Pedro Adão e Silva, alguém que vale sempre a pena ler ou ouvir, tem-se interrogado sobre se, dada a estrutura accionista da PT, o Estado teria poder para, por si só, impor o negócio PT/TVI contra o interesse dos restantes accionistas. PAS tem dúvidas, que eu partilho. Mas acrescento: mesmo que teoricamente tivesse esse poder, tenho dúvidas que fosse do seu interesse entrar numa mais do que provável gestão de conflitos com a restante estrutura accionista da empresa, ou parte dela.
Mas a questão relevante, e que irá ser discutida na comissão de inquérito da AR, não será de todo essa, mas, isso sim, se seria possível a efectivação do negócio sem que o Estado estivesse na posse de toda a informação importante e tivesse dado o seu aval; e isso já por aqui tenho dito várias vezes me parece altamente improvável se não mesmo impossível.
Mentiu, então, o primeiro-ministro? Muito provavelmente... Mas como também já neste “blogue” tenho afirmado, gerir, omitir e, até, manipular informação sempre foi condição necessária da actividade política, mesmo se pensarmos em alguns dos grandes estadistas das maiores democracias do século XX. Apenas na sociedade actual, em que domina a devassa da intimidade e das vidas privadas, se pode imaginar que alguma vez possa ser de outro modo. Abre isto então caminho à mentira como prática habitual da actividade política? Digamos que há mentiras e mentiras: mentir, como no caso do Iraque, para arrastar um país para uma guerra sem sentido é certamente muito grave; mentir sobre uma cena de sexo com uma estagiária torna ridículo quem questiona e decide investigar tal facto. E, em última análise, compete aos eleitores decidir.
Tendo dito isto: é grave José Sócrates ter mentido sobre o negócio PT/TVI? Francamente, tal como os 54% dos portugueses que acham ele deve continuar a governar, não me parece o caso seja de tal modo grave que justifique a penalização por mentir venha a constituir jurisprudência na política portuguesa. Pelo contrário: parece-me, isso sim, grave se isso vier a acontecer. Será, pois, altura de voltarmos ao que é básico e começarmos a julgar o primeiro-ministro e o governo pela sua actividade e “performance” políticas. E, pelo que se não tem visto por aí, muito haveria a perguntar e muito também haveria para responder. Decididamente, a TVI e o "Jornal de Sexta" não valem uma missa.
Mas a questão relevante, e que irá ser discutida na comissão de inquérito da AR, não será de todo essa, mas, isso sim, se seria possível a efectivação do negócio sem que o Estado estivesse na posse de toda a informação importante e tivesse dado o seu aval; e isso já por aqui tenho dito várias vezes me parece altamente improvável se não mesmo impossível.
Mentiu, então, o primeiro-ministro? Muito provavelmente... Mas como também já neste “blogue” tenho afirmado, gerir, omitir e, até, manipular informação sempre foi condição necessária da actividade política, mesmo se pensarmos em alguns dos grandes estadistas das maiores democracias do século XX. Apenas na sociedade actual, em que domina a devassa da intimidade e das vidas privadas, se pode imaginar que alguma vez possa ser de outro modo. Abre isto então caminho à mentira como prática habitual da actividade política? Digamos que há mentiras e mentiras: mentir, como no caso do Iraque, para arrastar um país para uma guerra sem sentido é certamente muito grave; mentir sobre uma cena de sexo com uma estagiária torna ridículo quem questiona e decide investigar tal facto. E, em última análise, compete aos eleitores decidir.
Tendo dito isto: é grave José Sócrates ter mentido sobre o negócio PT/TVI? Francamente, tal como os 54% dos portugueses que acham ele deve continuar a governar, não me parece o caso seja de tal modo grave que justifique a penalização por mentir venha a constituir jurisprudência na política portuguesa. Pelo contrário: parece-me, isso sim, grave se isso vier a acontecer. Será, pois, altura de voltarmos ao que é básico e começarmos a julgar o primeiro-ministro e o governo pela sua actividade e “performance” políticas. E, pelo que se não tem visto por aí, muito haveria a perguntar e muito também haveria para responder. Decididamente, a TVI e o "Jornal de Sexta" não valem uma missa.
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