sexta-feira, agosto 22, 2008

Os polícias e o estado de direito

Segundo o Rádio Clube, “os polícias estão frustrados com as novas leis penais e lamentam que haja cada vez mais suspeitos de crimes que são detidos, vão a tribunal, mas voltam para a rua”.

Dois comentários:

  1. Para os polícias, o estado de direito democrático – a separação de poderes, o primado e a proporcionalidade das leis, a independência dos tribunais, a presunção de inocência, etc - são um incómodo. Por eles, investigavam, julgavam, prendiam e ninguém pensava mais no assunto. Nada de que já não suspeitássemos pelo que "vemos, ouvimos e lemos" dos últimos processos mediáticos e do livro do Inspector Amaral, mas assim, preto no branco, tudo fica bem mais claro. Estamos conversados... É que até mesmo a PIDE não abdicava de um arremedo de tribunal.
  2. Se isso acontece, isto é, se os suspeitos são libertados, será que os nossos polícias já alguma vez pensaram se terão investigado correctamente e produzido as provas adequadas a serem aceites como válidas em tribunal? Vá lá, pensem lá nisso um pouco no intervalo dos tais "safanões dados a tempo"... Depois de se habituarem a pensar... vão ver que não custa nada e até pode ser que se habituem!

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