quinta-feira, julho 19, 2007

A crise "à direita"

Face às reformas - mesmo que tímidas e por vezes menos estruturadas do que seria desejável - do actual governo de José Sócrates, o único programa de governo que qualquer partido à direita do PS poderia consequentemente propor aplicar, diferenciando-se claramente como alternativa, seria um programa radical do tipo “neo-liberal” (não gosto de usar o termo que está demasiado gasto e conotado, mas enfim), um pouco baseado nas medidas propostas pelo “Compromisso Portugal”. Seja, um corte radical nas despesas e funções do Estado, inclusivamente com despedimentos massivos na Função Pública, reformulação e liberalização (ou "pessoalização") dos sistema de segurança social e de saúde, muito maior flexibilidade nos despedimentos individuais, reforma da educação no sentido das principais medidas propostas pelo Fórum para a Liberdade de Educação, abrandamento da política de obras públicas com eliminação dos projectos TGV e novo aeroporto, etc. Terá algum governo condições políticas para o implementar em democracia? Quais seriam as suas consequências a nível social e económico? Seriam “suportáveis” e “sustentáveis”? Estaria algum partido disposto a sofrer as consequências eleitorais respectivas?

Esta é a questão chave da tão propalada crise da direita e à qual o PSD (o PP implodiu) deve dar resposta, sendo a questão da liderança apenas dela subsidiária. Infelizmente, parece fugir dela como o diabo da cruz, ou o vampiro dos alhos, a crer nas afirmações piedosas de Marques Mendes e, principalmente, Luís Filipe Menezes nas suas entrevistas às televisões e nas propostas de diferenciação (???) que, em maior ou menor grau, enunciaram.

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