Herbert Von Karajan dirige a 7ª Sinfonia (opus 92) de Beethoven
Não me confesso um indefectível de Beethoven, distribuindo-se as minhas preferências bem mais por uma tríade tão díspar como Bach, Mozart e Wagner, mas existem certamente duas peças de Ludwig Van, como o denominava o célebre Alex do “Clockwork Orange” de Kubrick, que certamente levaria para uma ilha deserta, se me desculparem o malfadado lugar comum. Uma delas seria o seu único concerto para violino (opus 61), de preferência interpretado por Isaac Perlman, a outra seria esta 7ª Sinfonia, que aqui deixo, personalidade e vida controversa à parte (foi membro das SS: desculpa-se isso aos génios ou os génios são mesmo assim?), dirigida por Herbert Von Karajan, de quem hoje se comemora o centenário do nascimento. Não direi que da vida está perdoado (deverá andar ás voltas com o julgamento do Criador, se ele existir o que não creio), mas da música...
Já agora, num registo que penso será completamente diferente, aguardo com expectativa a “integral” das sinfonias de Beethoven por Jos van Immerseel e da Anima Eterna, da qual já me foi dado ouvir uns excertos. Darei notícia.
Já agora, num registo que penso será completamente diferente, aguardo com expectativa a “integral” das sinfonias de Beethoven por Jos van Immerseel e da Anima Eterna, da qual já me foi dado ouvir uns excertos. Darei notícia.
6 comentários:
Mais um ponto que temos em comum, JC... a minha tríade também é a de Bach, Mozart e Wagner... embora, em termos formais, Beethoven talvez seja o mais consistente compositor de todos os tempos... mas não o meu preferido!
Assinaria o comentário, Filhote.
Sempre tive pela 7ª Sinfonia um interesse, um qualquer prazer secreto que nunca consegui resolver, explicar. Provavelmente das menos amadas sinfonias de Beethoven. O controverso Papa Pio XII, moribundo, quis ouvir o "Alegretto" da 7ª. Sobre esse pormenor Jorge de Sena, no livro "Fidelidade" tem um poema: "Como de Vós"
Não conheço o poema do Jorge de Sena, mas vou tentar encontrar. Quanto à 7ª, houve uma altura em que não me escapava nenhum concerto dos que por aí houvesse, fossem bons ou menos do que isso.
Pio XII não será uma referência de que Beethoven se orgulhasse demasiado, mas Hitler tb gostava do Götterdammerung... Estes devem ser mesmo os meus únicos pontos de contacto com tais personagens, Pio XII e Hitler...
Cumprimentos
JC
Não consigo encontrar o seu endereço para o enviar, não sei como irá aparecer na caixa de comentários, não deverá sair muito bem, mas está aqui o poema:
“Como de Vós”
à memória do papa Pio
XII que quis, moribun-
do, ouvir o "Alegretto"
da Sétima Sinfonia de
Bethoven.
Como de Vós, meu Deus, me fio em tudo,
mesmo no mal que consentis que eu faça,
por ser-Vos indiferente, ou não ser mal,
ou ser convosco um bem que eu não conheço,
importa pouco ou nada que em Vós creia,
que Vos invente ou não a fé que eu tenha,
que a própria fé não prove que existis,
ou que existir não seja a Vossa essência.
Não de existir sois feito, e também não
de ser pensado por quem só confia
em quem lhe fale, em quem o escute ou veja.
Humildemente sei que em Vós confio,
e mesmo isto o sei pouco ou quase esqueço,
pois que de Vós, meu Deus, me fio em tudo.
Mto obrigado. Endereço está no perfil: joao.cilia@netcabo.pt
Abraço
JC
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