Luís Filipe Menezes é o representante mais genuíno (talvez o facto de estar fora de Lisboa e ser autarca a isso ajude) daquilo a que já chamei a “pulsão” populista existente, de há longa data, em sectores radicais, urbanos e pequeno-burgueses do PSD, e que tiveram, com nuances, a sua expressão no chamado Santanismo e na recandidatura de Carmona à Câmara de Lisboa. Convém dizer que no PS existem erupções semelhantes, embora menos evidentes e localizadas (Felgueiras, p. ex.) o que é explicado pela diferente génese e valores históricos referenciais do partido. Nada de fundamentalmente muito diferente, na sua origem, das motivações que, nos anos 20 e 30 de século passado, deram origem aos vários nazi-fascismos na Europa e, na América do Sul dos anos 40 e 50, aos populismos “justicialistas”. Claro que as circunstâncias históricas são hoje muito diferentes, dando origem a modelos ideológicos e formas de organização política que são, também elas, expressão de uma sua evolução “democrática”, mas a “malaise” que assim se expõe, essa, não é assim tão “estranha” quanto se poderia pensar, ou seria desejável que acontecesse.
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