quinta-feira, março 11, 2010

Real Madrid: uma questão de cérebro ou da ausência dele

Vi o Real Madrid este ano, com atenção, uma meia dúzia de vezes. Da maioria delas me ficou a sensação de que a equipa se desequilibrava com demasiada facilidade, o que criava problemas nas suas transições defensivas. Não por deficiente constituição da equipa, má escolha dos elementos que a integram – Lassa Diarra e Xavi Alonso asseguram bem o equilíbrio a meio-campo e Sérgio Ramos e Arbeloa são laterais defensivamente competentes -; mas por que me parecia que toda a equipa tinha demasiada tendência para acompanhar as cavalgadas e movimentos ofensivos desequilibradores de Cristiano e Káká, numa sofreguidão que tendia a desposicioná-la colectivamente.

Ontem, o problema pareceu ter sido um pouco diferente. Na primeira parte a equipa foi igualmente sôfrega, mais coração e músculo do que cérebro. Mas, pressionando alto e mantendo um ritmo de jogo muito elevado, conseguiu manter-se equilibrada a, assim, o OL viu-se incapaz de sair a jogar e, na contingência, ter de se limitar às bolas longas para um pobre Lisandro meio perdido. O problema é que isso valeu-lhe apenas um golo e o fôlego parece ter-se esgotado por aí. Assim sendo, quando, por via desse esgotamento, o Madrid se viu obrigado a baixar o ritmo e intensidade do seu jogo e o assunto passou do coração e do músculo para o cérebro, surgiu um OL, que nunca abdicou da inteligência durante todo o jogo, maduro, colectivo, a saber muito bem o que haveria de fazer em todas as situações do jogo. E, depois, não marcar golos fora é sempre complicado quando do jogo em casa. Para o ano há mais...

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