Depois de um 4x2x4 sem nº6, com dois nº8 e dois laterais ofensivos no jogo com Chipre, o que logicamente rendeu quatro golos para cada lado, a selecção portuguesa passou a jogar em 4x3x3 sem nº6, com três nº8 e sem laterais ofensivos (Sílvio era estreante e "defendeu-se" e Veloso não tem velocidade para ser um ala). Claro que não marcou e apenas sofreu um golo de “capoeira” inteira.
Este breve resumo serve essencialmente para três coisas:
- Para mostrar que muito antes de análises filosóficas e de pseudo teorias da conspiração – para já não falar de arbitragens - a melhor maneira de analisar o resultado de um jogo de futebol é olhar para o modo como se estruturam e evoluem as equipas em campo.
- Para demonstrar que o problema da selecção portuguesa não é apenas e só o “forrobodó” que por aí vai entre FPF e Carlos Queiroz. É também, e muito, a péssima direcção técnica (Queiroz/Oliveira) de uma equipa onde não se vêm quaisquer princípios e processos de jogo consistentes ou uma identidade competitiva reconhecível.
- Que talvez seja tempo de perguntar se as boas exibições de Eduardo no Mundial não foram um hiato na carreira de um, até agora, quarda-redes menos que mediano. Sabem a minha opinião e porque sempre me manifestei contra os cristãos-novos (honni soit qui mal y pense) que, após os problemas com Roberto, advogavam que tinha sido um erro a não contratação do agora genovês pelo “meu” SLB. E agora não me venham dizer que a culpa de dois “frangos” em dois jogos é dos problemas FPF/Queiroz.
7 comentários:
Caro JC
A sua análise táctica costuma ser irrepreensível daí que, normalmente, dispensa demais redundantes comentários.
O que não consigo alcançar é como duas “capoeiras” de um qualquer guarda-redes terceiro conseguem fazer reabilitar um outro que leva de vantagem mais meia-dúzia de outras tantas “capoeiras”.
Se a matemática é uma ciência exacta, então a teoria da conspiração ou a filosofia “correcta” é dar como bom o que sofre muito mais frangos, ficando o mau para quem menos frangos sofre.
Bastará contar o número de “capoeiras” com que Roberto contribuiu , e muito, para um “recorde” de 14 (?) golos sofridos e quatro jogos consecutivos sem ganhar, o que nos faz recuar mais de meio século nos historial do SLB para depararmos com um registo tão anómalo.
Mas ninguém quer impedir JC de estar contente ( e eu também estou ) com o “hiato” de Roberto (saído do banco por sortilégio do jogo) ao defender uma grande penalidade.
Que o “hiato” dure muito !
(Infelizmente, baseado nas razões que levaram o Atlético a dispensar a sua tão brilhante terceira opção para terceiros, não enxergo tão promissora perspectiva).
Oxalá que o Caro JC tenha mais razão no caso de Roberto que a demonstrada quando nos sustentou que Carlos Queiroz dava um excelente secretário técnico ou quadro superior da FPF. ( cruzes, canhoto, remeto para o seu anterior e brilhante post)
JR
Mas quando falo de Eduardo não me estou, nem por omissão, a referir a Roberto, a colocar os dois em opção ou a desculpar os "frangos" do segundo. Nem sei como pode depreender tal coisa do "post". Como disse em devido tempo, as minhas preferências sempre foram para um gr c/ experiência internacional reconhecida, o que não é o caso de Roberto.
E nunca disse que CQ daria um excelente director técnico da FPF. Disse apenas que o seu perfil era mais o de um director-técnico, sem valorizar.
Convenhamos que, recorrendo às detalhadas análises custo-benefício, jóias da coroa deste Blog, se Roberto acaso não é um gr c/ experiência internacional reconhecida, era suposto sê-lo em função de ser a terceira aquisição mais valiosa de sempre do SLB e a oitava mundial de GRs.
Se Eduardo vale menos de metade e dá um terço dos frangos de Roberto, para quem vai o título do Gestão-"Kentucky Fried Chicken" ?
Quanto a CQ a análise custo- benefício também não sai famosa.
A selecção CQ aparenta ir bordo do último voo "ConCorde" (no pescoço) e em piloto automático, tendo como agulheiro dos céus o Seleccionador da FFP - Fly For Prejudice.
Com efeito, antes fosse Secretário-Técnico.
Cumprimentos
JR
A selecção está um espelho fiel do estado do país.
Caro JR: Mas não há mais GRs no mundo?, e mais mundo!, para além de Eduardo e Roberto?
Há mais mundo, sim senhor!
E para além do mundo de Shakespeare,inclusivamanete, o da acidental praia lusitana onde existem também jogadores promissores.
O problema é que, tal como Eduardo, Pauleta, Sílvio e Danny, para citar só estes,não conseguiram singrar nos clubes grandes onde são desaproveitados em benefício de contratações muitas vezes de mérito duvidoso, sendo obrigados a migrar para outros mundos onde obtêm o sucesso e reconhecimento que aqui lhes foi negado.
Pelo caminho foram desperdiçados recurso que sempre vão fazendo falta.
"To be or not to be" ?
JR
Isso é verdade. Mas é comum em todos os clubes aí pela Europa fora.
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