Utilizar militantes, gente pobre e ignorante de Alguidares de Cima ou de Baixo - da Merdaleja do ex-Herman José - para, com o pretexto de uma viagenzita “à borla”, vitoriar o PS em Lisboa no dia das eleições municipais, apesar de se incluir na categoria de “petite politique” e como tal dever ser tratado, é uma atitude ignóbil, que revela uma concepção instrumental da democracia e das pessoas tornadas meros figurantes, pagos em géneros, cuja ignorância e pobreza é explorada em nome de uma concepção mediatizada do poder. No fundo, nada de conceptualmente muito diferente do que acontece nos reality shows televisivos, mas, neste caso, situação agravada pela natureza do promotor e ignorância dos contratados pelo seu papel no espectáculo. É sintoma de um atraso que, assim, se tende a perpetuar.
Contratar crianças livremente, através de uma agência profissional credenciada para o efeito e de acordo com as disposições legais (se, de facto, assim foi), para, encenando uma sala de aula, fazerem a demonstração, a transmitir via TV, de novas funcionalidades de futuro (espera-se) colocadas pelo governo à disposição de um número significativo de alunos, seus pares, é algo que me parece absolutamente normal. Mais ainda, desejável como exemplo: já que demonstra algum profissionalismo e rigor na sua concepção, indispensáveis a uma comunicação eficiente e a um país com futuro.
De facto, há pessoas, como Zita Seabra, que não mudam: colocam apenas uma mesma personalidade (uma e só uma) ao serviço de causas diferentes. Só espero que, antes de começar a erguer o punho tipo reflexo condicionado, alguém venha ainda a tempo de lhe explicar que o PSD é um partido democrático, do chamado "arco governamental".
Sem comentários:
Enviar um comentário