quarta-feira, agosto 20, 2008

Portugal e os Jogos Olímpicos (8)

Lê-se, ouvem-se alguns dos comentaristas do costume e pasma-se, acha-se não pode ser verdade. O problema – dizem alguns desses comentaristas - não é a falta de brio profissional de alguns atletas, o facto de, em função disso, nunca deverem ter sido seleccionados para os jogos, mas sim não estarem habituados a lidar com o comunicação social e isso os ter levado, através dos disparates já conhecidos, a revelarem essa sua ausência de capacidade e estrutura mental, o desrespeito por quem neles investiu. O problema – dizem esses e alguns outros – não é a maior parte dos atletas se arrastarem pelos últimos lugares das qualificações, mas sim as expectativas terem sido colocadas demasiado altas. Pobres portugueses, que parece nada querem aprender! Pobres portugueses, que continuam sujeitos a fazedores de opinião em que a falta de liberdade crítica continua a fazer escola!

Exemplo do que digo o programa de ontem sobre os JO emitido na RTPN a partir das 23h. Conduzido por um pouco à vontade e medíocre (algo que sempre foi) Paulo Catarro, foi um exemplo do que acima se diz, sem ninguém que se mostrasse capaz de agitar as águas, que não fosse apenas expressão dos interesses da sua corporação. Um péssimo serviço prestado pelo Serviço Público de Televisão, seja lá o que isso for, num canal que nos habitou aos dois mais interessantes programas sobre futebol produzidos pelas televisões: um ás 5ªas feiras, que nos revelou a capacidade de comentaristas e os conhecimentos de futebol de Luís Freitas Lobo e Paulo Sousa, outro às 3ªs, o divertido “Trio d’Ataque”, em que Rui Moreira, Rui Oliveira Costa e António Pedro Vasconcelos nos revelam que um grupo de amigos pode discutir futebol com educação e sem se levar demasiado a sério.

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