Melhor do que ninguém, pela sua já longa experiência partidária e porque está agora no lugar mais indicado para o compreender, Pedro Passos Coelho sabe que a unidade do partido – essa entidade quase mítica – não se constrói distribuindo lugares ou concedendo benesses aos seus adversários políticos internos. Pode mesmo acontecer o inverso: essas atitudes serem vistas, pura e simplesmente, como sintoma de fraqueza.
Por isso mesmo, estas atitudes, gestos magnânimos de monarca em dias de investidura recente, devem ser mais vistas, para dentro, como uma tentativa de ganhar algum tempo de tréguas e, para fora, como um gesto que pretende marcar a diferença para tempos recentes do partido, fazendo-o subir nas sondagens.
Ora aqui é que bate o ponto! Não há um primeiro tempo para unir o partido e um outro, posterior, para ganhar o país. Para Passos Coelho construir a tal unidade do partido, tarefa a que se propõe, será necessário, muito mais do que quaisquer gestos magnânimos ou distribuição interna de benesses, demonstrar rapidamente a sua capacidade para se constituir como alternativa credível ao governo de José Sócrates e de sujeitar este a algumas, mesmo que pequenas, derrotas - por exemplo, convém lembrar que em 1975 foi a luta contra a unicidade sindical que uniu o PS, depois de um congresso que o tinha dividido. Pedro Adão e Silva fala mesmo da necessidade de Passos Coelho conquistar legitimidade eleitoral, o que o obrigaria a jogar na dissolução da Assembleia da República pelo P.R.. É, quanto a mim, uma visão demasiado radical, que obrigaria a uma conflitualidade não desejada por Belém e que poderia pôr em causa, já no curto prazo, a liderança de Passos Coelho. Falar para as “sondagens”, propor maior liberalismo económico onde isso não coloque em causa o estado-providência (sector empresarial onde o Estado tenha uma posição dominante, por exemplo), mostrar uma atitude menos conservadora nos costumes, um discurso menos crispado do que o da direcção cessante (aliás, sem correspondência prática) e uma atitude mais aberta e liberal para como eleitorado urbano e os valores contemporâneos, será, com certeza, um muito melhor princípio para ganhar a confiança do país e, consequentemente, do partido. A sua imagem, que aliás não se coaduna com outro posicionamento, e o desgaste do actual primeiro-ministro pode ser que façam o resto, e o seu primeiro desafio, não estando no parlamento (o problema não é tanto não estar lá, mas quem lá está), será fazer eleger um presidente do grupo parlamentar que seja compatível com este estado de espírito. Olhando para aquela bancada, convenhamos não será tarefa fácil...
Por isso mesmo, estas atitudes, gestos magnânimos de monarca em dias de investidura recente, devem ser mais vistas, para dentro, como uma tentativa de ganhar algum tempo de tréguas e, para fora, como um gesto que pretende marcar a diferença para tempos recentes do partido, fazendo-o subir nas sondagens.
Ora aqui é que bate o ponto! Não há um primeiro tempo para unir o partido e um outro, posterior, para ganhar o país. Para Passos Coelho construir a tal unidade do partido, tarefa a que se propõe, será necessário, muito mais do que quaisquer gestos magnânimos ou distribuição interna de benesses, demonstrar rapidamente a sua capacidade para se constituir como alternativa credível ao governo de José Sócrates e de sujeitar este a algumas, mesmo que pequenas, derrotas - por exemplo, convém lembrar que em 1975 foi a luta contra a unicidade sindical que uniu o PS, depois de um congresso que o tinha dividido. Pedro Adão e Silva fala mesmo da necessidade de Passos Coelho conquistar legitimidade eleitoral, o que o obrigaria a jogar na dissolução da Assembleia da República pelo P.R.. É, quanto a mim, uma visão demasiado radical, que obrigaria a uma conflitualidade não desejada por Belém e que poderia pôr em causa, já no curto prazo, a liderança de Passos Coelho. Falar para as “sondagens”, propor maior liberalismo económico onde isso não coloque em causa o estado-providência (sector empresarial onde o Estado tenha uma posição dominante, por exemplo), mostrar uma atitude menos conservadora nos costumes, um discurso menos crispado do que o da direcção cessante (aliás, sem correspondência prática) e uma atitude mais aberta e liberal para como eleitorado urbano e os valores contemporâneos, será, com certeza, um muito melhor princípio para ganhar a confiança do país e, consequentemente, do partido. A sua imagem, que aliás não se coaduna com outro posicionamento, e o desgaste do actual primeiro-ministro pode ser que façam o resto, e o seu primeiro desafio, não estando no parlamento (o problema não é tanto não estar lá, mas quem lá está), será fazer eleger um presidente do grupo parlamentar que seja compatível com este estado de espírito. Olhando para aquela bancada, convenhamos não será tarefa fácil...
Sem comentários:
Enviar um comentário