A pergunta que há que fazer é esta: sendo a FPF eleita pelas associações e estas pelos clubes, que ganham efectivamente estes com uma selecção nacional bem sucedida? Claro que muito pouco, ou quase nada. Alguma facilidade em valorizar alguns dos seus activos? Em tempos terá sido assim, mas hoje em dia os grandes clubes já não contratam na base de três ou quatro jogos com exibições bem conseguidas nas fases finais de europeus e mundiais, mas têm, isso sim, gabinetes de prospecção bem organizados que seguem a Champions League, a Liga Europa e todas as ligas europeias e sul-americanas. E, em compensação, ficam dias a fio sem poderem contar com os jogadores, com longas viagens pelo meio, arriscando-se ainda a que se lesionem ao serviço das respectivas selecções. Digamos que as selecções nacionais passaram a ser um elemento de certa forma “disfuncional” no negócio do futebol, sem que esta afirmação signifique alguma discordância ou sequer desconforto com o modelo actual de funcionamento do desporto a nível mundial. É uma constatação e... ponto final.
A questão que deriva do que acima afirmei é que as selecções nacionais interessam, hoje em dia, muito mais aos governos, quer pela imagem que promovem ou “despromovem” dos respectivos países, interna e externamente, quer pela função política e social que podem desempenhar junto das “massas” (vidé Euro 2004), do que às federações respectivas, mandatárias dos clubes, e não será estranho que, subsequentemente, possamos assistir, cada vez mais, à “interferência” desses mesmos governos, mesmo os do primeiro-mundo, numa área até há bem pouco tempo reservada ao livre associativismo desportivo. O governo francês deu o exemplo (o pontapé de saída...) depois da imagem vergonhosa que a selecção da FFF deu do país no Mundial deste ano, e a intervenção do secretário de estado Laurentino Dias parece vir exactamente no mesmo sentido. As selecções nacionais de futebol, pela importância global e mediática que o futebol atingiu, deixaram pois de ser meras representações das respectivas federações e passaram-no a sê-lo dos governos e, em última instância, de todo um povo, que nelas se revê. Para o bem e para o mal e com todas as suas consequências....
3 comentários:
Caro JC
Leio na imprensa, citando uma entrevista à SIC de LFV, presidente do SLB, em que este terá afirmado,entre outras coisas :
- que o atraso do SLB no campeonato se deve à arbitragem
- que Roberto é um GR que merece toda a confiança, nada tendo a ver com tal atraso
- que o SlLB ponderou contratar Eduardo
- que toda a polémica em torno da selecção se deve exclusivamente ao Secretário de Estado dos Desportos, que deveria tirar consequências do descalabro da selecção e não a Queiroz que merece todo o seu apoio
Isto é boato? … teoria da conspiração ou constipação ?
…ou será filosofia correcta ? … significará que o maior clube do mundo tem o melhor presidente ? …. ou será bom motivo para JC urgentemente nos elucidar com um oportuno post que bem se poderia chamar “Em defesa de LFV”
Aguardamos ansiosamente
JR
1. Não deve à arbitragem
2.A minha opinião s/ Roberto já foi bem expressa
3. Escrevi no Twitter a minha opinião. Repito: não entendo pq LFV se foi meter no assunto e afrontar o governo. Só pelo caso Nuno Assis? disparate.
4. Se "clicar" na etiqueta LFV, no "blog", pode ler as opiniões que ao longo do tempo fui expressando s/ o presidente do meu clube. Estou mtº longe de ser um entusiasta.
Ficamos mais descansados.
Obrigado pelo esclarecimento.
Cumprimentos
JR
PS: No caso de Queiroz chega a ser enternecedor ver LFV e P. da C. unidos na mesma luta no papel de testemunhas abonatórias.
Nem o polvo Paul conseguiria adivinhar tal.
Será que neste caso se aplicará que "o amigo do meu amigo meu amigo é" ?
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