terça-feira, setembro 07, 2010

A selecção em campo: os pontos nos ii

Depois de um 4x2x4 sem nº6, com dois nº8 e dois laterais ofensivos no jogo com Chipre, o que logicamente rendeu quatro golos para cada lado, a selecção portuguesa passou a jogar em 4x3x3 sem nº6, com três nº8 e sem laterais ofensivos (Sílvio era estreante e "defendeu-se" e Veloso não tem velocidade para ser um ala). Claro que não marcou e apenas sofreu um golo de “capoeira” inteira.


Este breve resumo serve essencialmente para três coisas:

  1. Para mostrar que muito antes de análises filosóficas e de pseudo teorias da conspiração – para já não falar de arbitragens - a melhor maneira de analisar o resultado de um jogo de futebol é olhar para o modo como se estruturam e evoluem as equipas em campo.
  2. Para demonstrar que o problema da selecção portuguesa não é apenas e só o “forrobodó” que por aí vai entre FPF e Carlos Queiroz. É também, e muito, a péssima direcção técnica (Queiroz/Oliveira) de uma equipa onde não se vêm quaisquer princípios e processos de jogo consistentes ou uma identidade competitiva reconhecível.
  3. Que talvez seja tempo de perguntar se as boas exibições de Eduardo no Mundial não foram um hiato na carreira de um, até agora, quarda-redes menos que mediano. Sabem a minha opinião e porque sempre me manifestei contra os cristãos-novos (honni soit qui mal y pense) que, após os problemas com Roberto, advogavam que tinha sido um erro a não contratação do agora genovês pelo “meu” SLB. E agora não me venham dizer que a culpa de dois “frangos” em dois jogos é dos problemas FPF/Queiroz.

7 comentários:

Anónimo disse...

Caro JC

A sua análise táctica costuma ser irrepreensível daí que, normalmente, dispensa demais redundantes comentários.

O que não consigo alcançar é como duas “capoeiras” de um qualquer guarda-redes terceiro conseguem fazer reabilitar um outro que leva de vantagem mais meia-dúzia de outras tantas “capoeiras”.
Se a matemática é uma ciência exacta, então a teoria da conspiração ou a filosofia “correcta” é dar como bom o que sofre muito mais frangos, ficando o mau para quem menos frangos sofre.

Bastará contar o número de “capoeiras” com que Roberto contribuiu , e muito, para um “recorde” de 14 (?) golos sofridos e quatro jogos consecutivos sem ganhar, o que nos faz recuar mais de meio século nos historial do SLB para depararmos com um registo tão anómalo.

Mas ninguém quer impedir JC de estar contente ( e eu também estou ) com o “hiato” de Roberto (saído do banco por sortilégio do jogo) ao defender uma grande penalidade.

Que o “hiato” dure muito !
(Infelizmente, baseado nas razões que levaram o Atlético a dispensar a sua tão brilhante terceira opção para terceiros, não enxergo tão promissora perspectiva).

Oxalá que o Caro JC tenha mais razão no caso de Roberto que a demonstrada quando nos sustentou que Carlos Queiroz dava um excelente secretário técnico ou quadro superior da FPF. ( cruzes, canhoto, remeto para o seu anterior e brilhante post)

JR

JC disse...

Mas quando falo de Eduardo não me estou, nem por omissão, a referir a Roberto, a colocar os dois em opção ou a desculpar os "frangos" do segundo. Nem sei como pode depreender tal coisa do "post". Como disse em devido tempo, as minhas preferências sempre foram para um gr c/ experiência internacional reconhecida, o que não é o caso de Roberto.
E nunca disse que CQ daria um excelente director técnico da FPF. Disse apenas que o seu perfil era mais o de um director-técnico, sem valorizar.

Anónimo disse...

Convenhamos que, recorrendo às detalhadas análises custo-benefício, jóias da coroa deste Blog, se Roberto acaso não é um gr c/ experiência internacional reconhecida, era suposto sê-lo em função de ser a terceira aquisição mais valiosa de sempre do SLB e a oitava mundial de GRs.

Se Eduardo vale menos de metade e dá um terço dos frangos de Roberto, para quem vai o título do Gestão-"Kentucky Fried Chicken" ?

Quanto a CQ a análise custo- benefício também não sai famosa.
A selecção CQ aparenta ir bordo do último voo "ConCorde" (no pescoço) e em piloto automático, tendo como agulheiro dos céus o Seleccionador da FFP - Fly For Prejudice.

Com efeito, antes fosse Secretário-Técnico.

Cumprimentos
JR

Anónimo disse...

A selecção está um espelho fiel do estado do país.

JC disse...

Caro JR: Mas não há mais GRs no mundo?, e mais mundo!, para além de Eduardo e Roberto?

Anónimo disse...

Há mais mundo, sim senhor!
E para além do mundo de Shakespeare,inclusivamanete, o da acidental praia lusitana onde existem também jogadores promissores.

O problema é que, tal como Eduardo, Pauleta, Sílvio e Danny, para citar só estes,não conseguiram singrar nos clubes grandes onde são desaproveitados em benefício de contratações muitas vezes de mérito duvidoso, sendo obrigados a migrar para outros mundos onde obtêm o sucesso e reconhecimento que aqui lhes foi negado.

Pelo caminho foram desperdiçados recurso que sempre vão fazendo falta.

"To be or not to be" ?

JR

JC disse...

Isso é verdade. Mas é comum em todos os clubes aí pela Europa fora.