segunda-feira, julho 23, 2007

Pacheco Pereira e a crise dos partidos

Um pequeno comentário – que é mais um acrescento, se ele me permite – ao artigo de José Pacheco Pereira no “Público” de sábado: “O PSD e a crise dos partidos na democracia portuguesa”.

Um dos problemas gerados pela necessidade rápida de implantação, em todo o território nacional, dos partidos que se opunham ao PCP no pós 25 de abril foi o seu crescente domínio pela província e, assim, por gente, por um lado, talvez bem intencionada mas mal preparada politicamente e, por outro, por arrivistas que viram aí uma oportunidade única de se afirmarem social e financeiramente, numa sociedade com uma classe média frágil em número e “educação”, tão mais frágil quanto mais caminhamos para a base da pirâmide afastando-nos daqueles que eram – e ainda são, apesar de tudo – os centros onde mais se concentram as elites (Lisboa e Porto). Esse domínio, moldando a cultura e o way of doing the things partidário, foi apenas mais uma das razões que contribuiu para “expulsar” os melhores e mais bem preparados politicamente, com uma visão mais “larga”, estratégica e cosmopolita da “coisa pública”, tal como... o próprio José Pacheco Pereira.

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