A. Cup disputada em Hillsborough, Sheffield, 96 pessoas encontraram a morte, esmagadas e atropeladas pela multidão, vítimas da obsolescência dos estádios ingleses, ainda com os famosos lugares de “peão” atrás das balizas e as célebres grades a separar as bancadas do relvado, e do deficiente controle de entradas, da organização e do policiamento.
Nos anos seguintes, a F.A. fez o que devia fazer: pegou na excelente base que constituía a maior afficíon futebolística do mundo - um desporto com fortes tradições na classe trabalhadora inglesa, uma sociedade de classes talvez como nenhuma outra no mundo desenvolvido - e ampliou-a, em clubes bem organizados e geridos, definiu e implementou medidas radicais "anti-hooliganismo", reconstruiu os estádios segundo as mais modernas regras de conforto e funcionalidade, contratou jogadores e treinadores estrangeiros para tornar o jogo mais de acordo com os padrões continentais e mundiais, organizou o Euro 96 para mostrar ao mundo o que tinha conseguido fazer e vendeu o espectáculo da Premiership, assim redefinido, através da televisões de todo o mundo, beneficiando do domínio da língua, da hegemonia cultural anglo-saxónica e dos restos de influência do império e da Commonwealth. Salvou a indústria.
Hoje, a Premiership tem uma média de ocupação dos lugares vendáveis superior a 95% (não há bons espectáculos, mesmo na televisão, com estádios vazios ou meio cheios), os clubes ingleses atraem investidores e vendem camisolas até no Burkina Faso, há jogos disputados às 12.45h, como o último Chelsea-Manchester United, para poderem ser vistos no Japão e na China ( a UEFA pensa fazer o mesmo com a final da Champions, passando esta a disputar-se num sábado á tarde) e todos nós, para além do nosso clube de origem, somos do United, do Chelsea, do Liverpool, do Arsenal ou até dos mais modestos Everton, Portsmouth e por aí fora.
No dia 21 de Maio, em Moscovo, pela primeira vez a final da Champions ou da sua antecessora Taça dos Clubes Campeões Europeus será disputada por dois clubes ingleses, podendo um deles voltar a ser o Liverpool, entretanto já novamente campeão europeu. De um lado, para além de ingleses estarão portugueses, franceses, holandeses, argentinos, polacos, escoceses, brasileiros, sérvios, galeses e até um coreano. Do outro, logo à noite veremos, mas entre espanhóis, dinamarqueses, marfinenses, ucranianos ou alemães algo de há de arranjar. Na Praça Vermelha, junto ás muralhas do Kremlin e do túmulo do fundador da República dos sovietes, os adeptos das duas equipas beberão cerveja e entoarão livremente os seus cânticos. O mundo, ou pelo menos metade dele, estará parado a assistir, esteja em paz ou em guerra, no Iraque ou na Faixa de Gaza.
God save the Queen!
terça-feira, abril 29, 2008
Esquadras com vídeo-vigilância?
A geração de 60, Abril e Helena Matos
Helena Matos está equivocada ao afirmar hoje no “Público” (não linkável) “a geração de 60 é uma geração que tem pouco de que se orgulhar em Portugal. Os de direita não foram capazes de reformar o regime. Os de esquerda não foram capazes de acabar com ele. E quer uns quer outros acabaram a ser surpreendidos no dia 25 de Abril por uns capitães pouco lidos mas muito eficazes”.
Em primeiro lugar, quem “fez a tropa” - mesmo como miliciano, que foi o meu caso - sabe que os capitães, nem todos pouco lidos – olhe que não... olhe que não... -, não eram alienígenas: faziam, eles próprios, por direito de idade, vivência e aspirações, parte da geração de 60.
Segundo, porque foram a direita da Sedes, da “ala liberal” do regime e de um outro grupo económico ansiando pelo desenvolvimento - de muitos católicos, também - assim como a esquerda comunista nas fábricas e nos campos, a socialista junto dos governos europeus e a maoista nas universidades (e todas elas na cultura e nas artes) que com a sua acção muito contribuíram para a criação do “caldo de cultura” que culminou em Abril. Ou, já agora, Helena Matos acha que o 25 de Abril nasceu do nada parido por coisa nenhuma?
Uma outra pergunta: na eventualidade de um movimento político do tipo “regenerador”, ao bom estilo das afirmações do General Garcia Leandro, acha Helena Matos que não teria contribuído em nada para a sua eclosão?
domingo, abril 27, 2008
Willie Dixon's Blues Dixonary (5)
sábado, abril 26, 2008
O United está a esvaziar?
Poderá questionar-se porque está a equipa a jogar um futebol contra-natura, tanto esta tarde como na passada 4ª feira em Barcelona, mas Alex Ferguson deve saber que tem nas mãos um limão muito espremido e, gota aqui e pingo ali, já não poderá exigir muito mais. Veremos na 3ª feira em Old Trafford, ou nos próximos fins de semana quando o United receber os “Hammers” e se deslocar para defrontar os “Latics”. Por mim, vou já ali buscar o meu cachecol... e, nesses dias e a essas horas, não contem comigo para nada.
sexta-feira, abril 25, 2008
Aqui se rectifica Santana Lopes
Convenhamos, se um bom milhar de outras não existissem, só esta razão faz toda a diferença.
Cavaco Silva: um discurso de modernidade
Fica a faltar, agora, o que é mais importante e só parcialmente compete a Cavaco Silva: extraída desses resultados a conclusão, definir uma estratégia e planos de acção que permitam começar a inverter a lógica que lhe deu origem, objectivo que, por inverter toda uma filosofia em que assenta a actividade política em Portugal, me parece claramente condenado ao insucesso. É pena!
quinta-feira, abril 24, 2008
Mais PSD
Onde chegámos!
quarta-feira, abril 23, 2008
A selecção nacional de futebol e o Euro 2008: "mapping"
Vejamos:
Racional:
Considerei que os factores determinantes para a escolha do lote final de 23 jogadores são o seu rendimento, principalmente na época em curso, e a experiência em grandes competições internacionais, com o seu carácter e ambiente muito próprios. Daí ter optado por essas duas vertentes como vectores (eixos) fundamentais que definem o posicionamento de cada jogador. Claro que haverá outras, algumas bem subjectivas outras que têm que ver com modelo e sistema de jogo, mas o que se pretende com este "mapping" é minimizar essa mesma subjectividade (dentro do possível, já se vê) e, simultaneamente, centrar a atenção naquilo que é essencial em última instância.
Em termos de rendimento ponderei o facto de ser diferente ter um alto rendimento num grande clube europeu, inserido num campeonato de topo, ou em clube mais “modesto” em competições menos exigentes. No primeiro caso estarão os clubes da chamada 1ª divisão europeia e dos campeonatos inglês e espanhol e no outro clubes como o Benfica e Sporting, talvez com o FCP in between. Para a avaliação contei, para além da minha opinião subjectiva, com as análises dos jogos feitas por jornais e sites portugueses e estrangeiros.
Como experiência em grandes competições internacionais, considerei principalmente as últimas fases finais de europeus e mundiais, mas também a Champions League e, em menor grau, a taça UEFA, para além, embora com bem menor ponderação, da experiência em campeonatos mais exigentes ou até em grandes competições das categorias de formação.
Claro que quando posicionamos cada jogador em função destes eixos não estamos a ser demasiado rigorosos, constituindo esse posicionamento uma aproximação. Poderá haver sempre quem diga que os jogadores A ou B deveriam estar uns milímetros mais acima ou abaixo, para a esquerda ou para a direita, mas isso é irrelevante, neste caso, para a análise que se pretende efectuar.
Incluí 27 jogadores, tendo em consideração aqueles que têm sido chamados com mais frequência nos últimos dois anos. Espero não me ter esquecido de nenhum.
Posto isto, que concluir?
Dos 27 jogadores considerados, 18 (62%) estão posicionados na metade direita do "mapping", possuído experiência significativa em grandes competições, o que é positivo.
Dos posicionados na metade esquerda, 4 têm apresentado um superior rendimento, sendo que 3 deles jogam na melhor equipa portuguesa de momento, com hábitos ganhadores, e participaram regularmente na Champions League. Moutinho é o restante, possuindo, no entanto, já experiência não negligenciável em competições internacionais. Podem ser boas surpresas, pois já demonstraram personalidade e ambição. Não podem ser a base, dada a sua pouca experiência, mas constituirão certamente opções a ter em conta.
No quadrante inferior esquerdo (o menos “valioso”), Rui Patrício é 3º G.R. (dificilmente jogará e, por isso, não valerá a pena perder muito tempo com o assunto a não ser para lembrar que Hilário seria a única hipótese de a selecção ter um 3º G.R. mais próximo do lado direito do "mapping", pois tem jogado, com relativa regularidade, num dos grandes da Premiership). Makukula e Jorge Ribeiro serão últimas escolhas, e somente estão incluídos no lote porque para essas posições Portugal tem poucas ou nenhumas opções e Veloso (o seu rendimento não tem sido elevado nos últimos 2/3 da época) não será também uma 1ª escolha, para além de ser um polivalente e Portugal estar claramente deficitário na posição “6”. Ah, e há o caso de Quaresma, com a mesma experiência dos seus companheiros de clube mas com um rendimento constante inferior, principalmente nesta última fase da época.
Vamos à parte menos agradável:
Quim, penalizado em termos de experiência face a Ricardo por não ter sido titular no Euro 2004 e no Mundial 2006, apresenta uma relação rendimento/experiência bem mais positiva. Mas isso já todos têm dito.
No quadrante superior direito (o mais “valioso”) encontramos fundamentalmente extremos (se é que Cristiano é extremo), ou, melhor dizendo, avançados “não pontas-de-lança” e defesas centrais, claramente os sectores mais fortes da equipa.
4 jogadores de meio-campo e com grande experiência a alto nível (Deco, Petit, Tiago e Maniche) estão na metade inferior do "mapping", em termos de rendimento. O grande desafio de Scolari será fazer com que subam para o quadrante superior durante o período de preparação. Um desafio difícil e com probabilidades de êxito não muito elevadas, mas não tem alternativa.
3 dos possíveis ponta-de-lança estão ao nível mais baixo em termos de rendimento, sendo assim Hugo Almeida o único a aproximar-se da metade superior do "mapping" (e mesmo assim...). Claramente um problema.
A menor experiência de Bosingwa face a Paulo Ferreira e Miguel parece ser bem compensada pelo seu melhor rendimento. O jogador pode vir a ser um plus, mas o lado direito da defesa não deve ser sector a deixar Scolari muito preocupado, mesmo que em termos de rendimento as outras opções pareçam ser não mais do que uma alternativa segura.
Posto isto: boa sorte!
terça-feira, abril 22, 2008
Francisco Martins Rodrigues (1927 - 2008): a morte de uma figura mítica do movimento comunista em Portugal
Galeria de Horrores
Hoje apetece-me dizer isto...
segunda-feira, abril 21, 2008
"Huit Femmes" (8)
Tiago Monteiro e os subsídios
domingo, abril 20, 2008
sábado, abril 19, 2008
As Capas de Cândido Costa Pinto (42)
sexta-feira, abril 18, 2008
Reposições (2)
"Huit Femmes" (7)
Reposições...
Como estamos em época de reposições - uma semana complicada a isso me obriga -, tal como acontecia no Verão com os cinemas quando eu ainda gozava os prazeres da adolescência, um post com especial actualidade, publicado em Outubro do ano passado, agora que se aproximam novas eleições no PSD. Já agora, e falando de cinema, o PSD parece definitivamente dedicado às sessões contínuas, com filmes "Série B" de 24 partes e 12 episódios, tipo cinema "piolho" do passado. Veremos se, no fim, o "rapaz" salva finalmente a pikena das garras dos bandidos...
O PSD e as suas "estrelas"
"Confesso que existe algo no PSD que me faz uma especial confusão e me causa estranheza: a especial predilecção do partido pela promoção a figuras de referência de “falhados” politicamente; daqueles que, na sua actividade enquanto governantes e independentemente das suas qualidades pessoais e profissionais, revelaram especial falta de sentido político ou falharam na consecução dos seus objectivos ou na obtenção de quaisquer resultados considerados relevantes. Querem exemplos? Tenho a maior consideração profissional por Manuela Ferreira Leite, enquanto economista. Penso, também, ser uma pessoa com qualidades pessoais acima de qualquer suspeita. No entanto, politicamente, não deixou marca enquanto ministra da educação e falhou rotundamente enquanto responsável pelas finanças, com certeza não por incompetência técnica mas por inabilidade política dela própria ou do governo a que pertencia. Há ainda o caso de Pedro Santana Lopes, elevado à categoria de estrela (ou pop star?) do partido e do congresso de Torres Vedras, abstendo-me eu, por pudor e por se revelarem desnecessários, de quaisquer comentários sobre os resultados políticos da sua gestão no governo de que foi primeiro-ministro e na C âmara de Lisboa.E se quiser ser politicamente incorrecto, não estando em causa o seu perfil enquanto cidadão (antes pelo contrário), podemos ainda falar de Francisco Sá Carneiro, fundador do partido e sua principal referência, ao lado do estrondoso falhanço da “ala liberal”, promotor (ou apoiante entusiasta) daquilo que ficou conhecido para a História como o “golpe” Palma Carlos (cuja derrota acabou por levar ao poder Vasco Gonçalves com os resultados que todos conhecemos) e promotor da iniciativa falhada de apresentar como candidato à Presidência da República, contra a reeleição de Eanes, um desconhecido general com perfil e imagem demasiado “à direita”. Não tenho uma explicação (talvez um dia pense no assunto), mas acho que os militantes do PSD têm aqui matéria para aturada reflexão - se é que isso lhes interessa."
quinta-feira, abril 17, 2008
"Huit Femmes" (6)
Mais um "post" sobre o Boavista F. C.
Já agora que o assunto é actual, mais um post arrancado aos arquivos do "Gato Maltês" sobre a família Loureiro e o Boavista F. C., escrito há um ano, no dia 23 de Abril de 2007
"No “Mais Futebol”, Luís Sobral escreve um artigo interessante sobre a actual decadência do Boavista F. C., poucos anos depois de se ter sagrado campeão nacional e ter chegado à segunda fase da “Champions League” e às meias-finais da Taça UEFA. Não vai, no entanto, ao fundo da questão. Vejamos. O Boavista foi, nas décadas de 80 e 90, o instrumento fundamental da ascensão ao poder de Valentim Loureiro, tal como o FCP o foi para o poder económico, empresarial e político emergente no Grande Porto após a normalização democrática do 25 de Novembro de 1975. Essa afirmação política e empresarial de Valentim Loureiro passou, em primeiro lugar, pela “lavagem” de imagem depois dos seus problemas com a justiça militar na fase final da ditadura, que nada tiveram que ver com a política mas sim com o seu comportamento e actuação enquanto oficial de Administração Militar. O ter ascendido a presidente do Boavista possibilitou, pois, não só a “lavagem” dessa imagem (tornando-o conhecido e permitindo-lhe o acesso fácil aos "media"), como, com a habitual complacência da normalmente subserviente e pouco dada a críticas e investigações imprensa desportiva, mostrar “obra feita” no clube, credibilizando-o e criando para si próprio uma imagem de “fazedor”, empreendedor e gestor competente. Foi alicerçado na imagem e poder assim conseguidos que teceu a sua teia de relações e tráfico de influências, que lhe permitiram a sua ascensão política e desportiva, levando-o a vice-presidente do PSD, autarca, administrador do Metro do Porto e presidente da Liga de Futebol Profissional (e por aí fora...). Mas, se foi a presidência do Boavista F. C. a base, o ponto de partida para a criação deste seu poder, foi esse mesmo poder, criado numa teia de relações que passou inclusivamente pelas ligações à Guiné Bissau, que lhe permitiu levar o Boavista F. C. a campeão nacional, investindo o suficiente no futebol do clube, quando isso foi indispensável para a prossecução dos seus objectivos, e dominando as estruturas de decisão desportiva, desde o ministro (José Lello) ao dirigente máximo da arbitragem (Pinto de Sousa), passando pela sua própria eleição como presidente da Liga. Foi esta estrutura, a teia gigante assim construída durante anos, que inclusivamente passou por ser o único dos “não grandes” a cometer a loucura de construir um estádio de 30 000 lugares (raramente mais de 5 000 estão ocupados) para o Euro 2004, que levou o Boavista F. C., mesmo com um treinador medíocre e iletrado (que a partir daí acumulou despedimentos e fiascos por todo o sítio por onde passou), a campeão nacional, cumprindo mais um passo no percurso traçado, para si mesmo, por Valentim Loureiro no seu projecto de poder pessoal. Uma vez conseguidos os objectivos fundamentais, de imediato o clube desinvestiu, pois nada no projecto indiciava sustentabilidade, e basta comparar, a preços constantes, os orçamentos dos seus anos dourados com os orçamentos actuais. Sobreveio, com a entrada na “zona euro”, a perda de poder do “norte”, a nível político e empresarial, e o “Apito Dourado”, retirando-lhe poder no seu partido, no futebol e nos "media", foi uma machadada decisiva neste seu projecto.É uma história exemplar do Portugal das últimas décadas."
quarta-feira, abril 16, 2008
"Huit Femmes" (5)
Parece que o Boavista F. C. poderá acabar na próxima sexta-feira
"Se nada se alterar nos próximos dias, e no futebol isso não constituiria qualquer surpresa pois “o que é verdade hoje é mentira amanhã” (ou inversamente, já que vice-versa aprendi com um ex-professor de análise matemática que apenas se usava nos horários de caminho de ferro), o ciclo da família Loureiro à frente do Boavista Futebol Clube irá chegar ao seu fim. Não se trata de mais um caso paradigmático, do pós 25 de Abril, de personalidades de passado duvidoso (neste caso poucas dúvidas existem) que se serviram do futebol para lavar a sua imagem num contexto de confusão ou vazio político, social e económico, por essa via acedendo ao mundo da política e dos negócios (a sagrada trilogia). Este é um caso exemplar e ímpar de um projecto de poder pessoal e familiar - alicerçado no poder económico e político que o Porto-cidade adquiriu num contexto de crise nacional - porque não aconteceu num obscuro clube de província; porque o Boavista F. C. chegou a campeão nacional, a uma meia-final da taça UEFA e a uma segunda fase da "Champions League"; porque Valentim Loureiro foi presidente e homem forte da Liga e porque ocupou cargos de responsabilidade nacional num dos partidos do chamado “arco governamental”. Também porque chegou a presidente de câmara de uma das mais importantes autarquias do país.
Contrariamente ao que aconteceu com o seu vizinho FCP, que cresceu e se afirmou num contexto semelhante, o B.F.C. não foi bandeira de um projecto político e de poder – hoje em dia em recessão - de uma região, exercido através de “testas de ferro” como Fernando Gomes, Luís Filipe Menezes, Nuno Cardoso, Adrianos Pinto e Pôncios Monteiros. Não tinha, na sua base, uma ideologia de suporte mas apenas uma voz tonitruante. Foi apenas e só um projecto de poder pessoal e familiar que, por mais fraco, teve de se afirmar através da ocupação directa de cargos por parte do seu principal intérprete. Por isso mesmo, pela sua natureza familiar, teve também direito a herdeiro-filho varão. Foi uma bolha que cresceu e rebentou à medida das necessidades desse projecto de poder pessoal e familiar, para o qual a entrada no “clube” dos estádios do Euro 2004 era condição essencial de afirmação, o que terá levado à ruína o clube que lhe serviu de veículo e suporte. Teve a condescendência, senão mesmo a conivência e o apoio generalizado, dos “media”, que o apresentavam com um exemplar caso de gestão. Exemplar, sim, mas por outras razões bem diversas das que usaram para nos tentar convencer."
Os portugueses ainda esperam um gesto de Cavaco Silva
Não basta a Cavaco Silva usar a sua influência de bastidores para que o bom senso possa prevalecer no relacionamento entre o poder madeirense e a respectiva oposição e, principalmente, para colocar um limite à linguagem desabrida e carroceira do presidente do governo regional e ao seu desrespeito pelas instituições da democracia, pelo que se viu anteriormente aplaudida pela segunda figura do Estado, o presidente da Assembleia da República, o último que o deveria fazer. Eleito por mais de metade dos portugueses, em sufrágio directo e universal, e representando legitimamente todos eles, seria indispensável para estes, como exemplo, escutar uma palavra ou assistir a um gesto público do Presidente da República sobre o respeito e a ética que deve presidir ao relacionamento entre orgãos do Estado e o comportamento, ao nível da linguagem e dos actos, exigível a todos os seus representantes democraticamente eleitos. Está, pois, em dívida para com os portugueses.
PS. Gostei de ouvir Manuel Alegre pronunciar-se sobre o caso. Pena que não tenha tido a mesma atitude perante as declarações de Jaime Gama.
terça-feira, abril 15, 2008
"Huit Femmes" (4)
História(s) da Música Popular (85)
The Coasters - "Smokey Joe's Cafe" (Jerry Leiber-Mike Stoller)
O grupo nasceu como Robins, em LA, e conseguiram um primeiro sucesso (#1 nas charts R&B – era o tempo de "hit parades separados para música branca e música negra e o rescaldo dos tristemente célebres race records das décadas da depressão e dos tempos pré guerra) em 1950 com “Double Crossing Blues”. Quando se mudaram para uma major, RCA em 1953, associaram-se com Leiber e Stoller e com estes passaram para a Spark Records, no ano seguinte, onde gravaram “Riot In Cell Block nº 9” e “Smokey Joe’s Café”. Este último foi o responsável pela sua contratação, e também de Leiber e Stoller, pela Atlantic de Ahmet Ertegün, uma das duas maiores divulgadoras de música negra da América (a outra terá sido a Motown, de Detroit) e seguramente a mais fiel às suas raízes.
Pois foi a partir daqui que os Robins passaram a Coasters, mas esta é já a continuação da história.
P.S. Sobre os Coasters sugiro o CD “The Very Best Of The Coasters”, da Rhino; sobre a Atlantic Records o conjunto de sete CDs “Atlantic Rhythm and Blues, 1947-1974”.
segunda-feira, abril 14, 2008
"Huit Femmes" (3)
Tem o seu quê de Elton John, esta balada escrita por Michel Berger e Françoise Hardy em 1973 e aqui interpretada por Isabelle Huppert. Claro que a versão original é da mesma Françoise Hardy, já num período em que o movimento Yé-Yé tinha ficado para trás e Françoise fazia uma necessária inflexão, aliás bem sucedida, na sua carreira. Curioso é que France Gall (essa mesmo, do “Poupée de Cire, Poupée de Son”) a interpretou uns anos mais tarde, em 1994, mesmo assim ainda antes da data do filme de Ozon.
A Académica quer construir um novo estádio (!!!???)
Segundo o candidato da oposição, João Francisco Campos, a Académica teve seis treinadores nos últimos cinco anos e contratou 82 novos jogadores. Mais, este acusa José Eduardo Simões de ter aumentado o passivo do clube, nos últimos quatro anos, de 7 para 10.5 milhões de euros (50%, para os mais distraídos).
Seria para uma investigação a este tipo de situações que Luís Filipe Vieira pretendia a intervenção da Polícia Judiciária no futebol? Não me parece, mas melhor seria que o fosse. Não era, meu caro LT?
Espanha não quer TGV a parar em Alcochete
Pesidente da República ou "Sr. Silva"?
domingo, abril 13, 2008
"Coelhone"
Digamos que a circulação de políticos entre os governos, o Estado e as empresas é uma inevitabilidade e que, como inevitabilidade que é, não se combate com legislação, com proibições e períodos de “defeso”, com mais ou menos “nojo”, mas com transparência (sim eu sei, a palavra é abominável) que permita avaliar de que modo e quando alguns dos seus actos prejudicam ou favorecem A ou B em favor ou desfavor de C ou D, ou vice-versa. Isto porque, com ou sem “nojo”, com ou sem proibição ou defeso, ela – essa circulação ou colaboração - acontece com e apesar delas – das proibições – contribuindo um cerco demasiado apertado apenas para definir o modo como queremos que se faça: às claras, como acontece agora com Jorge Coelho e aconteceu com outros no passado, ou “à socapa”, por debaixo da mesa nos bares de “Speakeasy, como na “Prohibition”, à margem do escrutínio público.
Tendo dito isto, o caso Jorge Coelho apresenta uma especificidade que o torna mais apetecível para os media e, logo, para o escrutínio público – o que é positivo -, e essa especificidade chama-se... Jorge Coelho. E porquê?
Bom, bem ou mal Jorge Coelho não é visto como um pensador ou um estratega da política, muito menos um teórico com obra publicada, um mestre do discurso florentino. Ele não é o nº 10, o tecnicista que com um passe inteligente, duas fintas de génio a tirar o adversário do caminho, abre a defesa adversária para que o “matador” da equipa complete a jogada. Jorge Coelho é o “carregador de piano”, aquele que leva a equipa às costas e a quem se recorre nas ocasiões de grande dificuldade, quando tudo ou quase parece perdido. Pelo contrário, ele é o “Coelhone” do “Contra-Informação”, alguém com grande sensibilidade política, como lhe chamou Pacheco Pereira, não sei se Jorge Coelho se apercebendo, com essa mesma sensibilidade política que Pacheco Pereira lhe atribui, que, vindo de quem vem, de um intelectual e de um pensador político, isso estaria longe de corresponder a um elogio. Mais ainda, não é alguém, como António Vitorino, por exemplo, que conquistou as suas estrelas, a sua aura cosmopolita, fora do país, num lugar de responsabilidade na capital política europeia, o que lhe permite ter feito o mesmo que Jorge Coelho e continuar a tecer algumas considerações, mais ou menos inócuas e medidas ao milímetro dos seus próprios interesses, em horário nobre da televisão pública sem que ninguém pareça interessar-se muito por isso, por essas considerações e pela sua nula importância. Nada disso. Jorge Coelho sempre foi visto como um representante das bases, da província política, o seu alter ego por elas colocado num lugar de responsabilidade na hierarquia do partido para defender os seus “interesses” no Largo do Rato, no antigo Palácio dos Marqueses da Praia. É alguém que, acham, aparenta ser como eles: no modo como se exprime, em alguma rudeza dos seus traços físicos e no modo como se veste, no militantismo e numa aparente desvalorização do calculismo e do jogo político. É isso mesmo que parece transparecer na sua célebre frase “quem se mete com o PS, leva”, devendo este PS ser aqui interpretado como o partido desses mesmos militantes, das “bases”, lutando nesse Portugal profundo, acham eles que com a quase indiferença da maioria de uma direcção partidária que falará uma outra linguagem, ao contrário de Jorge Coelho de quem se sentem perto, pelo “seu” partido.
Quer se queira quer não, é este perfil de Jorge Coelho, aparentemente tão desajustado ao lugar que agora vai ocupar, talvez mesmo visto pelo PS profundo como um “traição” a um ideário desde cedo assumido, que contribui para um avolumar da mediatização do seu caso e para o impacto e estrondo causados, embora, na realidade, apenas isso, e não a sua essência, possa constituir uma diferença face a tantos casos anteriores ou futuros: simplesmente, it doesn’t fit...
sábado, abril 12, 2008
Os poemas e as canções de Leonard Cohen (3)
Yes you who must leave everything that you cannot control.
Well they lay down beside me, I made my confession to them.
When I left they were sleeping, I hope you run into them soon.
sexta-feira, abril 11, 2008
A passividade dos sócios do SLB
"Huit Femmes" (2)
Pois, continuemos com o filme de François Ozon, desta vez com um tema de Edmond Bacri (música) e André Popp (letra) – escreveram para Montand e Aznavour - cantada originalmente (isto é, em 1967) por Marie Lafôret: “Mon Amour, Mon Ami”. Aqui o trabalho está a cargo de Virginie Ledoyen acolitada por Ludivine Sagnier, que se saem bem a contento e com graça da tarefa.
quinta-feira, abril 10, 2008
As 8 propostas do Ministério da Educação ao correr do teclado ou de como este e sindicatos são as 2 faces de uma mesma moeda
Duas ou três notas, ainda muito a quente e ao correr do teclado, sobre as oito propostas do Ministério da Educação aos Sindicatos, passando por cima do facto das classificações de “Insuficiente” e “Regular” este ano não terem influência na progressão na carreira o que significa que o Ministério admite a sua própria incapacidade para lidar com a avaliação e reconhece a pouca confiança que esta lhe merece (já agora, as classificações de “Bom” e acima desta contam para essa mesma progressão? E porquê esta discriminação que em nada favorece a melhoria lectiva, antes a prejudica?)
"Criar condições para a participação dos sindicatos no acompanhamento e monitorização do sistema de avaliação de desempenho docente. Até aqui apenas se previa a intervenção do Conselho Científico para a Avaliação dos Professores, Inspecção-Geral da Educação, Direcção-geral dos Recursos Humanos da Educação e Conselho de Escolas" – Das duas, uma (ou três, se me permitem): ou é apenas para entreter os sindicatos e estes darem uma satisfação aos seus associados ou então estamos perante uma nova versão do corporativismo do Estado-Novo, da conciliação de classes no interesse comum. Ou, pior ainda, o Ministério decidiu pôr a raposa de guarda ao galinheiro, para que não existia qualquer avaliação. Esta terá de ser sempre uma responsabilidade das hierarquias e, por esse motivo e depois de discutida com o trabalhador, apenas poderá ser monitorizada por instâncias superiores dessas mesmas hierarquias. Caso o professor sinta que está a ser cometida alguma ilegalidade poderá, então, se o desejar, recorrer à ajuda do seu sindicato, como acontece em qualquer outra profissão e num país democrático. Já alguém assistiu a algo de semelhante – os sindicatos envolvidos no processo de avaliação - no mundo empresarial?
"Estabelecer regras especiais de acesso à categoria de professor titular para os docentes que estão a exercer funções ou actividades de interesse público, designadamente deputados, autarcas, dirigentes da Administração Pública e dirigentes sindicais. Pretende-se garantir que professores não sejam prejudicados nos concursos pelo facto de não estarem a dar aulas ou a exercer cargos nas escolas." Isto significa que os professores que tenham estado a exercer as tais funções de “interesse público” (quer dizer: políticas) poderão “passar à frente” de quem esteve efectivamente a dar aulas, a actividade fundamental de um docente. É a porta aberta a uma maior politização do cargo de professor titular e, também, ao seu controlo pelos sindicatos. Espanta-me como a maioria dos professores, os que “dão aulas”, tão cientes da nobreza sua actividade escolar por vezes tão demagogicamente agitada, possam aceitar esta vitória da burocracia sobre o trabalho efectivo na função. Mas aguardemos por essas regras especiais... não deixando de frisar, claro está, que, por razões óbvias, esta é uma proposta em que o Ministério é parte bem interessada e que funciona a seu favor.
Mais uma nota final: três das oito propostas visam reduzir o número de horas de trabalho lectivo prestado pelos professores. Sem mais comentários...
"Huit Femmes" (1)
E por onde começar? Bom, escolhi este “Papa, T’es Plus Dans Le Coup”, um rock-boogie muito Yé-Yé. Trata-se de um original de Sheila (1963), escrito por Jil (música) e Jean e Jacques Plait (foram autores de alguns dos originais de Johnny Halliday), e, no filme, interpretado por Ludivine Sagnier com a preciosíssima ajuda de Catherine Deneuve e Virgine Ledoyen.
Pedimos desculpa por esta interrupção; as reformas seguem, ou não, dentro de ano e meio.
Tudo isto é de facto um problema, mas o maior problema virá sempre quando se olha um pouco mais longe, mesmo que o governo e o PS se recusem fazê-lo.
Que quer isto dizer? Muito simples.
Tudo indica que o PS ganhará as eleições em 2009, e até o poderá vir a conseguir com maioria absoluta, talvez. Que autoridade e credibilidade terá, então, quando quiser voltar ás reformas, forçando uma política com algumas medidas impopulares, necessariamente? Diria que pouca ou nenhuma, infelizmente. Ou será, em alternativa, que as reformas eram não mais do que fogo-fátuo e está apenas à espera que uma mudança da conjuntura económica internacional e as faraónicas obras públicas previstas produzam, a prazo, um maior crescimento económico que tudo e nada resolva, por si? E que um eventual equilíbrio de déficit, entretanto conseguido (?), lhe permita alguma folga para uma política anti-cíclica, se e quando julgar necessário?
Se calhar não pensou em nada disto, e quer apenas ganhar eleições. Tanto pior para todos, claro.
quarta-feira, abril 09, 2008
Ângelo Correia
Por uma outra razão esse comeback deixou de lhe ser útil.
Por esta mesma razão Ângelo Correia decidiu afastar-se.
Não muito, pois nunca se sabe bem o dia de amanhã.
E como, bem à portuguesa, as coisas nunca são como são, são sempre como os portugueses gostariam que elas fossem, Ângelo Correia decidiu arranjar um pretexto.
Não muito claro, para que se fale dele e ele, Ângelo Correia, possa parecer muito mais inteligente do que realmente é, o que em Portugal se identifica amiúde com esperteza.
Hélas!
História(s) da Música Popular (84)
Mas voltando a “Where’s The Girl” existe ainda a tal versão de Ben E King e uma outra de Jerry Butler (integrou os Impressions e o seu “For Your Precious Love” põe a milhas os tear jerks – em português diz-se “música para constituir família”? - de Percy Sledge, por exemplo), tanto quanto sei e lá vou conseguindo saber alguma coisa. Mas, como “isto anda tudo ligado” – dizia o Eduardo Guerra Carneiro - também os Walker Brothers “pescaram” a Curtis Mayfield, fundador dos Impressions e sua voz principal depois da saída de Jerry Butler, o seu “People Get Ready”, e ainda bem que o fizeram: é que nem sempre se deve preferir o original e está é uma boa prova do que digo. Está no álbum “Portrait”, mas um dia lá iremos! É que este - lembram-se? - é apenas e ainda o capítulo dedicado a Leiber e Stoller.
terça-feira, abril 08, 2008
No país dos sovietes (5)
segunda-feira, abril 07, 2008
Ainda o meu "post" sobre Karajan
Nesta interpretação de Perlman, a Filarmónica de Berlim é dirigida por Daniel Barenboim, um argentino de nascimento naturalizado israelita e defensor do diálogo israelo-palestiniano, merecendo, por isso, e também pela sua qualidade como pianista (tenho alguns concertos de Mozart por ele interpretados) e conductor, o meu reconhecimento.
Foi o primeiro maestro, se não estou em erro, a dirigir Wagner em Israel, o que lhe valeu algumas inimizades e gerou ainda maior polémica. Também por isso, o meu reconhecimento e louvor.
O acordo ortográfico e a política
Também, devo dizer, não sou purista de uma língua, que só em parte é a minha, daqueles que gostariam de escrever "sahida" e "pharmácia" e chamar "aléu" ao stick do hóquei em patins; farto-me de utilizar termos em inglês e francês, quando me apetece e dá na real gana, e até digo "printar" em vez de imprimir se estiver para aí voltado. Pior, aprendi no “Cavaleiro Andante” que o Capitão Haddock era Rosa, o que estragava completamente o double meaning (cá está), e o Michel Vaillant era Gusmão (cá está outra vez o dito), o que era de uma estupidez á medida do regime. Por outro lado, se ler-mos à portuguesa o nome do campo fortificado romano (Babaorum) dos livros do Astérix, a “coisa” não tem mesmo qualquer graça .
Having said this (cá está ele, sempre a perseguir-me), quer-me bem parecer que na base de um qualquer acordo ortográfico que por aí venha - seja ele qual for, com predominância ou não do português do rectângulo - está uma concepção (agora, não sei como é, se uso ou não o “p”) política de um Portugal luso-tropical (será assim ou sem hífen?), de uma cultura tropicalista que teima em amarrar Portugal a concepções (pronto, conceções) terceiromundistas (o dicionário diz que não é assim: terceiro-mundistas) e ex-imperiais (aqui é com hífen?), afastando-o de uma visão eurocêntrica, política e culturalmente. No fundo, depois de descascada a cebola, é isto que está em causa, é este o key issue (querem, “a questão-chave”?) da questão. E se nos deixássemos mesmo de veleidades e tiques de fidalgo arruinado e investíssemos esse dinheirinho a, para além do inglês, ensinar castelhano nas escolas? A sério, não o"portonhol"!
domingo, abril 06, 2008
Willie Dixon's Blues Dixonary (4)
The Animals - "I Just Want To Make Love To You" (Willie Dixon). Gravação de 1964
Ana Jorge e a comunicação das políticas de saúde
Nada de novo ao cimo da Terra, portanto: cento e cinquenta anos antes tinham-se revoltado contra o fim dos enterros nas igrejas, pois preferiam Deus a uma melhoria das condições de saúde pública.
sábado, abril 05, 2008
Outras Músicas - Herbert Von Karajan
Já agora, num registo que penso será completamente diferente, aguardo com expectativa a “integral” das sinfonias de Beethoven por Jos van Immerseel e da Anima Eterna, da qual já me foi dado ouvir uns excertos. Darei notícia.
Eu hoje gostava de dizer isto...
sexta-feira, abril 04, 2008
Um 25 de Abril passadista
O 25 de Abril abriu o país ao futuro e ao progresso e, também na música, com uma ou outra excepção, consubstanciou aquilo que de mais moderno e progressivo se fazia então em Portugal. Espectáculos como este, comemorativo dos 25 anos da Associação 25 de Abril, são conservadorismo e passado e, hoje, quase nada os distingue dos Serões para Trabalhadores e das memórias do pior nacional-cançonetismo. Cuidadosamente a evitar.
Parafraseando o PCP, "não foi para isto que fizemos o 25 de Abril".
Max Mosley - quem sai aos seus...
quinta-feira, abril 03, 2008
Juizes
Como prova, hoje de manhã o Fórum TSF resolveu questionar os portugueses sobre a decisão do Conselho Superior da Magistratura de não permitir aos juizes comentários públicos sobre as decisões e acordãos dos seus pares, algo que, perante o que se passou nos últimos casos mais mediáticos (Mc Cann, Casa Pia, etc), deveria ser de um linear entendimento, evitando que dos juizes florescessem, repentinamente, uma plêiade de Moitas Flores de toga. É que, para memória futura, já me bastou um juiz de T-shirt e ténis saltitando no passeio, alegremente, a caminho do ginásio na sua hora de almoço. Mesmo que à hora de almoço, mas num dia de trabalho, terá ele ouvido alguma vez falar em dress code?
O Estado demitiu-se da política?
Depois das questões técnicas e de custos invocadas para a localização do novo aeroporto de Lisboa (a questão do tipo de estrutura aeroportuária, que deveria estar no centro do debate, seria bem mais difícil de explicar apenas recorrendo a este tipo de argumentos) sem sequer levar em conta algo tão primitivo, em Economia, como o chamado efeito multiplicador, depois de igual tipo de racional ser agora apresentado como justificação maior para a construção da nova travessia do Tejo, ao ponto de um estudo técnico ser aprovado pelo conselho de ministros onde terá chegado “sem passar pela casa da partida e sem receber os dois contos”, chegou a vez de algo situado no campo mais estrito do político, a data das eleições, ou melhor, a coincidência temporal de legislativas e autárquicas, ser apresentado pela CNE dando especial ênfase a um racional exclusivamente integrado numa óptica de custos (é mais barato “não sei quantos milhões” fazer coincidi-las na data).
Das razões desta histeria já muito foi dito e, também por aqui, acima referido. O problema é que o Estado democrático, ao embarcar nesta onda e, mais ainda, ao funcionar como seu elemento catalizador, está e negar e demitir-se das suas próprias funções – fazer política em nome dos cidadãos que elegem os seus orgãos – abrindo ainda mais caminho ao afastamento dos cidadãos da “coisa pública” e, logo, ao carácter supletivo que assume e consequente desnecessidade da sua própria existência
quarta-feira, abril 02, 2008
História(s) da Música Popular (83)
Mas, voltando a Leiber e Stoller, hoje é dia de passarmos “Take It Like A Man” em duas versões. Uma, a de Gene Pitney (1961), também ele compositor e intérprete bem ligado ao Brill Building e que por aqui já andou a propósito de Barry Mann e Cynthia Weil, mas também como compositor do célebre “He’s A Rebel” das Crystals; outra, claro está, a dos Walker Brothers (1966) O tema faz parte do álbum “Portrait” (o grupo apenas editou três álbuns antes da sua “reunião” em 1975), onde as ligações a Leiber e Stoller se estabelecem também através de “Where’s The Girl” (vão ter que esperar pelo próximo “episódio”) mas, ainda, de “Living Above Your Head”, uma canção que não é de Leiber e Stoller mas cujo original é interpretado por Jay and the Americans, um dos grupos com quem a dupla trabalhou mais de perto.
Vale mesmo a pena ouvir!