Uma nota muito negativa para aqueles que, invocando uma tradição que nada tem a ver com os valores fundamentais e referenciais, confundidos, aqui, com algumas memórias de infância mitificadas e, muitas vezes, reconstruídas e até imaginadas à medida da imagem e objectivos do presente, se manifestam contra a regulamentação da venda ambulante nas praias. É uma atitude provinciana, “bacoca”, reaccionária e, o que é pior, pedante e falsamente “bem”, de quem desconhece que para manter os valores tradicionais é preciso saber neles integrar o legado civilizacional e humano dos tempos que também são os nossos, não confundindo tradição – e até genuinidade e autenticidade - com bolas de Berlim fritas em óleo “de não sei quantas frituras” e vendidas na praia sob um sol de 30º ou 40º, mortes de touro sem arte em Barrancos e crianças fumadoras já não me lembro muito bem onde.
E não vale a pena falar sobre a “ferocidade” com que a ASAE se abate sobre os ditos vendedores ambulantes, esquecendo, simultaneamente, Estado e governos o desordenamento do território, o lixo nas praias, os acessos sem condições e tudo o mais que uma ou mais famílias decerto não necessitariam. A ASAE está apenas a cumprir o papel que é o seu, e seria bem mais útil que quem contra isso vocifera voltasse a sua fúria contra as entidades que o não cumprem noutras áreas, como as citadas, sem dúvida bem mais importantes. O papel da ASAE é apenas um sintoma da impotência do Estado, pois este volta-se contra quem menos poder tem esquecendo os outros? Porventura – de certeza - será assim; compete, pois, denunciá-lo e não culpar quem faz o que deve. E quanto àqueles que argumentam que sempre comeram bolas de berlim na praia e nunca adoeceram, o argumento é, deixem-me dize-lo, tão notoriamente indigente que o respeito que ainda nutro por quem o esgrime me impede sequer de contra argumentar. Digamos que uma daquelas senhoras de bata entrevistadas na feira do relógio depois de uma arremetida da dita ASAE contra as contrafacções não argumentaria melhor.
Para que não restem dúvidas, também comi bolas de berlim (que me souberam muito bem), batatas fritas e bolacha americana na Praia Grande, no Guincho e na bem mais middle class Caparica. Também não adoeci e estou vivo. Como se pode ler, arguto e inteligente, situação de que tantos outros não se poderão gabar. E quanto a autenticidade, sei distinguir perfeitamente um Camembert feito com leite cru de um President industrial vendido no Continente, caviar Beluga de ovas de lumpo e um Rolex autêntico de uma cópia da Tailândia ou de Canal Street. Ah!, também gosto de “jaquinzinhos” fritos! E quanto à defesa das tradições este blog "speaks for itself". Já agora, porque não fundam a Confraria das bolas de berlim das praias ou a respectiva associação de defesa, com direito a DOC e tudo?
E não vale a pena falar sobre a “ferocidade” com que a ASAE se abate sobre os ditos vendedores ambulantes, esquecendo, simultaneamente, Estado e governos o desordenamento do território, o lixo nas praias, os acessos sem condições e tudo o mais que uma ou mais famílias decerto não necessitariam. A ASAE está apenas a cumprir o papel que é o seu, e seria bem mais útil que quem contra isso vocifera voltasse a sua fúria contra as entidades que o não cumprem noutras áreas, como as citadas, sem dúvida bem mais importantes. O papel da ASAE é apenas um sintoma da impotência do Estado, pois este volta-se contra quem menos poder tem esquecendo os outros? Porventura – de certeza - será assim; compete, pois, denunciá-lo e não culpar quem faz o que deve. E quanto àqueles que argumentam que sempre comeram bolas de berlim na praia e nunca adoeceram, o argumento é, deixem-me dize-lo, tão notoriamente indigente que o respeito que ainda nutro por quem o esgrime me impede sequer de contra argumentar. Digamos que uma daquelas senhoras de bata entrevistadas na feira do relógio depois de uma arremetida da dita ASAE contra as contrafacções não argumentaria melhor.
Para que não restem dúvidas, também comi bolas de berlim (que me souberam muito bem), batatas fritas e bolacha americana na Praia Grande, no Guincho e na bem mais middle class Caparica. Também não adoeci e estou vivo. Como se pode ler, arguto e inteligente, situação de que tantos outros não se poderão gabar. E quanto a autenticidade, sei distinguir perfeitamente um Camembert feito com leite cru de um President industrial vendido no Continente, caviar Beluga de ovas de lumpo e um Rolex autêntico de uma cópia da Tailândia ou de Canal Street. Ah!, também gosto de “jaquinzinhos” fritos! E quanto à defesa das tradições este blog "speaks for itself". Já agora, porque não fundam a Confraria das bolas de berlim das praias ou a respectiva associação de defesa, com direito a DOC e tudo?
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