Segundo julgo saber – e corrijam-me se estiver enganado – os enfermeiros fazem greve porque se acham no direito, enquanto licenciados, de ganharem, na categoria de entrada na profissão, 1 200 euros por mês, como qualquer outro licenciado da função pública. É óbvio que, colocada a questão nesta base, têm razão, e não se vê qual o racional para a existência de tal discriminação.
Digamos que a questão é bem outra, e a pergunta a colocar ao Estado e aos governantes deve ser a seguinte: por que raio todos os licenciados, de um modo geral e independentemente do seu curso, profissão, universidade de origem, condições do mercado, etc, etc, devem ganhar o mesmo na categoria de acesso às respectivas carreiras na FP? Faz isso algum sentido? Claro que a resposta só pode ser um rotundo “não” e constatar que a situação actual não passa de um perfeito e disparatado anacronismo.
Digamos que a questão é bem outra, e a pergunta a colocar ao Estado e aos governantes deve ser a seguinte: por que raio todos os licenciados, de um modo geral e independentemente do seu curso, profissão, universidade de origem, condições do mercado, etc, etc, devem ganhar o mesmo na categoria de acesso às respectivas carreiras na FP? Faz isso algum sentido? Claro que a resposta só pode ser um rotundo “não” e constatar que a situação actual não passa de um perfeito e disparatado anacronismo.
4 comentários:
Caro senhor, nem todas as carreiras da função publica são iguais! O nossa é uma carreira especial de grau 3 de complexidade, a maior, só equivalente à dos médicos. Mas só somos especiais para trabalhar por turnos, 1 a fazer trabalho que deveria ser feito por 1,5 a 2 Enfermeiros! Se tem resultados bons no SNS a nós nos deve! Se não quiser ver isso, fique descansado que quando os melhores de nós emigrarem (o que já acontece...) não vai ter quem o faça por nós! E não pense que vai fazer como um certo secretário de estado que ajuda a substituir enfermeiros por telefonistas no INEM (CODU). A família dele não deve ligar para o 112... deve apanhar um avião para ir logo prós States
Caro Anónimo: Independentemente da razão que vos (enfermeiros) assista, essa dos "melhores de nós emigrarem" não colhe. É que no futebol, por exemplo, também os melhores de nós emigram. E depois vêm outros de fora preencher os lugares desses "melhores", que também são tão bons ou melhores que os nossos "melhores". Percebeu? E já agora, veja lá se não arranja problemas com algum sindicalista "camarada" por causa dos "melhores de nós".
Exactamente, caro anónimo: nem todas as carreiras da FP são iguais. Como não são as universidades de origem, as profissões que exercem, as condições do mercado, etc, etc. Por isso mesmo, não há qualquer razão para que todos ganhem por igual apenas pq são licenciados. Com isto não estou a afirmar quais os que devem ganhar menos ou mais. Certo?
Sem pôr em causa a razão que vos assista. A questão actual, é para mim, simples. Há excesso de oferta (de enfermeiros) no mercado trabalho. A remuneração paga pelos privados e as condições oferecidas (aos enfermeiros, nomeadamente recém-licenciados) são (actualmente) incomparavelmente inferiores à função pública (sector publico, para reforçar o eufemismo), o que se prende com a lei da procura/oferta no mercado de trabalho.
Gostaria de ver uma reinvindicação pela dignidade da profissão no seu todo, e não exclusivamente por questões financeiras (importantes, sem dúvida). Como em todas as profissões há enfermeiros que não são dignos de usar esse nome no exercicio da profissão.
Enviar um comentário