Eu sou o Gato Maltês, um toque de Espanha e algo de francês. Nascido em Portugal e adoptado inglês.
sexta-feira, julho 27, 2007
Fim de semana
"Da cabeça ao rabo é tudo touro"?
Por último, um exemplo talvez mais extremo: nenhum destes casos tem importância comparável ao da construção da nova infra-estrutura aeroportuária, do TGV ou da reforma da Administração Pública. Nos casos anteriores estamos a falar de questões pontuais, inerentes ao normal fluir do dia-a-dia da vida política democrática, independentemente dos juízos que sobre eles possamos formular e da correcta ou incorrecta decisão dos intervenientes. A sua repercussão será, naturalmente, limitada. Nestes últimos casos estamos a falar de decisões estratégicas, cujas opções, correctas ou incorrectas, num sentido ou noutro, irão ter enormes e decisivas repercussões na vida do país e no bem estar dos seus habitantes nas décadas seguintes. Seria do mais elementar bom senso ter isto em atenção. Ou será que "da cabeça ao rabo é tudo touro"?
L. F. Vieira e Fernando Santos
O barómetro Marktest e o PSD
Segundo o barómetro TSF/DN/Marktest, o PS continua em terrenos de maioria absoluta. Em qualquer empresa, resultados deste tipo obtidos pelo líder, depois de um período de recessão do mercado, aparente desfasamento dos produtos por ele – líder - propostos face às expectativas dos consumidores e fortes investimentos da concorrência no sentido de expandir o mercado e melhorar a sua quota, levariam o principal concorrente a re-avaliar a estratégia, verificar a consonância dos planos de acção, medir a eficácia do investimento realizado e, por fim, rever o seu posicionamento ou o dos produtos por si propostos. Só depois, se fosse caso disso, pensaria nos eventuais ajustamentos necessários ao nível dos seus recursos humanos, no sentido de formar a equipa mais eficaz para implementar as novas propostas, quer ao nível de gestores e executivos quer mesmo de middle management.
Aparentemente, com excepção do caso do no aeroporto em que conseguiu um sucesso assinalável (a maioria dos portugueses é contra a nova mega-estrutura e, ainda mais, contra a sua localização na Ota) o PSD não pensa assim. Tanto pior. Não para ele – PSD - mas para todos nós.
quinta-feira, julho 26, 2007
Simão...
Em primeiro lugar porque, apesar de se tratar de um negócio inevitável, é o que realiza um menor encaixe financeiro e uma mais-valia inferior (Simão foi a contratação mais cara antes de Cardozo). Em segundo lugar porque Simão era, sem qualquer dúvida e a grande distância, muito mais influente no rendimento da equipa do que Nani, Anderson ou Pepe no Sporting e FCP. Em terceiro lugar, porque o acesso à "Champions League" não está garantido, e dele depende, em grande parte, a facturação da época. Por último, o Benfica é, dos três “grandes”, aquele que mais se encontra pressionado em termos de resultados desportivos, não podendo, sob risco de decadência acelerada, mantê-los ao nível actual.
quarta-feira, julho 25, 2007
E Alegre se fez triste...
Manuel Alegre é hoje em dia um político conservador (o que já tinha sido visível na sua campanha presidencial), com uma ideologia estruturada em torno de um nacionalismo serôdio e proteccionista e um eurocepticismo onde pontifica alguma saudade por uma certa grandeza da “pátria” em torno de um império (que, curiosamente, ajudou a combater) já não considerado na sua dimensão territorial mas num novo espaço cultural e linguístico onde Portugal ocuparia uma posição central e dominante. Tudo isto embrulhado em algum populismo basista, apoiado nos sectores menos dinâmicos da sociedade, e num dirigismo estatizante (o que é diferente da defesa do estado social) que, apesar da defesa sincera que faz das liberdades públicas, o aproxima mais de certos “socialismos” terceiro-mundistas, de raiz militar, dos anos 70 do século XX do que da social democracia europeia contemporânea.
William Blake: "Songs of Innocence and of Experience" (16)
When the birds sing on every tree;
The distant huntsman winds his horn,
And the skylark sings with me.
O! what sweet company!
But to go to school on a summer morn,
O! it drives all joy away;
Under a cruel eye outworn,
The little ones spend the day
In sighing and dismay.
Ah! then at times I drooping sit
,And spend many an anxious hour,
Nor in my book can I take delight,
Nor sit in learning's bower,
Worn thro' with the dreary shower.
How can the bird that is born for joy
Sit in a cage and sing?
How can a child, when fears annoy,
But droop his tender wing,
And forget his youthful spring?
O! father and mother, if buds are nipped
And blossoms blown away,
And if the tender plants are stripped
Of their joy in the springing day,
By sorrow and care's dismay,
How shall the summer arise in joy,
Or the summer's fruits appear?
Or how shall we gather what griefs destroy,
Or bless the mellowing year,
When the blasts of winter appear?
"The School Boy" - poema e ilustração de William Blake para "Songs of Innocence and of Experience".
O pseudo jornalismo
Sem entrar nas ridículas histerias (não vem aí nenhuma ditadura ou ameaça grave) que por aí circulam, a tendência governamental para o controle da informação é preocupante e algo que deve ser enérgica e eficientemente combatido. Com seriedade. Mais, cada orgão de comunicação social deve ser livre de definir e exprimir uma linha política e informativa, dentro das regras deontológicas, sendo o pluralismo assegurado pela diversidade do seu conjunto e, caso existam, pelos que se integram no serviço público. Tudo isto já foi dito e é chover no molhado. Mas penso seria do mais elementar bom senso que os jornalistas, de vez em quando, dessem uma “espreitadela” ao interior da própria classe. Só de vez em quando, está bem? Não é por nada; apenas por causa dos telhados de vidro. E, já agora, comecem pela imprensa desportiva. Não é por especial aversão ou preconceito; é apenas porque é mais fácil. Basta levantar uma ponta do véu!
terça-feira, julho 24, 2007
Liga Ibérica de Futebol Profissional
Os militantes de "Alguidares de Baixo" e as crianças dos "quadros interactivos" - com Zita Seabra a abrilhantar
Utilizar militantes, gente pobre e ignorante de Alguidares de Cima ou de Baixo - da Merdaleja do ex-Herman José - para, com o pretexto de uma viagenzita “à borla”, vitoriar o PS em Lisboa no dia das eleições municipais, apesar de se incluir na categoria de “petite politique” e como tal dever ser tratado, é uma atitude ignóbil, que revela uma concepção instrumental da democracia e das pessoas tornadas meros figurantes, pagos em géneros, cuja ignorância e pobreza é explorada em nome de uma concepção mediatizada do poder. No fundo, nada de conceptualmente muito diferente do que acontece nos reality shows televisivos, mas, neste caso, situação agravada pela natureza do promotor e ignorância dos contratados pelo seu papel no espectáculo. É sintoma de um atraso que, assim, se tende a perpetuar.
Contratar crianças livremente, através de uma agência profissional credenciada para o efeito e de acordo com as disposições legais (se, de facto, assim foi), para, encenando uma sala de aula, fazerem a demonstração, a transmitir via TV, de novas funcionalidades de futuro (espera-se) colocadas pelo governo à disposição de um número significativo de alunos, seus pares, é algo que me parece absolutamente normal. Mais ainda, desejável como exemplo: já que demonstra algum profissionalismo e rigor na sua concepção, indispensáveis a uma comunicação eficiente e a um país com futuro.
De facto, há pessoas, como Zita Seabra, que não mudam: colocam apenas uma mesma personalidade (uma e só uma) ao serviço de causas diferentes. Só espero que, antes de começar a erguer o punho tipo reflexo condicionado, alguém venha ainda a tempo de lhe explicar que o PSD é um partido democrático, do chamado "arco governamental".
Cinema e Rock & Roll (9)
Luís Filipe Menezes
segunda-feira, julho 23, 2007
Pacheco Pereira e a crise dos partidos
Um dos problemas gerados pela necessidade rápida de implantação, em todo o território nacional, dos partidos que se opunham ao PCP no pós 25 de abril foi o seu crescente domínio pela província e, assim, por gente, por um lado, talvez bem intencionada mas mal preparada politicamente e, por outro, por arrivistas que viram aí uma oportunidade única de se afirmarem social e financeiramente, numa sociedade com uma classe média frágil em número e “educação”, tão mais frágil quanto mais caminhamos para a base da pirâmide afastando-nos daqueles que eram – e ainda são, apesar de tudo – os centros onde mais se concentram as elites (Lisboa e Porto). Esse domínio, moldando a cultura e o way of doing the things partidário, foi apenas mais uma das razões que contribuiu para “expulsar” os melhores e mais bem preparados politicamente, com uma visão mais “larga”, estratégica e cosmopolita da “coisa pública”, tal como... o próprio José Pacheco Pereira.
Da importância das bolas de berlim das praias
E não vale a pena falar sobre a “ferocidade” com que a ASAE se abate sobre os ditos vendedores ambulantes, esquecendo, simultaneamente, Estado e governos o desordenamento do território, o lixo nas praias, os acessos sem condições e tudo o mais que uma ou mais famílias decerto não necessitariam. A ASAE está apenas a cumprir o papel que é o seu, e seria bem mais útil que quem contra isso vocifera voltasse a sua fúria contra as entidades que o não cumprem noutras áreas, como as citadas, sem dúvida bem mais importantes. O papel da ASAE é apenas um sintoma da impotência do Estado, pois este volta-se contra quem menos poder tem esquecendo os outros? Porventura – de certeza - será assim; compete, pois, denunciá-lo e não culpar quem faz o que deve. E quanto àqueles que argumentam que sempre comeram bolas de berlim na praia e nunca adoeceram, o argumento é, deixem-me dize-lo, tão notoriamente indigente que o respeito que ainda nutro por quem o esgrime me impede sequer de contra argumentar. Digamos que uma daquelas senhoras de bata entrevistadas na feira do relógio depois de uma arremetida da dita ASAE contra as contrafacções não argumentaria melhor.
Para que não restem dúvidas, também comi bolas de berlim (que me souberam muito bem), batatas fritas e bolacha americana na Praia Grande, no Guincho e na bem mais middle class Caparica. Também não adoeci e estou vivo. Como se pode ler, arguto e inteligente, situação de que tantos outros não se poderão gabar. E quanto a autenticidade, sei distinguir perfeitamente um Camembert feito com leite cru de um President industrial vendido no Continente, caviar Beluga de ovas de lumpo e um Rolex autêntico de uma cópia da Tailândia ou de Canal Street. Ah!, também gosto de “jaquinzinhos” fritos! E quanto à defesa das tradições este blog "speaks for itself". Já agora, porque não fundam a Confraria das bolas de berlim das praias ou a respectiva associação de defesa, com direito a DOC e tudo?
sábado, julho 21, 2007
As Capas de Cândido Costa Pinto (32)
sexta-feira, julho 20, 2007
A União Ibérica e 1640
Olivares intentó llevar a cabo una política centralista en los reinos periféricos, ante la acuciante necesidad de comprometerlos más, económica y militarmente (Unión de Armas) con la política europea de los Habsburgo. Las cortes de Barcelona se niegan y Olivares decide llevar la guerra contra Francia por la frontera catalana, los roces con la población hacen que la situación estalle (Corpus de sangre, 7 de Junio de 1640) desencadenándose una larga guerra civil, en la que los catalanes contaron con apoyo francés, la crisis acabó tras la capitulación de Barcelona (1652). Este levantamiento estuvo acompañado por los de Aragón, Andalucía, Nápoles y Portugal, en el mismo momento en que los Habsburgo se la juegan en Europa. La sublevación portuguesa, con el apoyo francés, inglés y holandés, saldrá adelante. En 1668 se acabará reconociendo la independencia portuguesa. "
Que têm de comum José Miguel Júdice, o Oriental e o Atlético?
Lembrei-me destas memórias, transmitidas pelo meu pai, ao ler a proposta de José Miguel Júdice para a fusão de PSD e CDS. É que, agora como no caso apresentado, o problema vai muito para além de qualquer tipo de estratégia de “fusões e aquisições”, estratégia que, aliás, não esteve, nos últimos tempos, muito longe do pensamento político de Paulo Portas. Tal como disse aqui ontem, é um problema de “refundação” ideológica em torno de um edifício “neo-liberal” (que é o segmento de mercado vago á direita), da possibilidade de redimensionar esse segmento de mercado, ampliando-o, e da capacidade e possibilidade políticas para afirmar - na oposição ou, de futuro, eventualmente no governo – essa alternativa. Tudo o resto são consequências...
A CIP e os despedimentos "ideológicos"
Tenho por hábito dizer que, não sendo a pessoa mais inteligente do mundo, quando leio qualquer disparate vindo de alguém considero inteligente terei de procurar as razões numa outra lógica, talvez numa quinta dimensão. Ou que então talvez tenha lido mal, valendo a pena uma nova leitura. Ou então, também, algo fruto de emoções incontroláveis, que por vezes nos conquistam e tudo a elas sobrepõem, um pouco como o Dr. Strangelove de Kubrick que, nos momentos de excitação, não conseguia esconder o seu passado nazi.
Vem isto a propósito, a ser exactamente assim - dúvida legítima perante tamanho disparate -, da reclamação das confederações patronais no sentido da eliminação do artigo 53º da Constituição que proíbe os despedimentos por motivos ideológicos. Bom, em primeiro lugar, e buscando a tal outra lógica alternativa, parece-me ser apenas uma tentativa de marcar território, não pensando a CIP existirem quaisquer condições para o sucesso; uma marcação de território que teria como objectivo “empurrar” mais para a “direita” o “centro” da discussão, numa altura em que os sindicatos demonstram alguma fragilidade e se auto-isolam já que as suas reivindicações pouco ou nenhum eco encontram fora do grupo, cada vez menor, dos seus associados e da agenda política do PCP. Mas é um “tiro no pé”.
Primeiro, e dando por caso encerrado na memória distante as ligações à ditadura, está ainda bem viva a memória de um movimento patronal demasiado ligado a um modelo económico baseado nos baixos salários e valor acrescentado, que basicamente conduziu o país à actual situação. Imagem para alguns empresários porventura injusta, seja; mas de maioritária justiça e ainda demasiado presente - e fantasma que a actual proposta ressuscita, deitando por terra trinta ou mais anos de tentativa de aggiornamento . Em segundo lugar porque a CIP perde qualquer autoridade para criticar os sindicatos pelas suas posições “jurássicas”. Como diz MC (Manuel Carvalho?), no “Público” de hoje (e diz muito bem), “Uma coisa é exigir flexibilidade ao Código de Trabalho. Outra, bem diferente...” Já estou a ver Carvalho da Silva, de dedo em riste, a dizer com toda a razão do mundo: “eu não dizia”? Em terceiro lugar, não só dificulta qualquer proposta de entendimentos com o sector do movimento sindical exterior à CGTP, como contribui para que, mesmos estes últimos, possam aumentar o seu capital de simpatia fora da sua esfera de influência, quebrando um pouco o seu isolamento - e, por contraponto, diminuir esse capital às confederações patronais. Por último, questão fundamental, deixa ao governo (a este ou outro qualquer) uma interrogação preocupante: com este movimento sindical e esta confederação patronal, com quem efectivamente contar para modernizar o país?
quinta-feira, julho 19, 2007
A crise "à direita"
Esta é a questão chave da tão propalada crise da direita e à qual o PSD (o PP implodiu) deve dar resposta, sendo a questão da liderança apenas dela subsidiária. Infelizmente, parece fugir dela como o diabo da cruz, ou o vampiro dos alhos, a crer nas afirmações piedosas de Marques Mendes e, principalmente, Luís Filipe Menezes nas suas entrevistas às televisões e nas propostas de diferenciação (???) que, em maior ou menor grau, enunciaram.
quarta-feira, julho 18, 2007
História(s) da Música Popular (51)
Mas também a que propósito vem todo este arrazoado? Bom, é que sendo feliz proprietário (bem posso dizê-lo) da antologia da Atlantic Records “Atlantic Rhythm and Blues, 1947 – 1974” (sete CD’s) achei impossível não ter as interpretações de LaVern Baker e Clyde McPhatter para as duas composições de maior êxito da dupla Sedaka-Greenfield para a Atlantic, respectivamente “I Waited Too Long” e “Since You’ve Been Gone”. Pois, surpresa, não tenho e teremos que passar sem elas. Talvez até tenha em Vinil o que, para o caso, é mesmo “igual ao litro”. Mas são como as bruxas: existem mesmo!!!
Bom, assim sendo passemos àquele que é, seguramente, o maior êxito da dupla e um dos maiores de sempre do “Brill bulding”: “Oh, Carol!”, segundo rezam as crónicas – e rezam bem – é uma homenagem de Sedaka a Carole King, sua namorada ou coisa no género nos salad days de ambos. Pois Carole bem o merecia, já que não sendo propriamente uma “brasa” não era nada que não merecesse um par de meias solas bem gastas. Mas pronto, azar (?), Sedaka acabou por casar (até hoje) com Leba, de quem tem dois filhos, Dara e Marc, ambos ligados á indústria das cantigas e “ofícios correlativos” (Dara gravou mesmo a duo com o seu pai), e Carole com... Gerry Gofin, parceiro de dezenas e dezenas de composições com origem no Brill building – e Carole também muito bem sucedida como intérprete. O que está bem sempre sempre acaba bem? Às vezes, pois Carole e Gerry acabaram por se divorciar.
“Oh, Carol !” atingiu o #9 em 1959 e teve direito a cover versions em várias línguas, entre as quais o português do Brasil e aqui do rectângulo, neste caso por intermédio dos “Conchas”. Neste último caso, posso desde já dizer que tenho a interpretação em CD, mas com dispositivo de copy control que não permite a sua reprodução. Uns "chatos" estes tipo da indústria! Mas fica o original de Neil Sedaka. Have a nice day!
terça-feira, julho 17, 2007
Na despedida de "Seve" Ballesteros
Marques Mendes e o seu partido
Pelo vistos, o síndroma da “chicotada psicológica” só por numa tarde menos boa se ter empatado em casa com o “Cascalheira” acaba de chegar à política.
segunda-feira, julho 16, 2007
Grandes Séries (18)
As interpretações, essas, são excelentes, com Bob Peck (“useiro e vezeiro” nas séries britânicas – “The Scold’s Bridle”, por exemplo, baseado num romance de Minette Walters) e Joe Don Baker (“Cape Fear”, "Goldeneye" e “Marte Ataca”) nos principais papéis. Tem ainda música de Eric Clapton, mais um plus. Ah, e vende-se via Amazon... pela módica quantia de £ 9.97. Vale bem o risco!
A coligação de intetresses em torno de António Costa
domingo, julho 15, 2007
Duas notas sobre Lisboa
- Os dois “momentos Chavez” do PSD pela mão da SIC Notícias: a insistência ad nauseam no facto de o PS não ir conseguir a maioria absoluta e a irrupção, já perto do final da noite informativa e quando nada o justificava, da "notícia" sobre o facto do PSD poder vir a ficar à frente da candidatura de Carmona, o que parece nunca ter estado perto de acontecer (ficou a um claro ponto percentual).
- As duas candidaturas "independentes" (Carmona e Roseta) correspondem, de facto, a duas “pulsões” há muito instaladas nos partidos respectivos: um certo populismo pequeno-burguês e radical, de carácter urbano, no caso do PSD, e o basismo esquerdista anti-partido, no caso do PS. Em ambos os casos, nada de particularmente saudável.
Lisboa vista de Espanha
Mourinho e Abramovich
Saramago e a Ibéria
A Guerra Aqui (mesmo) Ao Lado (23)
sábado, julho 14, 2007
Zita Seabra, José Manuel Fernandes, Cita Vales e o 27 de Maio de 1977
Em primeiro lugar, o insuficiente esclarecimento, pelo menos em Portugal, sobre efectivo papel do PCP nos acontecimentos e, portanto, nos massacres que se lhe seguiram como sua consequência. Não admira: estava-se ainda muito perto do 25 de Abril (três anos depois), e do 25 de Novembro, e fazê-lo iria certamente agitar algumas questões sensíveis e politicamente inconvenientes. Percebo-o. No entanto, seria hoje em dia deveras interessante fazê-lo, pois o MPLA, muito ligado a uma elite angolana branca, mestiça, negra e urbana que se movimentava no eixo Luanda/Lisboa, era o movimento de libertação (e estou a falar de todas as colónias) onde a influência portuguesa e do PCP seria mais evidente. Por outro lado, a história e histórias ligadas ao chamado golpe de Nito Alves parecem constituir uma oportunidade interessante para o estudo de algumas eventuais contradições (?) entre os interesses dos aliados soviético e cubano, aqui e ali afloradas. Uma sugestão a alguns historiadores. José Pacheco Pereira, por exemplo
Em segundo lugar, numa época de glorificação das ideologias, o modo como essas mesmas ideologias aparecem apenas como vaga justificação, passe um ou outro idealismo que surge como ingénuo e fora de contexto, para aquilo que é, efectivamente, apenas uma nua e crua luta pelo poder. Só isso: a luta por um poder que, em África, se assume quase sempre como uma questão de sobrevivência.
Passando a Cita Vales, a primeira coisa que me chocou foi o fanatismo que parece ter sido um fio condutor da sua personalidade ao longo dos anos. Não querendo entrar no lugar comum, que separa a rapariga que “não perde uma missa e coloca pedras nos sapatos para se martirizar”, que “espalha santos por portas e janelas, soldados “canonizados” para defender a sua casa dos terroristas” e a que declara, prisioneira na sede da DISA, quando lhe oferecem comida, “a um comunista não se lhe dá leite, dá-se-lhe porrada”? Nada separa e tudo talvez une: uma arrogância gratuita, uma imaginada superioridade moral mais evidente em situações de fraqueza extrema, de medo e de impotência.
Por outro lado, a sua beleza física, frequentemente evocada em tudo o que sobre ela se escreve - o que não espanta dado essa ser característica escassa no movimento estudantil da primeira metade dos anos setenta do século que passou – parece ter constituído elemento fundamental na sua ascensão política e na luta pelo poder. Não apenas pelo facto de parecer ter posto essa beleza física e o tráfico sexual ao serviço da sua ascensão política - na luta pelo poder - o que é comum na sociedade e nas organizações, mas, muito principalmente, por o ter feito em organizações de cariz marxista-leninista, o que pode aparentar ser algo contra-natura e dessa beleza ser, também, por si só, arma da sua afirmação pela diferença, de marcação do seu território. Daí que essa sua característica possa ter exercido algum fascínio sobre alguém simultaneamente tão semelhante e dissemelhante nesse ponto (Zita Seabra), mas para quem o poder era também um objectivo facilitado pela ausência de afectos e que decidiu prosseguir esse caminho fora do PCP quando este se tornou ferramenta inadequada a tal desígnio e a
oportunidade surgiu. Não admira, assim, que Cita seja, segundo JMF, a única referência afectiva do livro de Zita Seabra, a ponto de ter intercedido por ela junto de Álvaro Cunhal depois dos acontecimentos de 27 de Maio – sem sucesso, aliás. Um momentâneo sinal de fraqueza ou a defesa de um outro eu a que aspirava? Conhecendo o resto da história, inclino-me para a segunda hipótese.
sexta-feira, julho 13, 2007
As "medidas" de António Costa
António Costa comprometeu-se com dez medidas de emergência para a cidade de Lisboa. Acrescento mais três, duas delas incluídas na questão da limpeza:
- Eliminação radical dos “ecopontos” que não sejam “enterrados”, não só porque são de péssimo gosto e fonte de poluição visual enquanto mobiliário urbano, como se tornaram autênticas lixeiras a céu aberto no meio da cidade. A prazo, eliminar todos os ditos “ecopontos” e preparar a recolha separada do lixo “porta a porta”.
- Apreensão do cão até ao pagamento da respectiva multa e multa pesada (pesada, mesmo: do tipo 1 000€) a todos os munícipes que não apanharem a “caca” dos seus canídeos e não deixarem o passeio ou a estrada limpos, tal qual os encontraram.
- Eliminação do separador de betão e rede na Av. da República, frente à antiga feira popular, destinado, ao que parece, a evitar os atropelamentos, mas que torna uma das avenidas nobres de Lisboa numa circular suburbana, e sua substituição por um outro dispositivo com o mesmo objectivo (passagem subterrânea?). É que, já que gostam tanto de se comparar com Espanha, alguém já imaginou, por exemplo, o Paseo de la Castellana, com uma manigância (os franceses diriam “truc”) idêntica?
"Bute" lá, meu caro António Costa?
Cinema e Rock & Roll (8)
Claro que o movimento "Yé-Yé" e as suas duas grandes vedetas (Sylvie Vartan e Johnny Hallyday) não poderiam passar ao lado desta moda de filmes sobre o r&r. Foi isso que aconteceu e este "D'où viens tu, Johnny" aqui está para o provar. Confesso não vi o filme, que é a primeira aparição do duo no cinema e de cada um enquanto vedetas do r&r, embora ambos tenham tido aparições anteriores não muito relevantes. Vi o filme seguinte, "Cherchez l'idol", de que não encontrei imagens disponíveis e que, como cinema, não era nada de especialmente recomendável. Sobre o primeiro li, contudo, este comentário no IMDB: "the plot was weak and predictable, the screenplay pathetic, and the dialogue atrocious". Mas pronto, confesso o meu fraquinho pela Vartan (melhor seria dizer, "fortezinho"). Mas digam lá que não é caso para tal?
quinta-feira, julho 12, 2007
Gramática...
Aderência? Como disse? Com adesivo ou cola tudo? Talvez daquela "Cisne", dos boiões, que o meu pai trazia do escritório para colar os cromos nas cadernetas quando estes ainda não eram autocolantes.
Como diria o outro: "apoiado pela ideia; porra para a gramática". Ou então como uma amiga minha quando devolveu a carta que um candidato a namorado lhe tinha escrito com erros ortográficos: medíocre - 1 erro.
Os estrangeiros/"alfacinhas" e os portugueses
Mas a questão começa bem antes, ao pequeno almoço, refeição que os portugueses substituem por um queque e um galão no café da esquina. Apesar de nunca ter aderido aos cereais (e a minha mãe bem se esforçou por me fazer engolir os corn-flakes ou os flocos de aveia durante a infância), substituídos com vantagem (acho) por pão de cereais e integral, um lauto pequeno com iogurtes, fruta, queijo fresco, sumo e doce – e, se possível, com uns ovos mexidos - é algo cuja ausência me deixaria indisposto para o resto do dia; tanto quanto o cortar-me a fazer a barba!
Mas hoje, uma cidadã polaca de nome Klaudia Palczac (e os polacos estão longe de ser um exemplo de cosmopolitismo), acrescenta a isto mais duas coisas que dificilmente entende, partilhando eu essa sua estranheza: o vestuário demasiado informal que as mulheres usam no trabalho (e eu acrescento: em contraste com a demasiada formalidade no tratamento) e os carros de alta cilindrada. Neste caso, pergunta mesmo: “aonde é que os portugueses, com o que ganham, vão buscar dinheiro para comprar carros tão caros”? Aqui eu respondo, cara Klaudia; acho sei responder... Já entrou nas casas dos portugueses e viu o desconforto em que vivem?
quarta-feira, julho 11, 2007
José Sócrates e as "juntas médicas"
As transferências do futebol português e o empresário Jorge Mendes
"O diário espanhol Ás perguntou aos seus leitores «É Pepe uma boa contratação para o Real Madrid?» e a resposta foi 51 % negativa. Ou seja, os adeptos merengues estão divididos quanto ao valor do central brasileiro. Pepe é quase um desconhecido para os espanhóis que questionam também o valor da contratação (30 milhões de euros) quando o argentino Gabriel Milito, que militava no Saragoça, foi transferido para o Barcelona por 20,5 milhões de euros"
Nani não teve uma influência decisiva no Sporting, uma equipa que se “mostrou” pouco pois ficou-se pela fase de grupos da Champion League. Principalmente a partir do interregno de Dezembro e do momento em que se viu envolvido numa questão jurídica através dos seus empresários (hoje percebem-se melhor os seus contornos), não manteve regularidade exibicional assinalável e mesmo na selecção nacional, sem grande visibilidade em ano sem Europeu ou Mundial, apareceu apenas esporadicamente, tendo estado discreto no Europeu de sub-21..
Anderson, dos três jogadores em causa aquele que parece com maior valor potencial, esteve 2/3 da época lesionado e pouco ou nada se mostrou na Champions League ou na selecção brasileira. Ambos os jogadores (Nani e Anderson) foram contratados pelo Manchester United, clube que tem por hábito ser bem mais discreto nas compras (Cristiano Ronaldo custou 10 milhões e tinha outra planta física o que minimizava o risco), por mais de 50 milhões de euros .
Já em relação a Pepe, um central de indiscutível valor mas que não tem experiência internacional, nunca jogou numa selecção nem passou dos oitavos de final da Champions League, o excerto da reportagem do “Mais Futebol”, acima citado, fala por si. Jorge Andrade, um valor firmado internacionalmente, custou menos de 1/3 à Juventus. Quanto valeriam Ricardo Carvalho ou John Terry, talvez os dois melhores centrais europeus?
Todos estes negócios têm contudo um ponto em comum: o mercado português e o empresário Jorge Mendes. Quero acreditar que existam coincidências que são apenas isso mesmo: coincidências. E que existam empresários com especial vocação para o negócio, principalmente em Portugal terra natal do Sr. Oliveira da Figueira. Mas o que é facto é que o assunto parece estar mesmo a jeito para uma investigação jornalística. Ou até de outro tipo. Vale uma aposta que ninguém o fará?
História(s) da Música Popular (50)
1 (dtª).Aldon Family circa 1963 (Top L-R) Jack Keller, Artie Levine, Lou Adler, Al Nevins, the Kirshners, Emil La Viola, and Howard Greenfield. (Bottom L-R) Barry Mann, Cynthia Weil, Gerry Goffin, Carole King and Neil Sedaka.
Para isso era necessário recorrer a quem tivesse bons conhecimentos de música e composição, mas, simultaneamente, fosse novo de idade e mente o suficiente para se enquadrar no espírito da época. E, de acordo com estes padrões, quem foram os primeiros contratados? Uma dupla já conhecida por ter composto um grande êxito para Connie Francis (“Stupid Cupid”, mais conhecido em Portugal pelo cover da brasileira Celly Campelo): Neil Sedaka, um músico de dezoito anos de formação clássica (piano), e o seu colega de escola Howie Greenfield. Foi apenas o início: Sedaka começou aí uma carreira recheada de êxitos como cantor e compositor (a “meias” com Greenfield), Kirshner enriqueceu, outras duplas de maior sucesso e consistência (até nas “letras”) foram contratadas (Barry Mann – Cynthia Weil; Carole King – Gerry Gofin; Ellie Greenwich – Jeff Barry; Doc Pomus – Mort Shuman; Jerry Leiber – Mike Stoller) e ao Brill Building ficaria para sempre ligado aquele que foi o maior produtor de sempre da pop music, tendo mesmo definido novos padrões para a função: Phil Spector, o “inventor” do célebre “Wall of Sound” e de um sem número de grupos e cantores da 1ª metade dos anos sessenta. Lá iremos, já que por aqui, pelo Brill Building, iremos ficar longo tempo, que ele (o 1619 – 1650 da Broadway) bem o merece.
Pois comecemos por aquele que terá sido mesmo o começo: “The Diary” da dupla “Greenfield – Sedaka”, #14 em 1959, interpretado pelo próprio Sedaka. Se pensarmos que Sedaka tinha sido escolhido por Arthur Rubinstein “himself” para tocar piano num espectáculo da “Antena 2” lá do sítio, veremos quão insondáveis são os desígnios da música e quanto toda ela é uma paixão.
Nota1: a televisão (não me lembro qual canal) passou não há muito tempo uma série documental sobre o Brill Building sound. Salvo erro, dava pelo nome de "Os jovens que se tornaram donos da Pop". O que vi, que não foi tudo, pareceu-me bem estruturado.
Nota2: Existem milhares de CD's sobre os compositores, autores e cantores ligados ao Brill Building sound. Muito por onde escolher, portanto, a maior parte bastante disperso. Existe, no entanto, uma antologia que é incontornável: "Back to Mono", de Phil Spector, 1958 - 1969. Inclui algumas das mais importantes produções e composições de Spector e dos seus "grupos" (Ronettes, Crystals), composições de Goffin & King, Mann & Weil, Barry & Greenwich e cantores como Ike & Tina Turner, Righteous Brothers, Ben E. King e Gene Pitney. 4 CD's, uma caixa, um livro, um pin e... o Phil Spector's Classic r&r Christmas Album. A não perder, mesmo!
terça-feira, julho 10, 2007
Ainda o "debate"(?) e a Drª Fátima
A gestão do meu clube e o defeso
Mas, como se isso não bastasse, a gestão do meu “glorioso” tirou mais um coelho da cartola: trocou dois valores seguros do plantel (Karagounis e Miccoli), europeus e com experiência internacional neste continente, por dois sul americanos de 2ª linha sem qualquer experiência do futebol europeu, um deles comprado a valor bem alto num negócio de elevado risco dados os problemas de adaptação que são moeda corrente em casos não muito diferentes. Esperemos dê certo, mas o risco é demasiado elevado para o único dos “grandes” que não o pode correr dados o objectivos explicitados e a escassez de performance desportiva nos últimos anos quando confrontada com um potencial tão elevado. Esperemos também que Manuel Fernandes passe a apresentar a constância de exibições que nunca foi seu apanágio e que Zoro confirme ser o valor seguro que aparenta. É que se a fé move montanhas, nunca presenciei tal milagre. Talvez questão de falta dela!
O debate
- Começo por dizer que apenas resisti até às 23.15h – e foi tipo “cumprir promessa”. Concedidas as indulgências, retirei-me então discretamente.
- O modelo “tipo refrão” (agora todos), claro, não funcionou, nem se esperaria que funcionasse; foi apenas o expediente usado pela RTP para justificar o seu estatuto de serviço público num caso em que a existência de duas listas independentes tornava inviável o recurso ao debate restrito aos partidos representados no executivo camarário. Assim, não foi debate – o que implica diálogo - nem entrevista individual, esta pressupondo uma certa “intimidade” entre entrevistador e entrevistado e uma certa proximidade com o espectador que não poderia existir.
- O modelo “compartimentado”, isto é, com questões sectoriais pré-definidas é manifestamente castrador, ajudando àquele que tem sido um dos principais vícios da campanha: a não definição, por parte de cada candidato, de um modelo de cidade, a ele subordinando as políticas sectoriais propostas. Diga-se que apenas Garcia Pereira se manifestou contra, embora o modelo de cidade proposto (“Grande Capital Europeia”), se bem que possa massajar o ego de alguns portugueses e “alfacinhas”, esbarre com uma visão mais chã da realidade. Mais parece algo à medida de um Grande Líder...
- Como seria de esperar, alguns candidatos de pequenos partidos em nada contribuem para a melhoria do debate(?). Estão neste caso os candidatos do PPM e do PNR, sem qualquer tipo de preparação para uma discussão séria. Mas é assim em democracia e, também por isso mesmo, saúdo a presença do candidato do PNR, apesar de não ter para com o seu partido qualquer simpatia, afinidade ideológica ou outra.
- Por último, uma pergunta: o PSD decidiu escolher como seu candidato o “piorzinho” que por lá encontrou no partido? Era esse o requisito fundamental? É que, francamente, Fernando Negrão pareceu-me mau de mais para ser candidato por um partido com as responsabilidades do PSD à autarquia mais importante do país. Sim, eu sei que Santana Lopes já foi primeiro ministro, mas pensei fosse apenas um daqueles incontroláveis lapsos humanos e políticos momentâneos, facilmente reparáveis, reconhecendo ainda a existência de gente com qualidade lá pelo partido. Parece que quem tem qualidade não quis e quem quis não tem qualidade. “Cruel dilema”, diria o tão alfacinha “Narciso canalizador”.
- E uma constatação:Maria José Nogueira Pinto é, decisiva e definitivamente, a candidata ausente/presente. Pois que volte em breve: Lisboa e a democracia precisam da sua contribuição.
segunda-feira, julho 09, 2007
Live Earth, Maravilhas, Salazar e o 1º ministro
Domingo vou votar
domingo, julho 08, 2007
sábado, julho 07, 2007
Os "povos irmãos"
"Strawberries and cream" (10)
sexta-feira, julho 06, 2007
Grandes Séries (18)
Mais um clip de "Brideshead Revisited"
Os novos investidores nos clubes de futebol
"Strawberries and cream" (9)
quinta-feira, julho 05, 2007
Futebol e patrocínios - comentários a um artigo de Paulo Curado no "Público"
É uma conclusão errada fruto de uma metodologia “de medida” inadequada e pouco rigorosa que converte o espaço e tempo de exposição, conseguidos pelas marcas nos diversos meios, em espaço publicitário valorizado a preços brutos “de tabela”. E porquê inadequada e pouco rigorosa?
Bom, em primeiro lugar porque se trata de dois tipos diferentes de comunicação, com funções específicas, cada uma utilizando linguagens também diferentes e de tipo distinto que, portanto, não podem ser avaliadas pela mesma bitola. Em segundo lugar, porque a metodologia utilizada considera que todo o espaço ou tempo da peça (escrita, reportagem TV, notícia de rádio), onde a marca é mencionada, é contabilizado para efeitos do cálculo do retorno, mesmo que a marca aí seja mencionada apenas uma vez ou “apareça” de forma difusa ou esporádica. Em terceiro lugar, porque esse espaço e tempo são contabilizados em valores “brutos”, de “tabela”, e não líquidos de descontos, bónus, etc, o que tornaria o resultado bem diferente. Em quarto lugar, porque a avaliação é apenas quantitativa e não qualitativa, isto é, não entra em conta com questões tais como a adequação à estratégia e “valores” da marca, compreensão e memorização da mensagem, etc. Em quarto lugar, porque não mede os seus efeitos ao nível do consumidor e do mercado, isto é, quais as alterações que terá provocado no comportamento dos consumidores face ao mercado, “categoria” de produto e marca (compra, recompra, hábitos de consumo, etc). Se quisermos ir mais longe, a montante, não “mede” a adequação da marca ou do negócio patrocinador à actividade patrocinada, em termos de identidade de “valores” e imagem, identificação entre patrocinador e patrocinado, apropriação da actividade patrocinada pela marca patrocinadora na mente do consumidor, etc.
Como informação adicional, existem, hoje em dia, metodologias de research que permitem responder, com bem maior eficácia e rigor, a este tipo de questões, e que poderão constituir uma ferramenta essencial, ao nível das empresas e das marcas, na tomada de decisões sobre este tipo de investimentos.