Helena Matos está equivocada ao afirmar hoje no “Público” (não linkável) “a geração de 60 é uma geração que tem pouco de que se orgulhar em Portugal. Os de direita não foram capazes de reformar o regime. Os de esquerda não foram capazes de acabar com ele. E quer uns quer outros acabaram a ser surpreendidos no dia 25 de Abril por uns capitães pouco lidos mas muito eficazes”.
Em primeiro lugar, quem “fez a tropa” - mesmo como miliciano, que foi o meu caso - sabe que os capitães, nem todos pouco lidos – olhe que não... olhe que não... -, não eram alienígenas: faziam, eles próprios, por direito de idade, vivência e aspirações, parte da geração de 60.
Segundo, porque foram a direita da Sedes, da “ala liberal” do regime e de um outro grupo económico ansiando pelo desenvolvimento - de muitos católicos, também - assim como a esquerda comunista nas fábricas e nos campos, a socialista junto dos governos europeus e a maoista nas universidades (e todas elas na cultura e nas artes) que com a sua acção muito contribuíram para a criação do “caldo de cultura” que culminou em Abril. Ou, já agora, Helena Matos acha que o 25 de Abril nasceu do nada parido por coisa nenhuma?
Uma outra pergunta: na eventualidade de um movimento político do tipo “regenerador”, ao bom estilo das afirmações do General Garcia Leandro, acha Helena Matos que não teria contribuído em nada para a sua eclosão?
Eu sou o Gato Maltês, um toque de Espanha e algo de francês. Nascido em Portugal e adoptado inglês.
terça-feira, abril 29, 2008
A geração de 60, Abril e Helena Matos
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