Por muito politicamente incorrecto ou até cruel seja dizê-lo, os casos acontecidos com os dois professores a quem tinha sido dada alta por uma “junta médica” e que acabaram por morrer no exercício das suas funções profissionais são uma excepção. Uma infeliz excepção, fruto de uma decisão errada cuja faceta emocional se presta às mais desenfreadas manifestações de demagogia à solta tendo como objectivo o Ministro da Saúde e a sua política (independentemente do juízo, positivo ou negativo, que delas se faça). Mas, felizmente, não são a norma do que se passa por esse país fora com as ditas “juntas médicas” cujo problema principal reside nas centenas ou milhares de cidadãos a quem é concedida “baixa médica” sem nada que o possa justificar. Este é o problema fundamental, que, de uma maneira ou de outra, permite os mais variados atropelos, abusos e desperdício de dinheiros públicos.
Por isso mesmo, a proposta do bastonário da Ordem dos Médicos no sentido de as ditas “juntas médicas” passarem a ser constituídas apenas e só por médicos é oportunista, demagógica e corporativa. Oportunista porque se aproveita de uma má decisão e de um infeliz acontecimento, com naturais e compreensíveis repercussões emocionais, do qual médicos inscritos na ordem não estarão, também eles, isentos de responsabilidade, para vir a terreiro tentar ganhar alguma popularidade junto daqueles onde talvez a classe que a Ordem representa não a tenha em demasia. Demagógica porque pretende atacar apenas um dos lados do problema (as “altas” indevidamente concedidas), esquecendo a parte imersa do iceberg como se sabe de bem maior dimensão: as “baixas” concedidas sem justificação ou até mesmo os actos médicos negligentes (estes, felizmente poucos), sempre tratados com alguma bonomia e benevolência pela organização corporativa da classe. Pelo menos, com reacção menos pronta... Corporativa porque não tem qualquer pudor em servir-se de um acontecimento infeliz para tentar ganhar para a classe, através da mudança de composição das “juntas médicas, passando estas a serem compostas exclusivamente por médicos, vantagens políticas, decisórias e a nível do emprego de todo em todo injustificadas.
Por isso mesmo, a proposta do bastonário da Ordem dos Médicos no sentido de as ditas “juntas médicas” passarem a ser constituídas apenas e só por médicos é oportunista, demagógica e corporativa. Oportunista porque se aproveita de uma má decisão e de um infeliz acontecimento, com naturais e compreensíveis repercussões emocionais, do qual médicos inscritos na ordem não estarão, também eles, isentos de responsabilidade, para vir a terreiro tentar ganhar alguma popularidade junto daqueles onde talvez a classe que a Ordem representa não a tenha em demasia. Demagógica porque pretende atacar apenas um dos lados do problema (as “altas” indevidamente concedidas), esquecendo a parte imersa do iceberg como se sabe de bem maior dimensão: as “baixas” concedidas sem justificação ou até mesmo os actos médicos negligentes (estes, felizmente poucos), sempre tratados com alguma bonomia e benevolência pela organização corporativa da classe. Pelo menos, com reacção menos pronta... Corporativa porque não tem qualquer pudor em servir-se de um acontecimento infeliz para tentar ganhar para a classe, através da mudança de composição das “juntas médicas, passando estas a serem compostas exclusivamente por médicos, vantagens políticas, decisórias e a nível do emprego de todo em todo injustificadas.
Parece que clemente Nunes propõe também que os clínicos a integrar nas referidas "juntas" recebam formação adequada em medicina da segurança social e seguros. Imagina-se quem a pagará e onde acabarão a trabalhar "nas horas vagas".
Deontologia?
Deontologia?
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