Eu sou o Gato Maltês, um toque de Espanha e algo de francês. Nascido em Portugal e adoptado inglês.
quinta-feira, setembro 30, 2010
Orçamento: e o ano em curso?
"Nós, Republicanos"
Apenas um enorme reparo: porquê ser exibida na RTP2 e não no canal principal? Fico a aguardar correcção.
As capas de Cândido Costa Pinto (68)
A manif. da CGTP
Não estão obviamente em causa o agradecimento, respeito e solidariedade que todos – repito, todos -, enquanto sociedade, lhes devemos; mas estamos aqui longe, muito longe da mensagem de progresso e de futuro de que eram portadoras, nas suas demonstrações públicas de luta, a burguesia revolucionária do início do século XIX ou o proletariado das primeiras décadas do século XX.
David Luiz
quarta-feira, setembro 29, 2010
O momento do SCP
Passos Coelho AC e Passos Coelho DC
Resta saber, como resultado desta espécie de “trade off” político, quem mais tem a ganhar. É óbvio que, com a influência de que deu mostras e a quase certeza da viabilização do orçamento, o actual Presidente da República vê a sua posição e putativa recandidatura fortalecidas, embora pouco precisasse de tal coisa pois parece ter a reeleição garantida. Quanto a Passos Coelho, se, com a mudança de atitude, deu mostras de pouca coerência política e, face à anterior intransigência, quase assumiu tacitamente a responsabilidade pela ruptura das negociações com o governo, o que nunca cai bem no eleitorado, também acaba a demostrar um certo bom senso patriótico e atitude de estadista, algo que os portugueses costumam aplaudir. Não nos esqueçamos que foi com atitude semelhante que o PSD começou a liderar nas sondagens; aguardemos, pois, pelas próximas. Com muita tranquilidade, claro...
terça-feira, setembro 28, 2010
O verdadeiro "pecado original" do governo
Fernando Ulrich no "Prós & Contras"
Duas afirmações, ambas muito simples e óbvias, de Fernando Ulrich valeram o sacrifício de ter assistido a uma boa parte do “Prós & Contras” de ontem:
- “Que não se pode fazer tudo bem ao mesmo tempo”, sendo portanto tempo de, na área financeira, o ministro respectivo e o governo se concentrarem sobretudo no cumprimento das metas estabelecidas para o “déficit” público. Claro, acrescento eu, que com as medidas o menos injustas e penalizadoras em termos sociais e económicos, mas, e utilizando uma expressão do próprio Teixeira dos Santos, “fazendo tudo o que for necessário”. Pois é tempo de passar das palavras aos actos, caro ministro.
- “Que é incompreensível querer negociar o orçamento com a oposição sem antes o governo apresentar a sua proposta de orçamento como base de discussão.” Sem dúvida: devia o governo apresentá-la à Assembleia da República, disponibilizá-la para consulta dos cidadãos e a partir daí negociar um acordo com os partidos da oposição, modificando essa sua proposta onde fosse possível e necessário para chegar ao desejável acordo. Ou, no caso de não ser possível um acordo, os cidadãos ficarem na posse dos elementos necessários para entender porque teriam sido inultrapassáveis as diferenças e, assim, julgarem das razões de tal desenlace. Tudo seria bem mais claro e esclarecedor.
segunda-feira, setembro 27, 2010
"Prós & Contras"
Outra pergunta: a produção e realização do programa não se envergonham quando revêm alguns dos programas passados? Pois, não devem sequer rever...
Ryder Cup, 1991. Kiawah Island, South Carolina - Bernhard Langer falha e dá a vitória aos USA
Numa das mais emocionantes edições de sempre da Ryder Cup, que ficou conhecida para a posteridade como “the war by the shore”, o alemão Bernhard Langer falha um “putt” relativamente fácil e perde o buraco 18 e último para o norte-americano Hale Irwin, entregando assim a vitória por ½ ponto à equipa americana. Para mim, que assisti ao vivo, inesquecível; mas nunca mais perdoei a Langer, que ficou definitivamente ligado a esse falhanço.
Curiosamente, Langer, que jogou em dez edições da Ryder Cup e capitaneou a vencedora equipa europeia em 2004 (Oakland Hills, Michigan), é agora figura de proa da candidatura alemã a acolher a Ryder Cup 2018, concorrendo contra outros cinco países, incluindo Portugal cuja comissão de honra é encabeçada por Jorge Sampaio. Desta vez, espero mesmo que perca!
domingo, setembro 26, 2010
É preciso algo mais do que aprovar o orçamento
Sobre a utilização do "Magalhães"
É natural: não existe qualquer incentivo significativo para que um professor melhore as suas qualificações e em nenhum campo do conhecimento humano um professor gosta de mostrar saber menos do que o aluno.
SLB: o que disseram os últimos jogos
sábado, setembro 25, 2010
Vem aí a Ryder Cup!
Ficam aqui os horários das transmissões via Sport TV. Conselho: não perca (e torça pela nossa selecção, claro!).
sexta-feira, setembro 24, 2010
Águas, carros e carrinhos...
O governo decidiu suspender o plano de renovação da frota automóvel das Águas de Portugal. Terá motivos mais do que suficientes para o fazer, mas pergunta-se:
- Porquê só agora, a posteriori, depois de o assunto ter “saltado” para os “media” e apenas para um caso concreto e não previamente, de forma geral, normativa, para todas as empresas públicas (a Águas de Portugal é detida pela Parpública, Parcaixa e DGT) e sob a forma de política a adoptar em termos gerais e abstractos? Que tipo de controlo é, de facto, exercido pela tutela nas empresas públicas ou afins e que critérios de “reporting” estão estabelecidos?
- A política de carros de serviço e de outros “fringe benefits” das empresas públicas (e afins) é revista e aprovada anualmente pelo governo?
- No caso das autarquias, existe uma política coerente para os carros destinados a uso pessoal? Essa política depende da importância da autarquia e está articulada com idêntica política adoptada em outros organismos estatais? Pergunta mais directa: é possível um autarca de um concelho de pequena ou média dimensão ter direito a um carro de categoria superior a um outro que exerça funções semelhantes em Lisboa ou Porto, por exemplo. É possível um presidente de câmara ter direito a um carro de categoria superior a um ministro ou secretário de estado?
Fico por aqui...
Frivolidades: "Tattersall"
Vejamos... “Tattersall check” é um padrão muito usado em camisas desportivas - mas não se esgotando por aí - e deve o seu nome, tanto quanto sei, a um leiloeiro de cavalos de corrida de nome Richard Tattersall, com instalações em Hyde Park, Londres, desde o século XVIII (ou por aí). Parece, pois, que o tal padrão tem origem nas mantas que cobriam os cavalos a leilão, embora me pareça que existem várias versões embora todas elas relacionadas com o tal mercado de cavalos. Em Inglaterra, ou noutras partes do mundo civilizado, quem se referir a uma camisa "Tattersall Check" (ou apenas Tattersall) será facilmente entendido e poderá estar certo não ser objecto de mal contida chacota ou de chamada para o 112 local. Ponto final!
Já "Viyella" é bem outra coisa e nada tem a ver com qualquer padrão: trata-se da marca registada de um tecido feito com uma mistura de lã merino e algodão muitas vezes utilizado na confecção de camisas desportivas. Acontece que muitas (a grande maioria) das camisas com o padrão “Tattersall”, embora com uma aparência “aflanelada” e um toque “suave”, são feitas com tecido 100% algodão e não com Viyella, pelo que muito pouco ou quase nada justifica tal confusão.
Mas pronto: sem grandes esperanças de que esta explicação chegue a quem deve (já tentei numa loja mas desisti), lá terei de continuar a dirigir-me aos lojistas com a tagarelice do costume: “olhe, tem daquelas camisas blá, blá, blá, etc e tal? Sorte a minha... Santo Deus!
A oportunidade do parlamentarismo (ainda e sempre)
O que resta então? O “poder da palavra”? As “chamadas de atenção” qual pai tentando chamar o filho pouco estudioso e um pouco estróina à razão? Francamente, parece-me bem pouco para justificar a continuidade do semi-parlamentarismo e a eleição do Presidente da República por sufrágio directo e universal em campanhas eleitorais necessariamente sem programa político e, por isso mesmo, sempre demasiado baseadas nas mui perigosas questões de simpatia e imagem, quando não de fácil “agit-prop” populista. Seria bem melhor que o país provasse de vez a sua maioridade política e, segundo tudo leva a crer, aquele que será o segundo mandato de Cavaco Silva fosse o último nas actuais circunstâncias constitucionais, entregando, após revisão dos seus poderes e a partir de 2016, o papel de representante do Estado a alguém eleito por um colégio eleitoral a definir ou, pura e simplesmente, ao Presidente da Assembleia da República.
quinta-feira, setembro 23, 2010
quarta-feira, setembro 22, 2010
O "charivari" actual e a negociação do orçamento 2011
Por isso mesmo, e independentemente de todas as dificuldades pelas quais a execução orçamental do corrente ano possa estar a passar (e estará), principalmente no que toca ao controle da evolução da despesa – e convém e é necessário estar alerta, seguindo o assunto com muita atenção, nunca fiando nem confiando em demasia -, todo o “charivari” que por aí vai, incluindo a gritaria vêm aí os lobos (leia-se, FMI), parece-me ter fundamentalmente um objectivo: recuperar a posição perdida pelo PSD de Passos Coelho nas sondagens, fortalecendo-o enquanto líder que começa a gerar alguns franzir de sobrolho entre os seus, e, assim e pela via da criação de um sentimento de dúvida na opinião pública face à competência do governo na gestão financeira, fragilizar este na negociação do orçamento do próximo ano, obrigando-o a ceder ao PSD em algumas das premissas fundamentais o que facilitaria o necessário, indispensável e inevitável voto deste partido para sua aprovação.
Como não tenho qualquer vocação catastrofista (devo dizer “medinacarreirista”?), espero muito não estar enganado...
terça-feira, setembro 21, 2010
Um conselho a Paulo Bento
segunda-feira, setembro 20, 2010
A "Conversa em Família" de Isabel Alçada e o comportamento dos "media"
No entanto, o assunto tem servido para demonstrar aquilo a que chamaria o comportamento “copycat” da comunicação social - “blogs” incluídos - e que se exprime, simultaneamente, em três planos: uma permanência, em termos de tempo, muito para além do justificável para um “fait divers” em praticamente todos os meios; um tratamento idêntico em todos eles em termos de opinião expressa, tratamento este muito influenciado pelas caixas de comentários de “blogs” e “media” electrónicos o que demonstra o “efeito totalitário” perverso que a democracia mediática pode, por vezes, trazer consigo; e um efeito de apagamento da memória, omitindo sistematicamente esses mesmos “media” o papel por si desempenhado no passado e a contribuição negativa, influência e responsabilidade que essas análises e opiniões terão tido para a situação que agora criticam.
Este último efeito – de apagamento de memória – é mesmo extremamente evidente no caso da tal “conversa em família” da ministra Isabel Alçada, omitindo os “media”, nas suas análises, o papel por si próprios desempenhado, e que muito terá contribuído para o actual estado de coisas, no afastamento de uma ministra (Mª de Lurdes Rodrigues) que, mesmo cometendo alguns erros, era portadora de uma ideia política para a educação e a sua substituição por uma outra (Isabel Alçada) que pouco mais será do que uma profissional de relações públicas colocada no cargo para “pacificar” o sector, ou seja, para ceder, no essencial, aos interesses instalados.
Talvez seja tempo, pois, de, a esses mesmos "media", lhes reavivar a memória....
Marcelo Rebelo de Sousa e a hipótese José Mourinho
domingo, setembro 19, 2010
Duas perguntas após o SLB-SCP
- Que dizem depois do jogo de hoje aqueles que afirmavam Fábio Coentrão teria de jogar obrigatoriamente a defesa-esquerdo e não era a melhor solução para dar largura e profundidade à equipa no lugar que foi de Di Maria?
- Quantas vezes (não)saiu hoje a jogar David Luiz e que influência isso teve no rigor defensivo que a equipa hoje apresentou?
sábado, setembro 18, 2010
Pensamento do dia
sexta-feira, setembro 17, 2010
O perigo dos políticos não-profissionais
História(s) da Música Popular (166)
"Tex-Mex" (I)
Território espanhol até 1821, mexicano durante os anos seguintes, república independente entre 1836 e 1845, habitado por texanos e tejanos (existiam tejanos entre os defensores de um Texas independente, inclusivamente entre os mártires de Álamo), não admira que o Texas, estado da União a partir deste último ano, reflicta na sua cultura este “melting pot” latino, anglo-saxónico e germânico (muitos dos seus habitantes têm antepassados alemães). “Chili com carne”, “tacos”, pimientos rellenos”? Claro que sim, mas também na música popular e, especificamente, no “rock & roll”, que é o que vem aqui ao caso, essa miscegenação se faz sentir.
E quando falamos de “tex-mex” rock & roll dois nomes surgem de imediato de forma expontânea, embora um deles talvez mais conhecido do que outro, pelo menos aqui no rectângulo e no que aos sixties diz respeito: Doug Sham e o seu Sir Douglas Quintet, velhos conhecidos dos incondicionais do “Em Órbita” (não me lembro de os ouvir regularmente elsewhere), e Sam the Sham & The Pharaohs, estes, estou certo, mais populares por via do seu super-hiper divulgado em Portugal “Wooly Bully”. Por mim, devo dizer preferir, de longe, Doug e o seu Sir Douglas Quintet, talvez pela sua sonoridade bem mais complexa (uns laivos de Zydeco?); talvez, também, pela novidade que tal som constituiu da primeira vez que o ouvi anunciado por Cândido Mota; talvez, ainda, pela proeminência dada ao orgão de Augie Meyers, algo – acho – ainda pouco visto no ""rock americanos e muito importado de grupos da “british invasion” (estávamos em 1965) com origem no “Rhythm & Blues”, tais como os Animals (e principalmente Alan Price), Spencer Davies Group e Them. Aliás, também o "look" do grupo era, de certo modo, inspirado nos grupos "mod" britânicos...
Bom, e por onde começamos? Justamente por aquele que é considerado o melhor tema de sempre da música popular do Texas e constituiu o primeiro êxito do grupo: “She’s About A Mover”, um tema de 1965 e que bem prova a referência que fiz ao orgão de Augie Meyers. Ora oiçam!... (ou será “oição” como cantava o Eduardo Nascimento?).
quinta-feira, setembro 16, 2010
Madaíl, Mourinho e Cavaco Silva...
A selecção não está melhor do que o país, mas Madaíl, em situação de crise extrema, demonstra que leva o seu papel de presidente da FPF bem mais a sério do que Cavaco Silva exerce o seu de Presidente da República. Pode ser que o exemplo frutifique e Cavaco se digne reunir com Passos e Sócrates. É que nem precisa ir a Madrid...
quarta-feira, setembro 15, 2010
Elvis Presley, 75 anos - original SUN recordings (13)
As notícias que chegam de Cuba e o PCP
Perante o despedimento de 1/2 milhão de funcionários públicos em Cuba (mesmo com as “nuances” com que a decisão é comunicada), o PCP, CGTP e “ofícios correlativos” têm ,a partir de agora , de optar por uma de duas soluções: admitem que os despedimentos - mesmo na função pública - perda de vínculo, mobilidade, restruturação das carreiras, etc, etc, podem ser uma solução para resolver alguns problemas da economia e das finanças públicas portuguesas, ou deixam de considerar Cuba como socialista e a defesa da sua “revolução” como uma bandeira, transformando Fidel Castro um renegado a soldo da CIA e admitindo a “revolução” ter sido traída. Aguardo com enorme curiosidade desenvolvimentos futuros. Como é que dizia “o outro”? “Que mais lhes irá acontecer?!...”
terça-feira, setembro 14, 2010
A revisão...
O problema para o PSD é que o mal está feito, como o provam as sondagens, e estas recentes alterações, limando apenas as “arestas” mais cortantes e mais susceptíveis de causarem alguns arranhões na opinião pública, nada de substancial mudam no conteúdo das anteriores propostas, conforme um atento PS não deixará de vir a evidenciar e amplificar. Pior, toda esta confusão do “muda aqui”, “corrige acolá”; “afinal não era bem assim mas mais ou menos”, num género da cata-vento político, acaba por retirar seriedade e consistência à actual direcção do PSD, minando a confiança que a opinião pública pudesse depositar numa alternativa de governo protagonizada pelo partido. E, como todos sabemos e sentimos, não estamos mesmo nada em tempo de aventuras...
"Bullshit"
O chorrilho de disparates de Olegário Benquerença e a falta de senso de Vítor Pereira ofereceram de mão beijada a Luís Filipe Vieira a oportunidade para desviar as atenções de sócios e adeptos dos erros grosseiros cometidos por treinador, director desportivo e presidente na preparação desta temporada. E, já agora, tiveram como resposta dos orgãos sociais do meu “glorioso” igual chorrilho de asneiras.
segunda-feira, setembro 13, 2010
2 perguntas 2 a Luís Filipe Vieira
- O que ganhou ou espera vir a ganhar o SLB com o seu apoio a Carlos Queiroz e o ataque ao Secretário de Estado do Desporto, Laurentino Dias?
- O que ganhou ou espera vir a ganhar o SLB com o seu apoio a Fernando Gomes para a presidência da LPFP?
É que eu, que só fui loiro enquanto criança, confesso não ter ainda percebido.
domingo, setembro 12, 2010
O "caso" Queiroz: perguntas e respostas
P: Teria sido possível para Madaíl optar por outro seleccionador quando contratou Carlos Queiroz?
R: Claro que possível teria sido sempre. Mas sejamos honestos: depois da saída de um seleccionador que tinha contra si a força dominante do futebol português (FCP) e que vinha sendo acusado, numa clara preparação para a contratação de CQ, de votar as categorias de formação ao ostracismo, também daquela que era, na altura, a opinião mediática largamente dominante, inclusivamente tendo esta lançado atempadamente e como acção promocional a inverosímil possibilidade de CQ vir a substituir Alex Ferguson, digamos que a margem de manobra de Madaíl ou de qualquer outro presidente ou direcção da FPF era muitíssimo reduzida ou quase nula. Sejamos, pois, honestos e admitamos que, ao tempo e em função do caldo de cultura dominante, a solução encontrada foi a “normal”.
P: Teria sido desejável um contrato apenas por dois anos (renovável), até final do Mundial 2010?
R: Uma vez mais: desejável, claro que sim. Mas possível? Sendo o maior activo de CQ os resultados obtidos com as categorias de formação (de que modo e usando que processos não vem aqui ao caso) e constituindo a principal acusação dos detractores de Scolari (e defensores da opção CQ) o facto de LFS só se ter preocupado com a selecção principal, um contrato de dois anos, de curto-prazo, seria dificilmente defensável para um “projecto” deste tipo. Acresce que CQ se encontrava ao serviço no Man. United e sempre foi vendida a ideia de que apenas um projecto de longo-prazo, “à medida do seu perfil”, seria susceptível de o atrair.
P: Teria sido melhor despedir CQ no final do “play-off”?
R: Não me parece. Depois de um mau início, a selecção foi conseguindo os resultados necessários à qualificação. Poder-se-ia argumentar facilmente que era incorrecto e desestabilizador o seu despedimento após ter conseguido o apuramento, mesmo que sem brilho, e o percurso da selecção ter vindo, pelo menos em termos de resultados, a ser percorrido de forma ascensional. Acresce que a equipa resolveu o “play-off” de forma clara, com duas vitórias.
P: A cena de “pugilato” com Jorge Baptista teria sido uma boa oportunidade para despedimento com “justa causa”?
R: Não sendo jurista, duvido, no entanto, que tal pudesse ser aceite em termos legais. Acresce que bem pior se tinha passado com LFS, no final do Portugal-Sérvia, e a FPF tinha resolvido o assunto com recurso a uma simples multa. De qualquer modo, acho que uma sanção pecuniária por parte da FPF, se tal fosse legalmente defensável, e um aviso público poderiam ter tido um efeito pedagógico e contribuído para evitar males futuros. Na altura, estranhei o silêncio da FPF.
P: CQ deveria ter sido objecto de um processo disciplinar e possível consequente suspensão por parte de FPF e ADoP logo na sequência da “cena” da Covilhã?
R: Na fase de preparação para o Mundial e a duas semanas do seu início? Alguém ousaria sem que Portugal inteiro, com diáspora e tudo, lhe caísse em cima??? Heróis já haverá poucos e parece que estúpidos ainda menos!... Pretender tal coisa é simplesmente ridículo e tal afirmação apenas poderá ter origem em alguém mal intencionado.
P: A FPF deveria ter rescindido o contrato com CQ logo após o Mundial?
R: Ora bem... Em termos de resultados, e disse-o neste “blog”, o seleccionador não pode ser criticado: qualificou a equipa para os 1/8 de final e perdeu pela diferença mínima com o futuro campeão do mundo. As exibições deixaram a desejar? É uma questão secundária face aos resultados e não me parece algum treinador possa ser avaliado, com justeza, em função de tal coisa, demasiado subjectiva. Mas atenção!: também o disse, algo muito diferente terá sido o que se passou nos bastidores, no relacionamento com jogadores, restante equipa técnica, médica, dirigentes, etc, etc, e isso também deveria ter sido tido em conta na avaliação. Mas aí terão (acho) começado as divergências no seio da direcção federativa e uma rescisão por esses motivos (relacionamento dentro do grupo), até porque dificilmente os jogadores, mesmo de “candeias às avessas” com CQ, se disponibilizariam para depor em qualquer processo, dificilmente poderia ser pretexto para alegar “justa causa”, o que terá fortalecido a posição dos que defendiam a continuidade do seleccionador. C’os diabos, três milhões são... três milhões! Restava, pois, rebobinar o filme e procurar por onde pegar, lançar cascas de banana, fazer a vida de CQ num inferno e esperar ele “escorregasse”. E escorregou!, principalmente com a história do “polvo”. É sacanice? Será, mas o mundo das relações de trabalho está cheio destas coisas e ninguém é menino do coro...
P: E Laurentino Dias? Deveria ter-se mantido à parte, não interferindo no "livre associativismo"?
R: Dever... devia. E até teria sido bem melhor se pudesse não o ter feito. Seria a situação ideal. Mas sobre a intervenção do Estado e dos governos no tal “livre associativismo”, para não perdermos mais tempo sugiro leiam o que escrevi aqui e aqui. É a vida e essa será cada vez mais uma realidade. E não podemos fingir que o mundo não existe ou é igual ao que era há 50 anos. Ponto final, pois.
Onde se explica porque, para o PS, a candidatura de Alegre não é assim tão má
Nem tudo será negativo para o PS na candidatura de Alegre. Por um lado, evita que o partido se veja na obrigação a apresentar um candidato institucional perdedor, um Joaquim Ferreira do Amaral ou um Basílio Horta socialistas. Por outro, sendo Alegre alguém claramente em rota de colisão com a política do partido no últimos anos, mais perto do BE do que uma concepção ocidental e liberal da democracia, isso permite ao PS aligeirar e passar entre os pingos da chuva da mais do que provável derrota do candidato por si, mais ou menos, apoiado. Digamos que na ausência de alguém na área do socialismo democrático com um perfil ganhador, é o melhor que se pode arranjar.
sábado, setembro 11, 2010
sexta-feira, setembro 10, 2010
Do "livre associativismo" desportivo...
Pergunta aos defensores do “livre associativismo” desportivo: como é que uma FPF eleita maioritariamente pelas associações distritais, organizações amadoras destinadas a dirigir o futebol amador, pode gerir com êxito e eficácia estruturas super-profissionais, de topo, como o são aos selecções nacionais de futebol e a sua participação nas mais importantes competições, igualmente profissionais, da FIFA e UEFA? Digamos que só por acaso e nos últimos anos esse acaso teve um nome: Luís Filipe Scolari, um profissional que, independentemente do seu valor em termos técnico-tácticos, resolveu mandar.
Ópera não é só música para operários (2)
Casa Pia: de como a incompetência de um tribunal vem em auxílio dos arguidos que ele próprio condenou
Bom, mas tendo pensado isto, eis senão quando vem em seu socorro e das suas teses a entidade mais surpreendente e menos esperada: o próprio tribunal que o julgou e em primeira instância o condenou. Ao mostrar-se incapaz de cumprir com algo tão simples como os prazos a que a si próprio se obrigou para publicação do acordão, o tribunal presidido pela juíza Ana Peres acaba por lançar na sociedade ainda maiores dúvidas sobre a sua capacidade para levar a cabo uma tarefa bem mais difícil e complexa: julgar com profissionalismo, rigor, competência, isenção e imparcialidade um dos casos mais sensíveis e mediáticos de sempre da justiça portuguesa. E consigo, com esta suspeita de incapacidade, o tribunal arrasta, e arrasa, toda a justiça portuguesa, onde já pouco resta de pedra sobre pedra.
Nota: considero Carlos Cruz e todos os outros arguidos, neste e em quaisquer outros casos, inocentes até trânsito em julgado das respectivas sentenças e, apesar de reconhecer o estado caótico da justiça portuguesa, considero que apenas os tribunais são orgãos competentes para julgar, absolvendo ou condenando.
quinta-feira, setembro 09, 2010
Sai um seleccionador "lindo, gordo e luzidio"...
Já agora: tenho ouvido e lido por aí o nome de Manuel José. Independentemente dos dislates que tem proferido nos últimos anos sobre a FPF e o cargo de seleccionador nacional, fruto, por certo, de ter sido preterido em favor de Scolari, que curriculum apresenta Manuel José no futebol de primeira linha? Ou será que Portugal é o Egipto, a UE a OEA e a UEFA a CAF?
Casa Pia: um péssimo exemplo de um orgão de soberania
De que vem isto a propósito? Dos sucessivos adiamentos da entrega e publicação do acordão do caso Casa Pia, claro. É que independentemente do desrespeito que o tribunal demonstra pelo Estado de Direito Democrático, pelos direitos de arguidos e vítimas e por todos os cidadãos em geral (dada a natureza do processo), enfim, pelos direitos, liberdades e garantias, está a dar, enquanto orgão de soberania da República e principalmente tratando-se de um tribunal ao qual seriedade e o rigor deviam estar sempre associados, um péssimo exemplo de funcionamento a empresas, instituições e cidadãos deste país, definindo parâmetros diametralmente opostos àqueles que deveriam ser os correctos. Apenas me ocorre uma palavra: lamentável...
quarta-feira, setembro 08, 2010
PSP: direito à greve?
A questão está longe de ser pacífica e de ter decisão fácil: se a PSP é uma polícia civil – e é assim que deve ser; difícil é entender a existência da GNR - , porque não o direito à greve? Exerce a sua actividade numa área muito específica, relacionada com a segurança e apoio aos cidadãos? É verdade, mas médicos, paramédicos, enfermeiros e “tutti quanti” (acho que também o SEF e a PJ) têm todos direito à greve, exercendo a sua actividade em sectores socialmente nevrálgicos. Porque não a PSP?, desde que os serviços essenciais a essa actividade tão sensível, garantindo todo o apoio e a segurança dos cidadãos, sejam assegurados? Pois é, o mundo não é a preto e branco e eu próprio tenho dificuldade em ter opinião conclusiva.
Mas independentemente desta análise mais estrutural, que pode e deve ser feita, pode o governo, neste momento, tendo em atenção o clima populista/securitário dominante na sociedade e perante uma lei que parece não ser clara e taxativa na extensão desse direito fundamental a uma polícia civil, arriscar-se a uma greve da PSP? Manda o bom senso, que em casos de pouca clareza legal deve ser invocado, dizer que não; que uma cedência deste tipo poderia ter mesmo o resultado contrário à eventual possibilidade de uma extensão futura deste direito à PSP, à aceitação das ideias daqueles que, como eu, defendem uma única polícia (civil) para todos os cidadãos e ao aprofundamento dos direitos, liberdades e garantias na sociedade. Os tais - aproveito para dizer - que a PSP gosta de invocar para si própria mas que (ainda) vezes demais tem dificuldade em reconhecer aos cidadãos.
Nota: a data escolhida para a greve, coincidindo com a cimeira da NATO em Lisboa, revela apenas falta de senso ou trata-se antes de uma provocação gratuíta? Ou, então, estaremos perante uma posição política de princípio, anti-NATO e anti-ocidente? Qualquer que seja, é um tiro no pé do Sinapol.
"For sentimental reasons" - original "doo wop" classics (17)
Federações, clubes, selecções nacionais e governos: uma nova realidade
A pergunta que há que fazer é esta: sendo a FPF eleita pelas associações e estas pelos clubes, que ganham efectivamente estes com uma selecção nacional bem sucedida? Claro que muito pouco, ou quase nada. Alguma facilidade em valorizar alguns dos seus activos? Em tempos terá sido assim, mas hoje em dia os grandes clubes já não contratam na base de três ou quatro jogos com exibições bem conseguidas nas fases finais de europeus e mundiais, mas têm, isso sim, gabinetes de prospecção bem organizados que seguem a Champions League, a Liga Europa e todas as ligas europeias e sul-americanas. E, em compensação, ficam dias a fio sem poderem contar com os jogadores, com longas viagens pelo meio, arriscando-se ainda a que se lesionem ao serviço das respectivas selecções. Digamos que as selecções nacionais passaram a ser um elemento de certa forma “disfuncional” no negócio do futebol, sem que esta afirmação signifique alguma discordância ou sequer desconforto com o modelo actual de funcionamento do desporto a nível mundial. É uma constatação e... ponto final.
A questão que deriva do que acima afirmei é que as selecções nacionais interessam, hoje em dia, muito mais aos governos, quer pela imagem que promovem ou “despromovem” dos respectivos países, interna e externamente, quer pela função política e social que podem desempenhar junto das “massas” (vidé Euro 2004), do que às federações respectivas, mandatárias dos clubes, e não será estranho que, subsequentemente, possamos assistir, cada vez mais, à “interferência” desses mesmos governos, mesmo os do primeiro-mundo, numa área até há bem pouco tempo reservada ao livre associativismo desportivo. O governo francês deu o exemplo (o pontapé de saída...) depois da imagem vergonhosa que a selecção da FFF deu do país no Mundial deste ano, e a intervenção do secretário de estado Laurentino Dias parece vir exactamente no mesmo sentido. As selecções nacionais de futebol, pela importância global e mediática que o futebol atingiu, deixaram pois de ser meras representações das respectivas federações e passaram-no a sê-lo dos governos e, em última instância, de todo um povo, que nelas se revê. Para o bem e para o mal e com todas as suas consequências....
terça-feira, setembro 07, 2010
A selecção em campo: os pontos nos ii
Depois de um 4x2x4 sem nº6, com dois nº8 e dois laterais ofensivos no jogo com Chipre, o que logicamente rendeu quatro golos para cada lado, a selecção portuguesa passou a jogar em 4x3x3 sem nº6, com três nº8 e sem laterais ofensivos (Sílvio era estreante e "defendeu-se" e Veloso não tem velocidade para ser um ala). Claro que não marcou e apenas sofreu um golo de “capoeira” inteira.
Este breve resumo serve essencialmente para três coisas:
- Para mostrar que muito antes de análises filosóficas e de pseudo teorias da conspiração – para já não falar de arbitragens - a melhor maneira de analisar o resultado de um jogo de futebol é olhar para o modo como se estruturam e evoluem as equipas em campo.
- Para demonstrar que o problema da selecção portuguesa não é apenas e só o “forrobodó” que por aí vai entre FPF e Carlos Queiroz. É também, e muito, a péssima direcção técnica (Queiroz/Oliveira) de uma equipa onde não se vêm quaisquer princípios e processos de jogo consistentes ou uma identidade competitiva reconhecível.
- Que talvez seja tempo de perguntar se as boas exibições de Eduardo no Mundial não foram um hiato na carreira de um, até agora, quarda-redes menos que mediano. Sabem a minha opinião e porque sempre me manifestei contra os cristãos-novos (honni soit qui mal y pense) que, após os problemas com Roberto, advogavam que tinha sido um erro a não contratação do agora genovês pelo “meu” SLB. E agora não me venham dizer que a culpa de dois “frangos” em dois jogos é dos problemas FPF/Queiroz.
Fado - Património Imaterial da Humanidade (5)
Queiroz: e se ficasse em casa?
Suspenso pela sua própria entidade empregadora e não, ao contrário do que aconteceu com Scolari, por uma instância como a FIFA ou a UEFA, seria bem melhor que Carlos Queiroz se decidisse a ficar em casa, vendo os jogos pela TV, e se abstivesse de assistir a esses mesmos jogos da selecção no estádio, em Portugal ou no estrangeiro, num claro desafio à autoridade da FPF e à legitimidade da decisão por esta tomada. Poupar-nos-ia também assim - a todos, incluindo jogadores - às cenas tristes e pouco edificantes a que temos assistido, sujeitando-se a pagar bilhete e viagens do seu próprio bolso para ver jogar a equipa num péssimo exemplo a que um verdadeiro líder nunca se deveria sujeitar.
É que não basta invocar a “honra”, o “polvo”, Amândio de Carvalho, a “porcaria” e arrolar Alex Ferguson como testemunha. É preciso, em primeiro lugar, dar o exemplo e começar por aprender como se comportar.
segunda-feira, setembro 06, 2010
"Two Fat Ladies" (1)
O “Gato Maltês” é fanático de poucas coisas com excepção dele próprio, filhos e netos e do “glorioso”. Mas se é verdadeiramente vidrado em algum programa de televisão é neste “Two Fat Ladies”, do qual é capaz de ver e rever episódios a fio sem parar de se divertir. Infelizmente não são muitos, já que Jennifer Paterson (uma das “fat ladies”; a outra é Clarissa Dickson-Wright) morreu de cancro dos pulmões (era fumadora inveterada) em 1999. É muito mais do que um programa de culinária: diria que é talvez o mais inglês dos programas de televisão, o espírito de Inglaterra com todo o seu humor e charme muito subtis. Uma delícia...
Finalmente, existe material suficiente no “You Tube” para justificar se abra aqui um capítulo, embora não seja possível (acho) apresentar nenhum dos episódios na íntegra. Mas como cada um deles (um ou outro c/ legendas em inglês, o que sempre ajuda) se divide em vários pequenos capítulos, não será isso o suficiente para justificar a ausência.
Pois venham as “Two Fat Ladies”!
História(s) da Música Popular (165)
Bubblegum (XVI)
Sim, eu sei que toda a gente conhece, mas agora que se dá início à “rentrée” do “Gato Maltês” (falta decidir quantas o “blog” vai fazer) seria impossível fechar o capítulo dedicado à “bubblegum music” sem falar dos Archies e de “Sugar Sugar” (1969), verdadeiros arquétipos do género. Primeiro, porque os Archies não são um grupo, como quase sempre acontece nesta área da “pop”, mas mais um “recording act” sem existência real, desta vez protagonizado por um dos nomes mais importantes, enquanto produtor, do Brill Building: Don Kirchner, o inventor dos Monkees. Segundo, porque o tema é suficientemente simples e idiota, não deixando de ficar no ouvido, para constituir um excelente exemplo do género. De tal modo que até a grande e castiça Hermínia (Silva), uma “alfacinha” de gema símbolo de uma cidade que já desaparecida, não deixou de gravar do tema uma bem divertida versão muito à sua medida!
Já que falo em Don Kirchner devo dizer o capítulo dedicado à “bubblegum” irá ficar por aqui (um fecho com chave de “chiclet”!...), pois não considero os Monkees um grupo que se possa enquadrar completamente no género. E como o rigor, a ordem, o método e a disciplina fazem parte das incontornáveis regras cá da casa, “in dubio pro reo”, isto é, como estamos para além da dúvida razoável os Monkees são como rapariga à porta do “clube do Bolinha”: não entram mesmo neste capítulo.
Entretanto, o próximo vai já começar hoje em preparação.
domingo, setembro 05, 2010
Cavaco Silva: falar verdade aos portugueses
Muito bem! Então o senhor Presidente da República vai com certeza começar por dizer aos portugueses que grande parte do desemprego é estrutural, que uma percentagem elevada (certamente mais de 50%) da população desempregada não tornará a conseguir emprego, que esse desemprego estrutural é condição necessária à reconversão do tecido empresarial sem a qual Portugal nunca se tornará competitivo e que dificilmente a economia, mesmo crescendo a um ritmo idêntico à média europeia (oh! sacrossanto optimismo!), gerará emprego qualificado para muitos dos jovens licenciados em psicologia, sociologia, direito, etc, que procuram agora a sua primeira ocupação. Mais ainda, acrescentará que o indispensável equilíbrio das contas públicas irá colocar sérios entraves (já o está a fazer) à existência e manutenção a um nível adequado das prestações sociais. No fim, acrescentará que os portugueses terão que ter paciência e pedirá desculpa por ter dado o pontapé de saída, enquanto primeiro-ministro, para um modelo de desenvolvimento que nos conduziu a esta triste situação.
Pode então começar já, Senhor Presidente?
Pergunta
Piloto automático?
Assim, com esta estrutura, talvez pudessem ter ganho a São Marino ou às ilhas Faroé.
sábado, setembro 04, 2010
sexta-feira, setembro 03, 2010
As freguesias de Lisboa ou a melhor notícia do dia
Ópera não é só música para operários (1)
Casa Pia: um julgamento isento?
Alguém, pelo menos no seu perfeito juízo e na posse de todas as suas faculdades, acha que, depois destes anos todos, da actual situação da Justiça em Portugal e do ambiente criado à volta do caso pelos “media”, existem condições para um julgamento isento, imparcial e justo (se isso realmente alguma vez existir) do “caso” Casa Pia? Alguém me diz o que aconteceria, e independentemente das responsabilidades dos arguidos e dos actos praticados, se não fosse possível fazer prova em tribunal dos crimes de que são acusados? Já agora, o que pensar de um advogado que, mesmo tendo em conta a sua especial condição no processo, acha que os arguidos, se condenados, deverão esperar na cadeia pelo trânsito em julgado da setença?
Fica a pergunta, acrescentando que acho a pedofilia um crime muito grave e não tenho quaisquer ligações ou interesses relacionados com arguidos ou vítimas.
Até sempre, grande "Canadá Dry"!
Puro engano, claro: com a perseverança dos não predestinados, com aquele ar afável e bonacheirão com o qual disfarçava uma forte personalidade e um espírito vencedor, o bom do Zé Torres, se nunca virou cisne resplandecente, lá fez pela vida e ganhou, com merecimento enorme e inteira justiça, um lugar de destaque na galeria dos monstros sagrados do “glorioso”, ao lado do seu “antepassado” Zé Águas e onde um dia, que espero muito longínquo, estarão também o “Grande Capitão” Mário Coluna e o seu grande amigo Eusébio da Silva Ferreira. Levará José Torres consigo uma grande e enorme mágoa: nunca foi campeão europeu. O mundo não é lá muito justo! Mas o que é isso comparado com as alegrias sentidas por tudo aquilo que nos deu a nós, adeptos e sócios do “glorioso”? Obviamente que nada!
Boa viagem e até sempre, grande “Canadá Dry”. Viva o Benfica!
Queiroz: duas perguntas
- Onde está a contradição principal? Entre um governo que pretende afastar Queiroz rapidamente e uma direcção da FPF que, até por contradições internas, não age com a pretendida celeridade ou entre uma direcção federativa, maioritariamente, sintonizada com o governo mas que não obtém do Conselho de Disciplina a cooperação esperada?
- Sendo óbvio que o modo, mais ou menos pacífico ou mal ou bem-educado, como se terá processado o controlo “anti-doping”, na Covilhã, é apenas um pretexto (o que, aparentemente, estava “mais à mão” para ser usado), qual ou quais as razões de fundo que estarão por detrás da óbvia e convicta intenção governamental (e da FPF?) de levar o seleccionador à demissão?
quinta-feira, setembro 02, 2010
Justiça popular...
Ora aí está; nem mais. Que sejam ou não culpados dos factos que lhe são imputados, que seja efectivamente possível produzir prova em tribunal... Que importa isso? Pormenores...
Esta é a justiça popular... Aquela para que apela Paulo Portas e a que prevalece sempre que se criam dúvidas sobre o modo como funciona a verdadeira Justiça, a do Estado de Direito Democrático. Tenham medo; tenham muito medo!
As capas de Cândido Costa Pinto (67)
TSF...
Fui surpreendido esta manhã, pouco depois das 8.30h, pelo anúncio de que o “Fórum TSF” regressaria à antena amanhã, sexta-feira, com uma emissão especial dedicada à leitura da sentença do “caso” Casa Pia. Se cada um dos acontecimentos, “de per si”, já não constitui bom augúrio para o que se vai seguir na “rentrée”, da conjugação de ambos só pode esperar-se mesmo o pior...
quarta-feira, setembro 01, 2010
Em defesa de Madaíl
Goste-se muito, pouco, “assim-assim” ou nada de Gilberto Madaíl, o que constitui facto incontroverso é que foi durante os seus mandatos como presidente da FPF que a selecção portuguesa conseguiu o melhor conjunto de resultados da sua história, Portugal foi palco de uma fase final de um Europeu e se candidata, em parceria com Espanha, a um Mundial. Contribui Madaíl muito, pouco, “assim-assim” ou nada para tais êxitos? Pouco importa: é o topo da pirâmide do futebol português e se não podem deixar de se assacar responsabilidades pelos fracassos - quando existem - a quem dirige, também não é menos verdade que os êxitos não podem ficar orfãos ou serem filhos de pai incógnito.