Eu sou o Gato Maltês, um toque de Espanha e algo de francês. Nascido em Portugal e adoptado inglês.
quarta-feira, março 31, 2010
"Waking the Dead"
SLB-SC Braga e Bayern-Man. United: sorte? azar? lances fortuitos?
O Bayern-Man. United de ontem parece ser um bom exemplo daquilo dos que têm do futebol uma visão limitada pode designar por “sorte” ou “azar”, ou, como diria Domingos Paciência referindo-se ao recente SLB-SC Braga, dos jogos decididos através de lances fortuitos. Porquê? Bom, porque se o SLB-SC Braga foi decidido por um ressalto que colocou a bola á mercê de Luisão, para o golo (um lance fortuito, afirmou Domingos com demasiada ligeireza – já veremos porquê), ontem, foram uma escorregadela de Demichelis, um ressalto em Wayne Rooney e, vá lá, uma desconcentração de Patrice Evra nos últimos trinta segundos do jogo que deram origem aos golos e ditaram o resultado final. Azar? Sorte? Lances fortuitos? Bom, sorte e azar fazem parte do jogo e são por vezes decisivos, principalmente num desporto em que, na esmagadora maioria dos casos, vantagem e desvantagem se medem de forma muito escassa, em termos de golos, e onde a inversão de um resultado é quase sempre tarefa difícil. Mas terá sido esse o caso de sábado e de ontem? Não me parece...
Vejamos. No SLB-SC Braga o ressalto que favorece Luisão nasce de um segundo pontapé de canto consecutivo, resultado da enorme pressão exercida pelo SLB no sentido de conseguir alcançar vantagem antes do intervalo contra uma equipa que é sabido ser extremamente forte defensivamente. Ora este tipo de lances de bola parada, favorecendo enorme concentração de jogadores dentro da área, é sempre propiciadora de ressaltos de resultado imprevisível. O SLB, forte nas bolas paradas, forçou essas situações e Domingos, embora sabendo isso, ao jogar num bloco muito baixo, não se mostrou demasiado preocupado em as evitar, antes esse modelo de jogo da sua equipa proporcionando o seu aparecimento com maior frequência.
Já ontem, no Bayern- Man. United, embora Demichelis tenha escorregado no lance do primeiro golo, deixando Rooney á vontade frente a Butt, não se pode esquecer o lance ter tido origem numa falta do mesmo Demichelis sobre Nani, numa entrada “à tractor” muito comum aos defesas “mais em força do que em jeito” tentando intimidar os avançados contrários, principalmente os mais habilidosos, logo no início dos jogos. É pois numa falta estúpida, provocada por um jogador pouco inteligente, que o lance do golo acaba por ter origem, convém lembrar.
E se o primeiro golo do Bayern nasce de um livre que tabela em Wayne Rooney, enganando Van der Saar, também não deixa de ser verdade que foram o alto ritmo e a intensidade de jogo do Bayern, obrigando o United a recuar as suas linhas e impedindo que saísse a jogar e fizesse circular a bola, que deram origem a que se jogasse, na maior parte do segundo tempo, nos primeiros trinta e três metros do terreno de jogo. A falta e o correspondente livre directo foram pois, e apenas, uma das consequências do modo como a equipa de Ferguson se viu obrigada a jogar, por mérito do adversário.
Ah!, resta o 2-1 e a desconcentração de Patrice Evra, permitindo que Olic surgisse “do nada”. Pois... Mais uma consequência da pressão do Bayern e do volume de jogo que caiu sobre o United na segunda parte. Não se podem manter altíssimos níveis de concentração o tempo todo, e quando “não se tem bola” – a posse de bola permite “descansar” - e enorme volume de jogo obriga uma equipa a defender “baixo” a maior parte do tempo, na zona onde qualquer erro se paga caro, surgem fatalmente os momentos de menor concentração, e até de relaxe, exactamente quando e onde isso não pode acontecer. Foi o que se passou com Evra nos “descontos”, quando, exausto, já pedia a todos os anjos do céu que o “tirassem dali” e a sua cabeça estava mais no apito do árbitro e num favorável empate a uma bola do que no que ainda tinha que fazer em campo. Foi um momento que no início do jogo, ou num jogo com outras características, por certo nunca existiria.
Sorte? Azar? Lances fortuitos? Sim, claro, mas também muita inteligência, muita capacidade individual e colectiva e, claro, muito trabalho
terça-feira, março 30, 2010
A greve dos enfermeiros e o que ela nos diz sobre a função pública
Digamos que a questão é bem outra, e a pergunta a colocar ao Estado e aos governantes deve ser a seguinte: por que raio todos os licenciados, de um modo geral e independentemente do seu curso, profissão, universidade de origem, condições do mercado, etc, etc, devem ganhar o mesmo na categoria de acesso às respectivas carreiras na FP? Faz isso algum sentido? Claro que a resposta só pode ser um rotundo “não” e constatar que a situação actual não passa de um perfeito e disparatado anacronismo.
segunda-feira, março 29, 2010
Os direitos televisivos e as ligas nacionais
Quer se queira quer não, a televisão veio pôr em causa a actual estrutura organizativa do futebol europeu, e a inexistência de uma Liga Europeia ou a integração ou fusão entre ligas nacionais permanece um perfeito disparate, um resquício de um passado amador. Esperemos que não por muito tempo.
Passos Coelho e a "unidade" do partido
Por isso mesmo, estas atitudes, gestos magnânimos de monarca em dias de investidura recente, devem ser mais vistas, para dentro, como uma tentativa de ganhar algum tempo de tréguas e, para fora, como um gesto que pretende marcar a diferença para tempos recentes do partido, fazendo-o subir nas sondagens.
Ora aqui é que bate o ponto! Não há um primeiro tempo para unir o partido e um outro, posterior, para ganhar o país. Para Passos Coelho construir a tal unidade do partido, tarefa a que se propõe, será necessário, muito mais do que quaisquer gestos magnânimos ou distribuição interna de benesses, demonstrar rapidamente a sua capacidade para se constituir como alternativa credível ao governo de José Sócrates e de sujeitar este a algumas, mesmo que pequenas, derrotas - por exemplo, convém lembrar que em 1975 foi a luta contra a unicidade sindical que uniu o PS, depois de um congresso que o tinha dividido. Pedro Adão e Silva fala mesmo da necessidade de Passos Coelho conquistar legitimidade eleitoral, o que o obrigaria a jogar na dissolução da Assembleia da República pelo P.R.. É, quanto a mim, uma visão demasiado radical, que obrigaria a uma conflitualidade não desejada por Belém e que poderia pôr em causa, já no curto prazo, a liderança de Passos Coelho. Falar para as “sondagens”, propor maior liberalismo económico onde isso não coloque em causa o estado-providência (sector empresarial onde o Estado tenha uma posição dominante, por exemplo), mostrar uma atitude menos conservadora nos costumes, um discurso menos crispado do que o da direcção cessante (aliás, sem correspondência prática) e uma atitude mais aberta e liberal para como eleitorado urbano e os valores contemporâneos, será, com certeza, um muito melhor princípio para ganhar a confiança do país e, consequentemente, do partido. A sua imagem, que aliás não se coaduna com outro posicionamento, e o desgaste do actual primeiro-ministro pode ser que façam o resto, e o seu primeiro desafio, não estando no parlamento (o problema não é tanto não estar lá, mas quem lá está), será fazer eleger um presidente do grupo parlamentar que seja compatível com este estado de espírito. Olhando para aquela bancada, convenhamos não será tarefa fácil...
domingo, março 28, 2010
SLB: ligeirinho e à la "Sky Sports"
Ora vamos lá:
Quim (4) – uma fífia quase deitou tudo a perder.
Maxi (6) – desenvencilhou-se.
Luisão (9) – um golo que pode valer o título.
David Luiz (7) – ao nível habitual.
Coentrão (7) – bem a defender e a atacar.
Javi Garcia (8) – cabeceou para o golo de Luisão.
Ramires (7) – como será quando tiver férias?
Carlos Martins (6) – trabalhou muito.
Di Maria (6) – criou alguns desequilíbrios.
Saviola (4) – falhou quando não devia.
Cardozo (5) – atrapalhado na finalização.
Rúben Amorim (6) – ajudou Maxi.
Aimar (6) – algumas iniciativas perigosas.
Kardec (5) – pouco tempo.
Elvis Presley, 75 anos - original SUN recordings (7)
Arthur Gunter - Baby Lets Play House .mp3 | ||
Found at bee mp3 search engine |
O original de Arthur Gunter (1954)
"Baby Let's Play House" - um original de Arthur Gunter
Gravação de 10 de Abril de 1955 editada como "A side" do seu 4º "single"
sábado, março 27, 2010
"On Connaît la Chanson" (1997) - a homenagem de Alain Resnais a Dennis Potter (6)
Rangel: o epílogo esperado
Tendo em consideração todo este “handicap” já de si penalizador à partida de uma disputa eleitoral que, em função disso, sempre terá sido desigual, Rangel cometeu ainda gafes imperdoáveis, como o foram as histórias da aprendizagem de ofícios por crianças e adolescentes, o discurso patético no Parlamento Europeu e a questão das Comissões Coordenadoras Regionais (e não sei se estou a deixar escapar qualquer outra...). Demasiados obstáculos para bater um Passos Coelho “clean cut” a quem bastou ligar o piloto automático para conquistar um partido em busca de um “new look” e de uma “fresh start”.
A nova liderança do PSD
sexta-feira, março 26, 2010
Ainda o acordão do Conselho de Justiça da FPF ou o rabo a abanar o cão
Quer dizer: não estando a categoria de steward consagrada na lei, em vez de se procurar, nessa mesma lei, o enquadramento que dela mais se aproxime aplicando, de seguida e em conformidade, a penalização prevista (aceitando eventualmente levar em linha de conta, como circunstância atenuante, essa condicionante), considera-se, à partida e arbitrariamente, o castigo aplicado pelo Conselho de Disciplina da Liga como excessivo (porquê? com que fundamento?) e é em função dessa conclusão apriorística que se vai procurar o enquadramento legal que a justifique. O caso é ainda mais escandaloso porque o próprio Conselho de Justiça cita como positivo o caso da lei francesa, que prevê para casos semelhantes, incluíndo agressões a elementos do público, uma moldura penal de oito jogos a dois anos de suspensão!
Brilhante! É o rabo a abanar o cão, a chuva a cair para cima.
Santander-Totta "alla turca"!
E em marcas portuguesas? No passado, francamente, não me lembro – e talvez os leitores possam aqui dar uma ajuda – mas, muito recentemente, surgiu uma campanha do Santander-Totta que utiliza como tema aquilo que ficou para a História mais conhecido como a “Marcha Turca” de Mozart. Mais conhecido porque, com maior rigor, trata-se do ”Allegretto” (aka "rondó) “alla turca”, 3º andamento da sonata para piano KV 331, nº 11, composta por WAM em 1783. E porquê “alla turca”? Bom, exactamente cem anos antes (1683) as tropas do império otomano tinham estado às portas de Viena e de entre os seus vários legados culturais (o hábito de beber café, por exemplo) contava-se aquilo que era conhecido como “música de janízeros”, nome porque ficou conhecida a célebre e temida infantaria turca. Ora terá sido essa “música de janízeros” que influenciou Mozart em várias das suas composições, e não deixa de ser curioso que neste mesmo ano de 1783 WAM tenha também composto uma das suas óperas mais célebres, onde a temática oriental e otomana é bem evidente: “Die Entführung aus dem Serail” (O Rapto do Serralho).
Bom, pois esta nova campanha publicitária do Santander-Totta constitui uma boa oportunidade para relembrarmos estas coisas, e prestarmos assim a nossa homenagem a Mozart e à influência que sobre ele a “Sublime Porta” terá exercido. Sublime influência, neste caso.
quinta-feira, março 25, 2010
Imagens dedicadas ao Exmº Conselho de Justiça da FPF e que bem ilustram a justeza da sua douta decisão
quarta-feira, março 24, 2010
As decisões do Conselho de Justiça da FPF e os seus objectivos
A decisão do Conselho de Justiça da FPF sobre os castigos aplicados a Hulk e Sapunaru tem quatro objectivos essenciais:
- Descredibilizar o Liga Portuguesa de Futebol Profissional e, principalmente, o seu Conselho de Disciplina e respectivo presidente, Ricardo Costa, objectivos claramente assumidos pelo FCP nos últimos anos.
- Lançar a suspeição sobre o modo como possa vir a ser obtido um eventual título de campeão nacional 2009/2010 pelo SLB, desvalorizando-o
- Ocupar espaço e tempo mediáticos desviando a respectiva atenção dos problemas desportivos e de gestão que têm atingido o FCP nos últimos tempos e criando um "bode expiatório" para ambos.
- Tentar criar alguma destabilização junto da administração da SAD e da equipa de futebol do Sport Lisboa e Benfica nesta fase crucial da temporada, ao mesmo tempo que envia fortes sinais para todos os clubes sobre quem efectivamente detém o poder.
Entretanto, a indústria, ou o que resta dela, vai continuando a ser destruída.
Quanto ao meu “glorioso”, espero saiba responder da única maneira possível: em campo, com vitórias, e não jogando com armas que o seu rival tradicionalmente melhor domina. Mas também espero saiba tirar do caso as lições devidas e aprenda que o seu projecto de vir a hegemonizar a prazo, de forma transparente e justa, o futebol português será sempre uma tarefa bem mais complexa do que poderia parecer.
"The Pacific" ao fim de dois episódios
terça-feira, março 23, 2010
Carta de condução a metro?
Mal recebi a dita “carta” em casa, pelo correio, toca a pôr as mãos num carro desportivo que o meu pai tinha na altura, daqueles com carroçaria em fibra de vidro, rodas de raios, dois carburadores (que eu me entretinha a afinar) e volante de madeira, a convidar a umas valente acelerações e derrapagens. Eu, que já me achava um verdadeiro Fangio, descobri logo não sabia guiar, mas apenas ir andando com o carro, tentando não “bater”, e o resultado só não foi trágico porque um amigo da altura, colega de faculdade dado às coisas dos ralis, me levou uma tarde para as estradas de Sintra e me ensinou como fazer as curvas, acelerar, travar, guiar depressa e devagar mas com segurança e sair incólume. Lembro-me que um jogo de pneus em mau estado, após a “brincadeira”, originou uma monumental bronca com o meu pai, mas a lição de condução, essa, ficou para a vida. Não me tornei finalmente um Fangio, mas aprendi a guiar...
Como disse, não sei o que se passa hoje em dia, mas quando vejo uma proposta de se obter a carta de condução “a metro”, apenas em função do número de quilómetros percorridos ou do número de lições havidas, fico logo assustado com o que posso encontrar aí na estrada... Livra!
A violência das "claques"
segunda-feira, março 22, 2010
As capas de Cândido Costa Pinto (64)
Bi-centenário do nascimento de Frédéric Chopin (1810-2010) - IV
As estranhas concepções didáticas da Fenprof
O problema da indisciplina e violência nas escolas, algo cujo tratamento deixo aos especialistas acentuando que não sou partidário da escola laxista assim como também não o sou do modelo escola/campo de concentração dominante em algumas delas no tempo da ditadura, é uma questão demasiado complexa para ser enfrentada com medidas avulsas e apenas de um ponto de vista coercivo. Direi ainda mais: ele não é isolável do modo como a gestão da escola pública está organizada. Insisto, uma vez mais: com o actual sistema de eleição das direcções das escolas, algo que apenas fomenta o corporativismo mais conservador, e sem que essas mesmas direcções sejam nomeadas por estruturas de proximidade e perante elas respondam e se responsabilizem pelo modo como exercem as suas funções, nada de essencial irá mudar. Mais: sem que as escolas tenham autonomia suficiente para poderem ter uma palavra a dizer na escolha dos docentes mais adequados e preparados para o meio e condições onde irão exercer as suas funções, podendo cada escola, dentro de limites pré-estabelecidos a nível nacional pelo ministério, oferecer condições salariais diferenciadas e adequadas à dificuldade e complexidade das tarefas de cada um, será muito difícil alterar algo que, de per si, já constitui um problema cuja solução está longe de ter êxito garantido. Por último, algo que a Fenprof e os professores devem ter em mente: ao contrário do que as estruturas sindicais têm sistematicamente afirmado na sua contestação, a tarefa de um professor não é apenas ensinar, “dar aulas”. Está mesmo muito longe disso. É contribuir para que a escola seja uma instituição que fomente a integração social dos seus membros, o que inclui um ensino bem sucedido, o desenvolvimento das potencialidades de cada aluno enquanto cidadão, mas também a sua preparação integral para enfrentarem a vida futura.
domingo, março 21, 2010
Mas ainda falta o mais importante...
sábado, março 20, 2010
Os "lobos" queriam mesmo ir ao mundial?
Que fica? Uma equipa portuguesa completamente desconcentrada, uma boa exibição de uma equipa romena muito consistente a defender e uma excelente arbitragem sem recurso a meios tecnológicos - que não havia.
Como pode ainda o PS pensar em apoiar Alegre?
Só não compreendo como, independentemente das críticas que, internamente, muitos militantes possam fazer à gestão de José Sócrates no partido e no governo, e algumas delas com razão, ainda exista quem no PS defenda possa Alegre vir a ser o candidato a apoiar nas presidenciais sem que o país solte uma enorme e sonora gargalhada de escárnio e desprezo. Que raio, o partido, os seus militantes e a sua história não merecem, sequer, uma réstia de respeito?
OM-SLB - crónica final do enviado-especial do "Gato Maltês" ao Vélodrome
9:00h O enviado-especial do “Galto Maltês” aterra em Marselha. O choque não poderia ser maior! Vindo da cosmopolita Londres, aterro numa cidade que, apesar de todo o potencial da sua localização mediterrânica, parece abandonada. De costas voltadas para o mar, suja e degradada, a cidade é o oposto de tudo o que poderia ser. Ficamos desde logo mais orgulhosos da nossa querida Lisboa!
16:00h Junto-me à grande comunidade benfiquista na avenida do Prado. Somos uma ilha no meio da massa azul que se desloca em direcção ao Vélodrome. Junto a mim estão todos os habitués nestas deslocações do Glorioso. Desde o calado e sisudo Barbas até ao extrovertido Jorge Máximo, que ao fim de 10 minutos já é o meu melhor amigo!
17:00h Chegada ao Vélodrome. Passagem na loja dos ultras do Marselha para comprar um cachecol do jogo. Lado esquerdo Marselha, lado direito do Benfica. Este vai ficar na galeria! À volta do estádio o ambiente é fantástico, uma mistura de adeptos dos dois clubes, que em comum tinham apenas uma coisa: não eram Franceses. De um lado Argelinos e Magrebinos, do outro Portugueses. Franceses? Será que ainda os há em Marselha? Num dia inteiro vi poucos!
18:00h Tentamos entrar no estádio. Os acessos são ainda piores que os do antigo estádio da Luz. Demoramos 30 minutos a ir de uma porta à outra. No total 1,5 km de caminho (contados pelo GPS do telemóvel). Incrível! E isto foi um estádio do Mundial de 98!
18:30h Finalmente entramos na porta exterior do estádio. “Visiteurs”? É a pergunta dos “stewards”. "À la droite, si’il vous plait!" Somos levados pelos próprios “stewards” para um pavilhão colado ao estádio. Lá dentro, cerca de 50 polícias de intervenção, com cara amigável mas ar de que, se necessário, me arrumavam em menos de 5 minutos. Após agregarem todos os adeptos do Glorioso, os polícias abrem a portas do pavilhão e somos escoltados até à entrada das bancadas. O Estádio é uma desilusão ainda maior que a zona circundante! Somos colocados numa bancada lateral entre duas redes que nos retiram a visibilidade do campo (vi o jogo todo aos quadradinhos). Realmente, a memória é curta e já não estamos habituados a este tipo de condições!
19:00h Vai começar o jogo! O ambiente é incrível! Um pano gigante em cada topo do estádio, claques de 20 mil adeptos! Ambiente mais característico de um estádio grego ou argentino, do que de um francês!
19:45h A primeira parte passou e confirmou-se o que já estava à espera: Muito equilíbrio e o Benfica a tentar fazer as despesas do jogo! Isto vai ser até ao último minuto!
Começam a chover cadeiras e garrafas de água vindas da bancada dos adeptos do Marselha! Já a ver onde aquilo ia parar, tentei sair da bancada, mas fui impedido pela polícia de intervenção. Estamos presos na bancada e sujeitos a levar na cabeça com tudo o que os Franceses tiverem à mão! Tudo acalma com o inicio da segunda parte. Resultado ao intervalo: um adepto do Benfica ferido com uma garrafa na cabeça!
20:50h A segunda parte confirmou a grandeza da nossa equipa. Kardec marca e o estádio fica calado. Só se ouve: “Ninguém pára o Benfica …” E não é que este ano, ninguém pára mesmo o Benfica!
21:50h Só ao fim de uma hora nos deixam sair do Estádio! Já sem voz de tanto gritar, dirijo-me para o aeroporto onde me espera o avião com destino a Lisboa. Chegado ao aeroporto, digo ao Luís Filipe: “Presidente, você renove já com o homem, porque agora já somos todos católicos”. Engraçado que toda a direcção do Benfica estava a torcer pelo Sporting. Quando dei a notícia da eliminação dos lagartos à entrada para o avião, todos responderam: “Agora resta-lhes estragar-nos a vida”.
sexta-feira, março 19, 2010
História(s) da Música Popular (156)
Mas também como acontece frequentemente nestas histórias de aventuras, nunca mais o sucesso foi semelhante, embora pudéssemos continuar a contar com uma boa dose de diversão. Mas quebrou-se o encanto da novidade, e o que é concebido para ser efémero vive quase sempre dessa mesma novidade. De qualquer modo, apesar de ter passado a meia-noite e se ter quebrado o encanto, os Royal Guardsmen ainda nos conseguem dar algum gozo com mais esta novo aventura de Snoopy tornado ás da Grande guerra.
quinta-feira, março 18, 2010
OM-SLB - do enviado-especial do "Gato Maltês" no Vélodrome
OM-SLB - do enviado-especial do "Gato Maltês" ao Vélodrome no final
Nota via TV: Uma exibição categórica, apesar da falta de eficácia. Mas merecido!
OM-SLB - do enviado-especial do "Gato Maltês" ao intervalo
- Objectos vários, incluindo cadeiras, arremessados sobre os adeptos benfiquistas no Vélodrome
Comentário via TV: bom jogo do SLB e arbitragem "in dubio pro OM": "penalty" por marcar (mão clara) e uma outra decisão duvidosa em carga sobre Ramires. SLB não tem tido a sorte do jogo. Nem sorte com o trabalho do árbitro...
OM- SLB: o "Gato Maltês" tem um enviado-especial no "Vélodrome" de Marselha
- Mau estádio (ao nível do antigo Estádio da Luz), lugares destinados aos benfiquistas rodeados de rede e com visibilidade questionável. Mas grande ambiente.
O PEC e o Rendimento Social de Inserção
A primeira reacção, que espero não seja a última (já lá iremos), é que se trata de algo em contradição com a realidade social (o aumento do desemprego, especialmente o de longa duração, irá tornar para muitos obrigatório o recurso a este tipo de transferências do Estado) e a natureza ideológica, de centro-esquerda ou social-democrata (não confundir com o PSD), que me pareceu ver neste PEC e por aqui assinalei. Por outro lado, depois das cedências a professores (tudo se prepara para igual cedência a enfermeiros...), com o agravamento orçamental subsequente, parece ser também uma opção clara contra quem não tem capacidade ou força reivindicativa, em detrimento dos grupos sociais, de facto, mais fragilizados. Que raio!, 137 milhões de euros seriam assim tão difíceis de arranjar sem sacrificar os mais pobres dos pobres? Bom, mas dir-me-ão os mais populistas ou situados mais à direita do espectro político: “há muita gente que recebe o RSI sem efectivamente dele ter necessidade e, assim, sobrecarrega o orçamento de estado indevidamente”. Dir-me-ão os mais à esquerda: “Pode ser que isso aconteça, mas isso não se resolve com cortes cegos mas com uma fiscalização mais apertada”. Em que ficamos, então?
Penso que o governo está aqui a jogar no “fio da navalha”. Porquê? Bom, diz-me a experiência a nível das empresas que os cortes cegos (desde que se não perca o bom senso e a noção das realidades e da equidade) são frequentemente um modo extremamente eficaz de eliminar desperdícios e a falta de rigor sem perda de eficácia. Sem esse tipo de medidas existe quase sempre uma boa justificação para manter tudo como está, ou agir neste campo de forma insuficiente. A pergunta que deixo é: será possível actuar do mesmo modo no caso do RSI, isto é, será possível que cortes cegos sejam mais eficazes no controle de quem deve ter acesso efectivo à prestação social do que apenas a introdução de uma fiscalização mais apertada? Ou pagará assim o justo pelo pecador? É exactamente esta a questão que terá de ser colocada, e caberá às entidades gestoras do RSI ir monitorizando a sua atribuição e corrigindo os eventuais desvios verificados. Assim sendo, seria bem mais interessante e cauteloso, por exemplo, que as verbas não fossem pura e simplesmente eliminadas na sua totalidade, mas uma parte delas ficasse cativa (em “contingência”) só podendo vir a ser movimentada em casos excepcionais e mediante autorização governamental ao mais alto nível. Se, como se diz tantas vezes, deitar dinheiro para cima dos problemas nem sempre ajuda a resolvê-los, frequentemente servindo apenas para alimentar ineficiências, cortar verbas, mesmo contra aquela que é a evolução da realidade social, pode não significar, necessariamente, agravar um problema. Mas exige que se esteja atento e, principalmente, que se aja de acordo com princípios, valores e respeito pela ideologia. Compete aos eleitores do PS garantir que assim se faça.
quarta-feira, março 17, 2010
Várias coisas que gostaria de saber sobre a PSP
- Se, e até que ponto, os agentes da PSP (os “normais” – digamos assim – e não os das forças especiais) andarem armados funciona, de facto, como um real dissuasor da criminalidade.
- Qual a frequência com que os agentes da PSP têm de usar a sua arma em verdadeira legítima defesa.
- Quais as normas e instruções efectivamente dadas pela hierarquia ao agentes no que diz respeito ao uso da arma que lhes está distribuída. Em que medida as instruções dadas seguem essas mesmas normas?
- Se existe um registo público dos processos e eventuais punições sofridas pelos agentes envolvidos em casos de morte ou ferimentos graves infligidos a terceiros e de que modo isso afectou as suas carreiras na corporação.
- Se os frequentes casos de morte de terceiros provocada por agentes da PSP, sem que esta possa alegar legítima defesa, em consonância com as pulsões securitárias populistas existentes e fomentadas na sociedade não se destinam, de facto, a funcionar como forma de pressão da instituição junto das instâncias políticas e judiciais no sentido de reivindicarem mais poder para a corporação e para as suas acções à margem da lei de um estado democrático e civilizado.
- Já agora, gostaria também de saber a opinião do ministro Rui Pereira, tão pronto a felicitar a PSP quando uma sua unidade especial abateu dois assaltantes de Banco a “sangue frio”, sobre a actuação da PSP no caso da morte do “rapper” Nuno Rodrigues.
terça-feira, março 16, 2010
Pergunta de perguntar...
Ainda a propósito de "Shutter Island", ou onde nos levam as conversas...
E porquê melómano? Porque, tal como Juliette Lewis, também Lori Martin fez uma incursão, mais ou menos bem sucedida, no mundo musical, em 1963. Digamos que não bem uma carreira, mas lá gravou, com sucesso relativo, um "single" para a bem conhecida Del-Fi Records, a mesma que editou alguns grupos de “surf music” e também o mais do que célebre, embora efémero, Ritchie Valens. O curioso é que esse "single" foi produzido - tan, tan, tan, tan!... - nada mais nada menos do que por Barry Mann, um dos nomes mais emblemáticos do Brill Building (isto anda mesmo tudo ligado, olá se anda!). Uma mais do que boa razão, portanto, para ouvirmos por aqui a menina Martin, antecessora, por certo que muito mais ingénua, da “devassa” miss Lewis. Ora oiçam lá!...
segunda-feira, março 15, 2010
É fartar, vilanagem!...
Por sua vez, Belmiro de Azevedo manifestou-se favorável a medidas governamentais que favoreçam o consumo. Pois claro: uma boa parte do seu negócio (centros comerciais e telecomunicações) realiza-se no mercado interno e com certeza prosperaria com a adopção de tais medidas.
O problema, o pequeno problema em ambos os casos, é que depois de tal interrupção, tenho sérias dúvidas o programa pudesse mesmo continuar dentro de momentos...
A propósito de "Shutter Island"
Poderíamos continuar por aqui fora numa enumeração a várias mãos e quem nada conseguisse acrescentar perderia, o que só prova que sendo “Shutter Island” um filme “entretido”, que vale bem os seis euros, nada acrescenta de muito relevante àquilo que Scorsese já nos deu. Mas há muito que colecciono desilusões do autor e desde esse tempo que o meu Scorsese favorito passou a ser o de “The Blues” e “Il mio viaggio in Italia”. Se calhar não tanto por Scorsese; mas pelos que cita...
Nota: já depois de escrito o "post", um comentário de um leitor (a quem agradeço) fez-me descobrir que "O Arrependido" e "Out of the Past" são uma e a mesma coisa. Nesse caso, corrijo: vi o filme, claro.
domingo, março 14, 2010
O PSD(m-l), JPP e a liberdade de expressão
"For sentimental reasons" - original doo wop classics (14)
Congresso do PSD: a decisão realmente importante
sábado, março 13, 2010
Comentadores-militantes
Perdeu-se a noção...
sexta-feira, março 12, 2010
Elvis Presley, 75 anos - original SUN recordings (6)
A escola de Fitares (Rio de Mouro) ou como há sempre algo a aprender com as tragédias (caso se queira, evidentemente...)
Se a direcção da escola de Fitares, em vez de eleita pelos seus pares, fosse responsavelmente nomeada por uma entidade local, de proximidade, à qual teria de prestar contas em vez de o ter de fazer a um distante e burocrático ministério pelo qual não tinha sido nomeada, talvez tivesse sido obrigada a agir a tempo de evitar que os alunos tivessem perdido o seu tempo com um professor a quem não respeitavam e em cujas aulas o aproveitamento se deve ter aproximado do nulo e só terão contribuído para a criação de um ambiente de indisciplina e laxismo na escola.
Se ambas as condições, que acima descrevo, se tivessem verificado, talvez um cidadão emocionalmente frágil mas qualificado, que bem poderia realizar-se e ser feliz numa outra profissão e assim contribuir com o seu trabalho para a sociedade, para o seu país e para si próprio, não tivesse chegado ao ponto extremo de preferir o suicídio à vida.
quinta-feira, março 11, 2010
SLB - OM - um mau mas justo resultado
Real Madrid: uma questão de cérebro ou da ausência dele
Ontem, o problema pareceu ter sido um pouco diferente. Na primeira parte a equipa foi igualmente sôfrega, mais coração e músculo do que cérebro. Mas, pressionando alto e mantendo um ritmo de jogo muito elevado, conseguiu manter-se equilibrada a, assim, o OL viu-se incapaz de sair a jogar e, na contingência, ter de se limitar às bolas longas para um pobre Lisandro meio perdido. O problema é que isso valeu-lhe apenas um golo e o fôlego parece ter-se esgotado por aí. Assim sendo, quando, por via desse esgotamento, o Madrid se viu obrigado a baixar o ritmo e intensidade do seu jogo e o assunto passou do coração e do músculo para o cérebro, surgiu um OL, que nunca abdicou da inteligência durante todo o jogo, maduro, colectivo, a saber muito bem o que haveria de fazer em todas as situações do jogo. E, depois, não marcar golos fora é sempre complicado quando do jogo em casa. Para o ano há mais...
Estranho país, este...
Nota: para que não me acusem de “socrático”, seja lá o que isso for, informo que subscrevo na totalidade este excelente “post” de Bernardo Pires de Lima.
quarta-feira, março 10, 2010
Cavaco Silva: uma entrevista para as sondagens
Tudo o resto (descodificação, análises, interpretações, recados) constitui pura perda de tempo.
E se a Srª Procuradora-Geral Adjunta se deixasse de invenções?
Mas quando é que esta gente deixa de inventar desculpas e sugerir disparates e se dedica a investigar e julgar com eficácia de acordo com a lei e respeitando os direitos, liberdades e garantias?
Beat (9)
Driving a cardboard automobile without a license
at the turn of the century
my father ran into my mother
on a fun-ride at Coney Island
having spied each other eating
in a French boardinghouse nearby
And having decided right there and then
that she was right for him entirely
he followed her into
the playland of that evening
where the headlong meeting
of their ephemeral flesh on wheels
hurtled them forever together
And I now in the back seat
of their eternity
reaching out to embrace them
Os "fiscalistas" comentadores
Acontece que, dada a maior complexidade das organizações e da legislação que as enquadra nesta área, também o maior volume de taxas e impostos a pagar e, consequentemente, das poupanças que o trabalho de um fiscalista aí pode gerar, a grande maioria dos seus clientes são empresas e instituições. Nada a obstar, claro, quer quanto ao seu legítimo trabalho, quer quanto à legalidade da sua actuação e bondade dos objectivos, seus e de quem os contrata.
Mas, tendo dito isto, o que já me parece mais questionável é a sua actual disseminação televisiva - e não só - como “comentadores”, “analistas” e “ofícios correlativos” sempre que se trata de analisar documentos que tenham que ver com as contas nacionais, como sejam orçamento de estado, PEC, etc. Sejamos claros... Em primeiro lugar, OE e PEC são documentos políticos e não puramente técnicos ou, muito menos, contabilísticos. Isto significa que na sua génese, elaboração e estabelecimento de objectivos estão presentes (e ainda bem) pressupostos políticos e ideológicos e na execução respectiva é essencial ter em conta as condições políticas, sociais e económicas da conjuntura e, pelo menos, do médio prazo. Em segundo lugar que, dado o objecto do seu negócio, os fins prosseguidos e a natureza dos seus clientes, muito dificilmente pode um fiscalista, principalmente os que nos “impigem” como comentadores, na sua maioria pertencentes aos grandes escritórios do ramo e tendo como clientes as grandes empresas, estar de acordo com algo que se não consubstancie numa simplificação tributária e numa diminuição da carga fiscal para essas mesmas empresas e respectivos empresários ou gestores. Estarão, pois, utilizando o jargão empresarial, biassed.
Quem me leia ou oiça até vai já achar estar na presença de um empedernido “comunista” ou “bloquista”, inimigo feroz da livre iniciativa e das grandes corporações. Nada disso; nada me move contra especialistas em direito fiscal, seu negócio e respectivos clientes. Que prosperem e façam prosperar os seus clientes e o país, são os desejos deste que se assina. Só que, em função do que acima expliquei, tê-los como comentadores e analistas será mais ou menos o mesmo do que perguntar à “Siemens” (por exemplo) sobre a justeza do TGV ou à peixeira se o peixe é fresco: fresquíssimo, não se está mesmo a ver! “Pescadinho” ali na praia há menos de uma hora!
terça-feira, março 09, 2010
Um PEC ideológico mas também inteligente
Mas esta sua marca ideológica constitui também uma das suas fraquezas: não tendo dúvidas de que será conseguido um acordo mais ou menos tácito e alargado quanto à sua execução (não faria sentido de outro modo quando ele foi obtido para um orçamento bem mais questionável - e a avaliação positiva por parte da CIP é desde já um excelente sinal), pode o governo preparar-se para que a principal contestação a este PEC seja deixada aos “media”, onde a hegemonia da direita ultra-liberal e do populismo anti-regime não perderão a oportunidade de se fazer evidenciar. Aguardemos...
segunda-feira, março 08, 2010
Carvalhal e o SCP - ou de como o rapaz tímido da escola conseguiu um breve namoro com a "cheerleader"
Agora, o SCP, actuando atempadamente e precavendo – e muito bem - o futuro, parece que já garantiu, como treinador para a próxima época, o regresso da “paixão da sua vida”. Eis senão quando a imprensa desportiva, sempre pronta a verter uma lágrima por fiéis defuntos, pelos humilhados e oprimidos da terra principalmente se e quando estas novelas de Corín Tellado fazem vender mais jornais, vem falar em “Carvalhal maltratado”, “comportamento indecoroso do SCP” e outros dislates no género... Mas estavam à espera de quê? Lêem todos muitas histórias de amor e esperavam que o sapo se transformasse em príncipe e fossem todos muito felizes? Vá lá que, até agora, e revelando a dignidade dos que, desde o início, conhecem bem qual o seu papel no enredo, ainda não vi nem ouvi Carvalhal vir a terreiro queixar-se do que já esperaria e se revelava inevitável. Fico até à espera do contrário: que o SCP e Carvalhal, dando uma boa lição aos nossos jornalistas desportivos, se comportem com o desejado bom senso e anunciem o fim do breve romance com o “fair play” e naturalidade das coisas inevitáveis.
É que, convenhamos, não terá sido uma linda história de amor, mas, para Carvalhal, o rapaz tímido da escola que fez tudo para prolongar o seu “estado de graça”, terá sido, de qualquer modo, muito bom enquanto durou.
domingo, março 07, 2010
Regimental Ties (6)
José Sócrates e a mentira em política
Mas a questão relevante, e que irá ser discutida na comissão de inquérito da AR, não será de todo essa, mas, isso sim, se seria possível a efectivação do negócio sem que o Estado estivesse na posse de toda a informação importante e tivesse dado o seu aval; e isso já por aqui tenho dito várias vezes me parece altamente improvável se não mesmo impossível.
Mentiu, então, o primeiro-ministro? Muito provavelmente... Mas como também já neste “blogue” tenho afirmado, gerir, omitir e, até, manipular informação sempre foi condição necessária da actividade política, mesmo se pensarmos em alguns dos grandes estadistas das maiores democracias do século XX. Apenas na sociedade actual, em que domina a devassa da intimidade e das vidas privadas, se pode imaginar que alguma vez possa ser de outro modo. Abre isto então caminho à mentira como prática habitual da actividade política? Digamos que há mentiras e mentiras: mentir, como no caso do Iraque, para arrastar um país para uma guerra sem sentido é certamente muito grave; mentir sobre uma cena de sexo com uma estagiária torna ridículo quem questiona e decide investigar tal facto. E, em última análise, compete aos eleitores decidir.
Tendo dito isto: é grave José Sócrates ter mentido sobre o negócio PT/TVI? Francamente, tal como os 54% dos portugueses que acham ele deve continuar a governar, não me parece o caso seja de tal modo grave que justifique a penalização por mentir venha a constituir jurisprudência na política portuguesa. Pelo contrário: parece-me, isso sim, grave se isso vier a acontecer. Será, pois, altura de voltarmos ao que é básico e começarmos a julgar o primeiro-ministro e o governo pela sua actividade e “performance” políticas. E, pelo que se não tem visto por aí, muito haveria a perguntar e muito também haveria para responder. Decididamente, a TVI e o "Jornal de Sexta" não valem uma missa.
Ligeirinho, porque hoje joga o Benfica - 2. O CDS e o queijo Limiano
Ligeirinho, porque hoje joga o Benfica - 1. Maria Filomena Mónica e a "força bruta"
Já agora. Claro que não nego a existência de uma discriminação negativa da mulher, em termos salariais e não só, no mercado de trabalho. Existem estatísticas e, para além da verdade nua e crua dos números, os exemplos são múltiplos e todos, directa ou indirectamente, conhecemos um ou vários casos. Mas, tendo dito isto, porque será que, embora todos também possamos disso apontar exemplos, nunca encontro qualquer afirmação explícita sobre casos de mulheres que singram na sua vida profissional utilizando quase exclusivamente a arma da sedução e do sexo? E porque será que se alguém (homem) ousa apontar disso um exemplo é de imediato rotulado de machista empedernido? Não estaremos aí em presença de um caso de discriminação positiva, que coloca as mulheres numa situação de vantagem para com os homens?
Muito bem, concordo existe desigualdade. Mas que tal se não olhássemos as coisas apenas de uma forma enviesada, de um só ponto de vista?
sábado, março 06, 2010
"On Connaît la Chanson" (1997) - a homenagem de Alain Resnais a Dennis Potter (5)
sexta-feira, março 05, 2010
História(s) da Música Popular (155)
Pois este “Snoopy” dos Royal Guardsmen chegou a #2 no Billboard e, muito melhor do que isso, divertiu-me ao longo dos anos e ainda hoje não consigo deixar de esboçar um sorriso quando dele me lembro ou decido ouvi-lo, transformando o tal sorriso no mais puro dos gozos. Oiçam também e, já agora, vejam se lá pelo meio não descobrem uns “acordes” muito à “Louie Louie”, o tema dos Kingsmen cuja música, tal como a de outras “garage bands”, que muito terá servido de inspiração para a “bubblegum pop”.
quinta-feira, março 04, 2010
Em dia de greve da FP: os portugueses, o Estado e as licenciaturas
É bom que os portugueses se habituem que não é bem assim (e a triste realidade já lhes entrou pela porta dentro ou está bem visível nos “check-outs” dos supermercados e nos “call centers”), e a licenciatura (e existem cursos e “cursos”, universidades e “universidades”) nada mais é do que uma ferramenta que lhes permite, pelo menos teoricamente, estar mais bem preparados para exercer um cargo na sua vida profissional e melhor enfrentar os seus desafios pessoais. Mas seria igualmente bom que o Estado desse o exemplo, acabando com distinções artificiais entre “carreiras”, nos casos em que isso se não justifica, e passando a premiar o mérito, a capacidade, a dedicação e a inteligência. Tornaria mais fácil fazer compreender aos cidadãos que, mesmo com licenciatura, talvez não fosse má ideia começarem a “fazer pela vidinha”.
Os deméritos das audições da "Comissão de Ética"
- Demonstrar má preparação dos deputados para o papel que lhes competia nessas mesmas audições, embora parte da responsabilidade possa também ser atribuída ao autêntico disparate que constitui o próprio objecto de investigação (é difícil alguém, mesmo que bem preparado, conseguir escapar incólume a tal cretinice).
- Pelo triste espectáculo protagonizado por Mário Crespo, Felícia Cabrita e Manuela Moura Guedes - embora, pelo seu percurso enquanto jornalista, eu ainda insista em fazer alguma distinção entre Mário Crespo e as duas jornalistas citadas - confirmar o perfil daqueles a quem tem estado entregue o papel dinamizador da agit-prop (é disso mesmo que se trata) da acção política da oposição, principalmente do seu maior partido, nos tempos mais recentes.
Como se pode concluir, nada disto contribui para o prestígio das instituições e da democracia. Também, claro está, do jornalismo, se é que tal coisa ainda existe e resiste.