(Clicar na imagem para ampliar)
Mais um exercício curioso, na sequência de um outro, aplicando algumas ferramentas muito simples de gestão ao futebol e à selecção nacional portuguesa. Agora um "mapping" posicionando o grupo de jogadores susceptíveis de serem convocados para o Euro 2008 em torno de dois eixos definidores dos principais factores que, em minha opinião, devem estar na base dessa escolha.
Vejamos:
Racional:
Considerei que os factores determinantes para a escolha do lote final de 23 jogadores são o seu rendimento, principalmente na época em curso, e a experiência em grandes competições internacionais, com o seu carácter e ambiente muito próprios. Daí ter optado por essas duas vertentes como vectores (eixos) fundamentais que definem o posicionamento de cada jogador. Claro que haverá outras, algumas bem subjectivas outras que têm que ver com modelo e sistema de jogo, mas o que se pretende com este "mapping" é minimizar essa mesma subjectividade (dentro do possível, já se vê) e, simultaneamente, centrar a atenção naquilo que é essencial em última instância.
Em termos de rendimento ponderei o facto de ser diferente ter um alto rendimento num grande clube europeu, inserido num campeonato de topo, ou em clube mais “modesto” em competições menos exigentes. No primeiro caso estarão os clubes da chamada 1ª divisão europeia e dos campeonatos inglês e espanhol e no outro clubes como o Benfica e Sporting, talvez com o FCP in between. Para a avaliação contei, para além da minha opinião subjectiva, com as análises dos jogos feitas por jornais e sites portugueses e estrangeiros.
Como experiência em grandes competições internacionais, considerei principalmente as últimas fases finais de europeus e mundiais, mas também a Champions League e, em menor grau, a taça UEFA, para além, embora com bem menor ponderação, da experiência em campeonatos mais exigentes ou até em grandes competições das categorias de formação.
Claro que quando posicionamos cada jogador em função destes eixos não estamos a ser demasiado rigorosos, constituindo esse posicionamento uma aproximação. Poderá haver sempre quem diga que os jogadores A ou B deveriam estar uns milímetros mais acima ou abaixo, para a esquerda ou para a direita, mas isso é irrelevante, neste caso, para a análise que se pretende efectuar.
Incluí 27 jogadores, tendo em consideração aqueles que têm sido chamados com mais frequência nos últimos dois anos. Espero não me ter esquecido de nenhum.
Posto isto, que concluir?
Dos 27 jogadores considerados, 18 (62%) estão posicionados na metade direita do "mapping", possuído experiência significativa em grandes competições, o que é positivo.
Dos posicionados na metade esquerda, 4 têm apresentado um superior rendimento, sendo que 3 deles jogam na melhor equipa portuguesa de momento, com hábitos ganhadores, e participaram regularmente na Champions League. Moutinho é o restante, possuindo, no entanto, já experiência não negligenciável em competições internacionais. Podem ser boas surpresas, pois já demonstraram personalidade e ambição. Não podem ser a base, dada a sua pouca experiência, mas constituirão certamente opções a ter em conta.
No quadrante inferior esquerdo (o menos “valioso”), Rui Patrício é 3º G.R. (dificilmente jogará e, por isso, não valerá a pena perder muito tempo com o assunto a não ser para lembrar que Hilário seria a única hipótese de a selecção ter um 3º G.R. mais próximo do lado direito do "mapping", pois tem jogado, com relativa regularidade, num dos grandes da Premiership). Makukula e Jorge Ribeiro serão últimas escolhas, e somente estão incluídos no lote porque para essas posições Portugal tem poucas ou nenhumas opções e Veloso (o seu rendimento não tem sido elevado nos últimos 2/3 da época) não será também uma 1ª escolha, para além de ser um polivalente e Portugal estar claramente deficitário na posição “6”. Ah, e há o caso de Quaresma, com a mesma experiência dos seus companheiros de clube mas com um rendimento constante inferior, principalmente nesta última fase da época.
Vamos à parte menos agradável:
Quim, penalizado em termos de experiência face a Ricardo por não ter sido titular no Euro 2004 e no Mundial 2006, apresenta uma relação rendimento/experiência bem mais positiva. Mas isso já todos têm dito.
No quadrante superior direito (o mais “valioso”) encontramos fundamentalmente extremos (se é que Cristiano é extremo), ou, melhor dizendo, avançados “não pontas-de-lança” e defesas centrais, claramente os sectores mais fortes da equipa.
4 jogadores de meio-campo e com grande experiência a alto nível (Deco, Petit, Tiago e Maniche) estão na metade inferior do "mapping", em termos de rendimento. O grande desafio de Scolari será fazer com que subam para o quadrante superior durante o período de preparação. Um desafio difícil e com probabilidades de êxito não muito elevadas, mas não tem alternativa.
3 dos possíveis ponta-de-lança estão ao nível mais baixo em termos de rendimento, sendo assim Hugo Almeida o único a aproximar-se da metade superior do "mapping" (e mesmo assim...). Claramente um problema.
A menor experiência de Bosingwa face a Paulo Ferreira e Miguel parece ser bem compensada pelo seu melhor rendimento. O jogador pode vir a ser um plus, mas o lado direito da defesa não deve ser sector a deixar Scolari muito preocupado, mesmo que em termos de rendimento as outras opções pareçam ser não mais do que uma alternativa segura.
Posto isto: boa sorte!
Vejamos:
Racional:
Considerei que os factores determinantes para a escolha do lote final de 23 jogadores são o seu rendimento, principalmente na época em curso, e a experiência em grandes competições internacionais, com o seu carácter e ambiente muito próprios. Daí ter optado por essas duas vertentes como vectores (eixos) fundamentais que definem o posicionamento de cada jogador. Claro que haverá outras, algumas bem subjectivas outras que têm que ver com modelo e sistema de jogo, mas o que se pretende com este "mapping" é minimizar essa mesma subjectividade (dentro do possível, já se vê) e, simultaneamente, centrar a atenção naquilo que é essencial em última instância.
Em termos de rendimento ponderei o facto de ser diferente ter um alto rendimento num grande clube europeu, inserido num campeonato de topo, ou em clube mais “modesto” em competições menos exigentes. No primeiro caso estarão os clubes da chamada 1ª divisão europeia e dos campeonatos inglês e espanhol e no outro clubes como o Benfica e Sporting, talvez com o FCP in between. Para a avaliação contei, para além da minha opinião subjectiva, com as análises dos jogos feitas por jornais e sites portugueses e estrangeiros.
Como experiência em grandes competições internacionais, considerei principalmente as últimas fases finais de europeus e mundiais, mas também a Champions League e, em menor grau, a taça UEFA, para além, embora com bem menor ponderação, da experiência em campeonatos mais exigentes ou até em grandes competições das categorias de formação.
Claro que quando posicionamos cada jogador em função destes eixos não estamos a ser demasiado rigorosos, constituindo esse posicionamento uma aproximação. Poderá haver sempre quem diga que os jogadores A ou B deveriam estar uns milímetros mais acima ou abaixo, para a esquerda ou para a direita, mas isso é irrelevante, neste caso, para a análise que se pretende efectuar.
Incluí 27 jogadores, tendo em consideração aqueles que têm sido chamados com mais frequência nos últimos dois anos. Espero não me ter esquecido de nenhum.
Posto isto, que concluir?
Dos 27 jogadores considerados, 18 (62%) estão posicionados na metade direita do "mapping", possuído experiência significativa em grandes competições, o que é positivo.
Dos posicionados na metade esquerda, 4 têm apresentado um superior rendimento, sendo que 3 deles jogam na melhor equipa portuguesa de momento, com hábitos ganhadores, e participaram regularmente na Champions League. Moutinho é o restante, possuindo, no entanto, já experiência não negligenciável em competições internacionais. Podem ser boas surpresas, pois já demonstraram personalidade e ambição. Não podem ser a base, dada a sua pouca experiência, mas constituirão certamente opções a ter em conta.
No quadrante inferior esquerdo (o menos “valioso”), Rui Patrício é 3º G.R. (dificilmente jogará e, por isso, não valerá a pena perder muito tempo com o assunto a não ser para lembrar que Hilário seria a única hipótese de a selecção ter um 3º G.R. mais próximo do lado direito do "mapping", pois tem jogado, com relativa regularidade, num dos grandes da Premiership). Makukula e Jorge Ribeiro serão últimas escolhas, e somente estão incluídos no lote porque para essas posições Portugal tem poucas ou nenhumas opções e Veloso (o seu rendimento não tem sido elevado nos últimos 2/3 da época) não será também uma 1ª escolha, para além de ser um polivalente e Portugal estar claramente deficitário na posição “6”. Ah, e há o caso de Quaresma, com a mesma experiência dos seus companheiros de clube mas com um rendimento constante inferior, principalmente nesta última fase da época.
Vamos à parte menos agradável:
Quim, penalizado em termos de experiência face a Ricardo por não ter sido titular no Euro 2004 e no Mundial 2006, apresenta uma relação rendimento/experiência bem mais positiva. Mas isso já todos têm dito.
No quadrante superior direito (o mais “valioso”) encontramos fundamentalmente extremos (se é que Cristiano é extremo), ou, melhor dizendo, avançados “não pontas-de-lança” e defesas centrais, claramente os sectores mais fortes da equipa.
4 jogadores de meio-campo e com grande experiência a alto nível (Deco, Petit, Tiago e Maniche) estão na metade inferior do "mapping", em termos de rendimento. O grande desafio de Scolari será fazer com que subam para o quadrante superior durante o período de preparação. Um desafio difícil e com probabilidades de êxito não muito elevadas, mas não tem alternativa.
3 dos possíveis ponta-de-lança estão ao nível mais baixo em termos de rendimento, sendo assim Hugo Almeida o único a aproximar-se da metade superior do "mapping" (e mesmo assim...). Claramente um problema.
A menor experiência de Bosingwa face a Paulo Ferreira e Miguel parece ser bem compensada pelo seu melhor rendimento. O jogador pode vir a ser um plus, mas o lado direito da defesa não deve ser sector a deixar Scolari muito preocupado, mesmo que em termos de rendimento as outras opções pareçam ser não mais do que uma alternativa segura.
Posto isto: boa sorte!
2 comentários:
Boa análise, concordo plenamente! Só mais uma conclusão: Tirando o Deco não há mais nenhum número 10 no mapa!
Não seria aconselhável experimentar o Simão que fez essa posição muito bem no Benfica? Extremos temos muitos (e no quadrante a verde) e é preferível tentar o Simão que andar a perder tempo com Carlos MArtins e afins ...
Acho podem, e devem, jogar os dois, tornando o 4-3-3 tradicional mais elático, isto é, num 4-4-2fazendo Simão aparecer mais no centro, recundo ligeiramente Deco e aparecendo Cristiano Ronaldo por vezes mais perto do ponta de lança. Isto permitiria potenciar as qualidades e o modo como Ronaldo tem jogado no Man. United, apoiar o ponta de lança (um elo fraco) e preencher mais o 1/2 campo, o sector em crise da selecção. Esse desvio para o centro de Simão seria compensado pelo avanço de Bosingwa e, por vezes, pelo aparecimento nas alas de Deco e Maniche (ou outro). Vou dar a táctica ao Scolari...
Enviar um comentário