Não sei que treino é hoje em dia necessário para se obter carta de condução. A minha foi tirada pouco depois de fazer dezoito anos, isto é, há mais de quatro décadas, e, francamente, não tenho grande ideia de como foi com os meus filhos, há pouco mais de uma década. Sei que frequentei lições de condução e código na escola do Automóvel Clube de Portugal, que o meu pai achava ser a melhor, a aprendi a arrumar e “desarrumar”, fazer marcha atrás e “tomar o eixo da via” num velho VW Carocha do ACP. Sempre que carregava um pouco mais no acelerador, lá levava uma reprimenda do instrutor de condução, não fosse talvez gastar demasiada gasolina aos associados do clube. Nunca aprendi a guiar à noite, com chuva, nevoeiro e nunca saí do centro da cidade. Nem sequer, durante a instrução, dei a volta ao fatídico Marquês de Pombal, na altura (estamos a falar dos mid sixties) já com um trânsito de se lhe tirar o chapéu, pelo menos para principiantes.
Mal recebi a dita “carta” em casa, pelo correio, toca a pôr as mãos num carro desportivo que o meu pai tinha na altura, daqueles com carroçaria em fibra de vidro, rodas de raios, dois carburadores (que eu me entretinha a afinar) e volante de madeira, a convidar a umas valente acelerações e derrapagens. Eu, que já me achava um verdadeiro Fangio, descobri logo não sabia guiar, mas apenas ir andando com o carro, tentando não “bater”, e o resultado só não foi trágico porque um amigo da altura, colega de faculdade dado às coisas dos ralis, me levou uma tarde para as estradas de Sintra e me ensinou como fazer as curvas, acelerar, travar, guiar depressa e devagar mas com segurança e sair incólume. Lembro-me que um jogo de pneus em mau estado, após a “brincadeira”, originou uma monumental bronca com o meu pai, mas a lição de condução, essa, ficou para a vida. Não me tornei finalmente um Fangio, mas aprendi a guiar...
Como disse, não sei o que se passa hoje em dia, mas quando vejo uma proposta de se obter a carta de condução “a metro”, apenas em função do número de quilómetros percorridos ou do número de lições havidas, fico logo assustado com o que posso encontrar aí na estrada... Livra!
Mal recebi a dita “carta” em casa, pelo correio, toca a pôr as mãos num carro desportivo que o meu pai tinha na altura, daqueles com carroçaria em fibra de vidro, rodas de raios, dois carburadores (que eu me entretinha a afinar) e volante de madeira, a convidar a umas valente acelerações e derrapagens. Eu, que já me achava um verdadeiro Fangio, descobri logo não sabia guiar, mas apenas ir andando com o carro, tentando não “bater”, e o resultado só não foi trágico porque um amigo da altura, colega de faculdade dado às coisas dos ralis, me levou uma tarde para as estradas de Sintra e me ensinou como fazer as curvas, acelerar, travar, guiar depressa e devagar mas com segurança e sair incólume. Lembro-me que um jogo de pneus em mau estado, após a “brincadeira”, originou uma monumental bronca com o meu pai, mas a lição de condução, essa, ficou para a vida. Não me tornei finalmente um Fangio, mas aprendi a guiar...
Como disse, não sei o que se passa hoje em dia, mas quando vejo uma proposta de se obter a carta de condução “a metro”, apenas em função do número de quilómetros percorridos ou do número de lições havidas, fico logo assustado com o que posso encontrar aí na estrada... Livra!
2 comentários:
Estamos num país "a metro".
Neste caso, ao quilómetro...
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