Alguém terá que explicar a Quique Flores que o Benfica não é o Getafe, do mesmo modo que um fidalgo arruinado ou em dificuldades financeiras momentâneas não é o mesmo que alguém que sempre foi pobre ou um burguês subitamente promovido a vida mais arejada por via de “subida a pulso” ou negócio de ocasião; têm passados diferentes que lhe moldaram os presentes, valores, comportamentos, modos diferenciados de olhar, compreender e ver o mundo. Mesmo que, no presente, o Getafe esteja em melhor situação desportiva e económica, nada no seu passado e presente se assemelha ao Benfica; por via disso mesmo, nada lhes será igual no futuro.
Convém portanto lembrar, agora em termos puramente futebolísticos, que, pelo menos que me lembre (e estou em idade de já me lembrar de muitas coisas e ainda não ter esquecido outras tantas), nenhuma equipa do Benfica fez História sem assumir o jogo, sem entrar para o campo para fazer algo mais do que esperar o erro do adversário, sem jogar em transições rápidas forçando o adversário a esse mesmo erro, sem desgastar a defesa adversária forçando a quebra física e a desconcentração fatal. Aliás, pela própria natureza do campeonato português, em que 95% dos jogos são jogados contra equipas defensivas, que, elas sim, jogam no erro do adversário, não pode o Benfica jogar de outra forma sem se condenar ao fracasso. Mais ainda, também não me lembro de nenhuma equipa do Benfica ter tido sucesso que se visse sem jogar com uma “referência de área”; faz parte da sua cultura futebolística, do seu modelo de jogo assumido ao longo de anos de conquistas, da sua filosofia ganhadora, da “mística”, como antes se dizia. Também da necessidade de jogar contra defesas super-povoadas, como as que normalmente enfrenta. Foi assim, tanto quanto a minha memória de vivo alcança, desde José Águas, de José Torres (o Canadá Dry), passando por Jordão, Artur Jorge, Maniche, Mats Magnusson, Rui Águas, Pierre Van Hooijdonk. É também assim, através da perpetuação de um modelo de jogo que, com as adaptações necessárias aos tempos que mudam e à evolução do futebol, se transmite de geração em geração, passando a constituir, também ele, “heritage”, património do clube, que se contribui para a construir e cimentar a tal “mística”, que por defeito de formação e mania de ser diferente prefiro chamar de cultura e filosofia de empresa. Sven Goran Eriksson, inteligente e cosmopolita, percebeu-o depressa; recusou um qualquer brasileiro que Fernando Martins lhe queria impingir e foi buscar Michael Maniche. Fernando Santos, benfiquista de sempre e por isso nado e criado nessa cultura - e profissional competente – tinha-o aprendido desde o berço; por isso foi buscar Cardozo, independentemente das reservas que se possam colocar quanto à sua valia enquanto jogador (e eu já por aqui as coloquei e não retiro uma vírgula ao que escrevi). Será agora o tempo e o momento de Rui Costa fazer entender isto mesmo no seu clube de sempre.
Convém portanto lembrar, agora em termos puramente futebolísticos, que, pelo menos que me lembre (e estou em idade de já me lembrar de muitas coisas e ainda não ter esquecido outras tantas), nenhuma equipa do Benfica fez História sem assumir o jogo, sem entrar para o campo para fazer algo mais do que esperar o erro do adversário, sem jogar em transições rápidas forçando o adversário a esse mesmo erro, sem desgastar a defesa adversária forçando a quebra física e a desconcentração fatal. Aliás, pela própria natureza do campeonato português, em que 95% dos jogos são jogados contra equipas defensivas, que, elas sim, jogam no erro do adversário, não pode o Benfica jogar de outra forma sem se condenar ao fracasso. Mais ainda, também não me lembro de nenhuma equipa do Benfica ter tido sucesso que se visse sem jogar com uma “referência de área”; faz parte da sua cultura futebolística, do seu modelo de jogo assumido ao longo de anos de conquistas, da sua filosofia ganhadora, da “mística”, como antes se dizia. Também da necessidade de jogar contra defesas super-povoadas, como as que normalmente enfrenta. Foi assim, tanto quanto a minha memória de vivo alcança, desde José Águas, de José Torres (o Canadá Dry), passando por Jordão, Artur Jorge, Maniche, Mats Magnusson, Rui Águas, Pierre Van Hooijdonk. É também assim, através da perpetuação de um modelo de jogo que, com as adaptações necessárias aos tempos que mudam e à evolução do futebol, se transmite de geração em geração, passando a constituir, também ele, “heritage”, património do clube, que se contribui para a construir e cimentar a tal “mística”, que por defeito de formação e mania de ser diferente prefiro chamar de cultura e filosofia de empresa. Sven Goran Eriksson, inteligente e cosmopolita, percebeu-o depressa; recusou um qualquer brasileiro que Fernando Martins lhe queria impingir e foi buscar Michael Maniche. Fernando Santos, benfiquista de sempre e por isso nado e criado nessa cultura - e profissional competente – tinha-o aprendido desde o berço; por isso foi buscar Cardozo, independentemente das reservas que se possam colocar quanto à sua valia enquanto jogador (e eu já por aqui as coloquei e não retiro uma vírgula ao que escrevi). Será agora o tempo e o momento de Rui Costa fazer entender isto mesmo no seu clube de sempre.
1 comentário:
El Glorioso Benfica, Club Señor
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