Não tenho qualquer simpatia pelo Saramago/personagem, nem mais do que média admiração pelo Saramago/escritor. Mas antes que venham aí os hipócritas do costume acusá-lo de “vende pátrias”, deixem-me dizer que nunca foi qualquer tipo ou género de patriotismo (conceito praticamente desconhecido antes do século XVIII) o responsável pela independência de Portugal face a Castela/Leão e, mais tarde, a Espanha. Apenas circunstancialismos históricos e, muito principalmente, a necessidade da relativamente mais fraca aristocracia portuguesa – e a pequena aristocracia dos bastardos e filhos segundos - evitar a sua subordinação à poderosa aristocracia castelhana, e da burguesia dos “mesteres” assim garantir para si, também, alguma maior autonomia e prosperidade na época. Tudo isto apoiado, claro está, pelos interesses políticos da potência marítima de então: a Inglaterra. Ou será que os portugueses ainda não entenderam que Aljubarrota foi muito mais um episódio da guerra dos cem anos, á mistura com aquilo que hoje chamaríamos uma guerra civil, do que uma batalha pela independência?
Já agora: se Aljubarrota já foi tratada nos últimos anos, a nível dos mass media (jornais, TV), com alguma seriedade e rigor históricos, não será altura de fazer o mesmo com o epidódio de 1640 e a Guerra da Restauração?
1 comentário:
Completamente de acordo, JC!
Enviar um comentário