Continuo a repor os alguns dos meus posts sobre o PSD, assunto, tal qual filme "em pescadinha", volta sempre, e sempre, ao princípio. Este de 1 de Outubro de 2007.
"Já aqui o disse, o espaço em aberto para ser ocupado pelo PSD, enquanto partido e oposição, é o que se situa no campo liberal, à direita, muito na linha das propostas do “Compromisso Portugal” e do “Forum para a Liberdade de Educação”: aquilo que na gíria se chama de propostas neo-liberais, embora a denominação tenda a vulgarizar-se e seja, por PCP e “Bloco”, hoje em dia abusivamente utilizada para nomear quaisquer propostas políticas menos estatizantes. O problema é que Portugal não é o norte da Europa ou os USA, países influenciado pelas religiões da “reforma” - é um país católico, conservador, estatista, de pouca e incipiente iniciativa individual, com uma classe média ainda pouco preparada e de criação recente e, o que não é de somenos, sem instituições efectivamente independentes que possibilitem um funcionamento claro e justo da liberdade individual – daí a distância que vai entre a simples enunciação dessas propostas por parte de quem não tem responsabilidades políticas e a capacidade e possibilidade efectiva de as pôr em prática, por parte de um partido e de um governo, arcando com todas as suas consequências políticas, sociais e económicas. É isto, quanto a mim – o medo em encarar de frente uma reforma de fundo na sua linha política, o medo do desconhecido e a apreensão face aos resultados que a sua simples enunciação e aplicação podiam gerar (com alguma razão, note-se) - que tem gerado a timidez e tibieza com que o debate político sério tem sido encarado no seio do PSD e de si mesmo para o exterior. Com certeza que existem “gradações” e que quase todas as pessoas bem intencionadas e com bom senso qb não se excluem de algumas medidas liberalizantes (só para dar um exemplo, é possível dar maior liberdade de escolha ao aluno e capacidade de competição às escolas sem chegar ao limite da adopção de “cheque-ensino”), mas o problema de fundo é que qualquer avanço neste sentido choca não só com a realidade-país como também com a lógica de funcionamento das bases do PSD, ou não se auto-denomine este “o partido mais português de Portugal”...
..."É que uma coisa é “desestatizar”, tal como foi feito nos anos oitenta e noventa e em período de generosa distribuição de fundos europeus e política de obras públicas; outra, bem diferente, é “liberalizar”, ainda por cima em período de “vacas magras”, de aperto orçamental e quando se questiona, e bem, a "bondade" do investimento público."
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