quinta-feira, agosto 14, 2008

Portugal e os Jogos Olímpicos (2)

Sidónio Serpa, presidente da Sociedade Portuguesa de Psicologia e professor da Faculdade de Motricidade Humana onde rege a cadeira de Psicologia do Desporto, perorava esta manhã no Rádio Clube pelo facto de os atletas olímpicos não terem em Pequim e na fase anterior de preparação para os Jogos apoio psicológico qualificado. Falava, inclusivamente, das tentações existentes na Aldeia Olímpica que, dizia, podiam afastar os atletas portugueses dos seus objectivos essenciais.

Bom, para além do atestado de menoridade comportamental que está a passar a atletas já habituados aos grandes eventos internacionais, capazes de serem desviados da atitude competitiva adequada “por estarem perto dos grandes campeões” e por “haver diversões 24 horas por dia”, e da descarada tentativa de arranjar um emprego para si e para alguns dos milhares de psicólogos sem ocupação profissional, fica no ar uma pergunta: porque só fala agora, depois de alguns resultados medíocres, e não falou antes quando, a ter razão, iria bem mais a tempo de resolver o eventual problema?

Também o treinador dos atletas portugueses de trampolins se vem agora queixar da “falta de condições” e da ausência de uma carreira nacional de treinador (como disse?). Para além da mesma pergunta (porque não falou a tempo de corrigir algo que pensava estar mal) uma outra ideia ainda: se achava que não tinha condições, porque foi a Pequim esbanjar os recursos que poderiam, eventualmente, ser investidos de outro modo com melhores resultados?

Sem comentários: