Eu sou o Gato Maltês, um toque de Espanha e algo de francês. Nascido em Portugal e adoptado inglês.
sexta-feira, dezembro 31, 2010
quinta-feira, dezembro 30, 2010
Depois do debate
Dúvidas? No tão falado debate Nixon/Kennedy, com a esmagadora vitória deste último, alguém recorda ou cita hoje em dia a substância política e ideológica do debate? Claro que não: o que vemos frequentemente recordado é a imagem de um Nixon feio, cansado e envelhecido face a um jovem, bem parecido e exuberante JFK. Foi este contraste que se tornou decisivo na eleição.
quarta-feira, dezembro 29, 2010
Antes do debate
Azenha, o FCP e o Portimonense
terça-feira, dezembro 28, 2010
Ler Álvaro Cunhal...
No primeiro caso estamos perante uma visão heterodoxa, porque marxista-leninista, sobre um dos períodos mais interessantes da História de Portugal e da Europa, que nos aguça o apetite para outras leituras mais profundas e com visões diferentes e divergentes. No segundo caso estamos perante um livro e um texto indispensáveis para compreensão da actuação do PCP e da esquerda radical nos períodos imediatamente anterior e posterior ao 25 de Abril. Não me custa recomendar ambos aos que se interessam por História e por política.
Elvis Presley, 75 anos - original SUN recordings (18 - último)
"When It Rains, It Really Pours" (William Emerson)
1. O original de Billy "The Kid" Emerson (1955).
2. A versão de Elvis Presley - gravação de Agosto ou Outubro de 1955
De Eanes a Cavaco passando por Soares e Sampaio: presidentes de "todos os portugueses"?
Então de onde vem essa intenção (chamar-lhe-ia “tentação”), sempre por presidentes manifestada, de se afirmarem “de todos os portugueses"? Bom, em primeiro lugar do legado salazarista (mas também um pouco comunista, valha a verdade) do “consenso”, da “união de todos os portugueses honrados”, do horror à dissidência e ao confronto democrático. Este é, digamos assim, o “caldo de cultura” onde em primeiro lugar medra tal ideia. Mas não só: existe também, nas eleições presidenciais passadas, um momento histórico que lhe deu origem, e para isso devemos reportarmo-nos à eleição de Mário Soares em 1986. Quem viveu esse tempo de dele tem memória, sabe que ele foi talvez o último momento alto de crispação ideológica entre esquerda e direita. Para já, a última eleição em que a esquerda radical, do “poder popular”, apresentou um candidato (Maria de Lurdes Pintasilgo) com perspectivas de atingir uma segunda volta; foi, digamos, em termos eleitorais, o seu canto do cisne. Por outro lado, na “rua”, e isto apesar da moderação do candidato Freitas do Amaral, vivia-se à direita um clima de algum revanchismo, sendo a Presidência da República considerada como o último reduto que impedia a total afirmação política da facção mais direitista e radical dos vencedores do 25 de Novembro. É exactamente nesta conjuntura e para “esvaziar” esse balão de radicalismo, esse ambiente de crispação numa sociedade que preparava, com a adesão à CEE, a total normalização democrática, que Soares, após vencer uma renhida eleição disputada “casa a casa”, afasta qualquer ideia de revanchismo por parte da esquerda vencedora e apela à pacificação entre os portugueses utilizando, pela primeira vez, a expressão “serei o presidente de todos os portugueses”, e afirmando, no seu primeiro discurso após a vitória, “é a vitória da liberdade, é a vitória da tolerância”.
Significa isto que aquilo que, num primeiro momento, continha em si mesmo um valor e um objectivo meramente conjuntural, acabou por se tornar, pela sua repetição em condições já muito diversas, numa frase vazia de sentido, que nada tem a ver com a realidade e com a prática política de quem a profere. Algo que nem mesmo Soares, depois desse primeiro e necessário anúncio de descompressão política, acabou, valha a verdade e ainda bem, por levar muito a sério!
segunda-feira, dezembro 27, 2010
A ex-"Briosa" e o FCP
A acção social da Igreja Católica e a sua vertente estratégica e propagandística
Significa isto que a actuação da Igreja Católica e de algumas organizações que dela se reclamam, na área do apoio social, não deva ser realçada e apoiada, especialmente na conjuntura actual, por todos os cidadãos, independentemente das suas opiniões, credos ou ausência destes? Nada disso, mas apenas que essa acções, de méritos indiscutíveis, não serão, na sua essência - como se calhar nada o é na vida -, completamente altruístas, ou pelo menos tão altruístas como pretendem aparentar, constituindo-se também como parte de uma acção concertada de afirmação (ou reafirmação) da Igreja Católica na sociedade portuguesa num contra-ataque lógico na sequência de um conjunto de derrotas significativas. E, tal como acontece em todas as acções onde a propaganda assume um papel de maior ou menor relevo, o exagero, nas acções efectuadas e na descrição do quadro que lhes fornece o pretexto, não deixará de estar presente e jogar o seu papel. Convém lembrá-lo àqueles que – e frequentemente com alguma razão, devemos reconhecer – não deixam de colar o selo de propaganda a toda e qualquer acção governativa.
domingo, dezembro 26, 2010
sábado, dezembro 25, 2010
sexta-feira, dezembro 24, 2010
quinta-feira, dezembro 23, 2010
quarta-feira, dezembro 22, 2010
Thomas Nast Xmas (1)
SCP, Couceiro e Costinha
O triste espectáculo de duas forças de segurança
terça-feira, dezembro 21, 2010
Os debates...
segunda-feira, dezembro 20, 2010
Tiro à FIFA e à UEFA: o passatempo favorito dos jornalistas desportivos portugueses
Bom, agora parece que a blasfémia - vá lá saber-se porquê!? - é o facto de os terceiros classificados dos grupos da Champions League passarem para a Liga Europa, algo que não conseguem compreender... Se quisesse ser “má língua” diria que é pelo facto do FCP jogar este ano a Liga Europa, que assim se torna mais competitiva, mas como gosto pouco de teorias da conspiração e prefiro raciocínios mais estruturados aqui vai uma explicação.
Em primeiro lugar, e como disse anteriormente, a entrada dos clubes vindos da CL torna a Liga Europa mais competitiva, aumentando o interesse dos aficionados do futebol e conseguindo assim gerar maiores receitas para a UEFA e para os clubes – são os clubes de maior nomeada que dão notoriedade e trazem público para uma prova. Em segundo lugar, e até talvez mais importante, essa passagem dos terceiros classificado da para a Liga Europa permite a muitos clubes que realizaram investimentos significativos para participarem na CL mais uma hipótese de os rentabilizarem (a um outro nível, claro, mas sem caírem no zero absoluto), continuando a angariar receitas e a dispor de uma “montra” e de um incentivo para os seus jogadores. Ora esses investimentos são absolutamente necessários não só para se conseguir um maior equilíbrio na CL, como também para elevar o nível do futebol praticado na Liga Europa.
Caros senhores jornalistas, comentadores, opinadores e afins: será isto assim tão difícil de entender?
Elvis Presley, 75 anos - original SUN recordings (17)
Elvis Presley - "Harbor Lights" (Will Grosz-Jimmy Kennedy)
Gravação de 4 e 5 de Junho de 1954
"Blackboard Jungle" na RTP Memória
"Blackboard Jungle" (Richard Brooks - 1955), ou "Sementes de Violência", título adoptado em Portugal, o filme que lançou mundialmente o "rock and roll", passa dia 4 de Janeiro, pelas 22.30h, na RTP Memória. Em Portugal, "Rock Around The Clock", a canção-tema do fime, interpretada por Bill Haley & His Comets, fez tal sucesso que os candidatos a comprar o disco, daqueles de 78rpm que se partiam, tiveram que fazer encomenda especial na loja Valentim de Carvalho do Chiado. Infelizmente, o exemplar que existia em casa de meus pais deu sumiço há longos anos, provavelmente partido por acção das crianças daquele tempo, nas quais me incluía, ou abandonado, por obsoleto, face à evolução tecnológica.
domingo, dezembro 19, 2010
Acabou a águia Vitória
Elisabetta Canalis e o Café Delta em "pastilhas"
- Tenho para aqui na ideia que Elisabetta Canalis não será assim tão conhecida, o que limitará a sua eficácia enquanto “endorsee” da marca. E, caso o seja, será exactamente enquanto namorada de George Clooney, o que, obviamente, remete quem vê a campanha para o Nespresso, marca líder e genérico da categoria que todos identificamos, de imediato, com Clooney.
- Acresce que enquanto a imagem de Clooney nos evoca uma série de ligações e emoções ligadas com as suas ideias e o cinema (digamos que Clooney é uma personalidade com “espessura” e densidade), nada disso acontece com Canalis, a não ser suscitar nos homens a expressão “é boa como o milho”. Convenhamos que não vou desmentir o óbvio, e que “para uma noite bem passada” tal qualidade não será assim tão restritiva, antes pelo contrário; mas o mesmo já não se passa quando estamos perante uma campanha de publicidade, até porque “boas como o milho” as haverá mais conhecidas, com perfil adequado e até mais baratas (em termos de “cachet” publicitário, entenda-se!).
- Acresce ainda que não só Bruno Nogueira me parece ser mais conhecido, em termos gerais e em Portugal, do que Canalis, como os respectivos perfis me parecem ser demasiado incompatíveis (Nogueira é mais Maria Rueff) para se exprimirem consistentemente numa mesma marca. Tal coisa poderá levar muita gente a perguntar-se “quem é a “estupendaça” ao lado do Nogueira?”, ou a Nogueira tornar-se, de facto, como único “endorsee” da marca (ignorando os consumidores o papel de Canalis), nesse caso para um “grupo-alvo” bem menos sofisticado. Se a ideia era essa, o que está lá a fazer Canalis?
- Ao fazer humor com o "spot" da marca líder (Nespresso), a Delta está implicitamente a reconhecer a superioridade desta e a contribuir para a respectiva notoriedade. Se a ideia é vender no "rasto", no género "me too, but cheaper", até poderá ter algum potencial. Mas é um risco... Muitos consumidores até poderão achar graça mas acabarão por comprar Nespresso.
Convenhamos que estou a falar “de fora” – desconhecendo “briefing”, objectivos, estratégia e etc e tal - o que é sempre fácil. Acresce também que continuo e continuarei fiel ao meu café de balão, ou feito naquelas pequenas cafeteiras prateadas de “ir ao lume”. E a moê-lo na altura (normalmente o Colômbia Supremo) guardando os grãos no frigorífico fechados num Tupperware. Por isso, caros Nestlé e Delta: façam favor de não perder tempo comigo. Sou mesmo um caso perdido!
sábado, dezembro 18, 2010
SLB: equilíbrios
Jogando com um único “pivot” defensivo e, hoje, sem extremos que equilibrem defensivamente a equipa (Gaitán e Salvio não são esse tipo de jogadores), foi Javi Garcia que, nesse lance, se viu obrigado a vir fechar na esquerda, algo que normalmente é da responsabilidade de David Luiz. Pouco rápido, como é normal acontecer num jogador do seu tipo morfológico, viu-se batido em corrida pela rapidez do extremo do Rio Ave e, quando este centra atrasado, para uma zona que deveria ser o espaço do “pivot”, Javi, que não tem o dom da ubiquidade, obviamente não estava lá, assim deixando João Tomás à vontade para fazer o golo. Felizmente que não era o Schalke...
sexta-feira, dezembro 17, 2010
Lembram-se do "site" da PGR para denúncias de corrupção?
O “site” criado pela PGR/DCIAP para denúncia de casos de corrupção e fraude recebeu, no seu primeiro mês de vida, 347 participações das quais 69 foram arquivadas, 70 eliminadas e as restantes 208 estão pendentes.
Convenhamos que para o “povo da SIC” que diariamente se escandaliza,, nos fóruns de opinião, acusando os outros, a torto e a direito, de corruptos, os resultados estarão longe de tal correspondência, até porque não só será fácil de imaginar o conteúdo da maioria dos 208 “pendentes”, como, depois do entusiasmo inicial, a tendência será para o número de queixas (posso dizer “delações”?) sofrer uma quebra acentuada.
Não ignorando que a questão da corrupção é séria, muito mais séria do que brincadeiras deste género poderiam levar a concluir, aconselho o seguinte:
- Ao “povo da SIC” algum tento na língua, não vá o feitiço voltar-se contra o
feiticeiro. - À PGR/DCIAP concluir que o crime de delação, pelos vistos, não compensa,e que talvez seja bem melhor começar a pensar em actuar com profissionalismo combatendo, com eficácia, a corrupção efectivamente existente em vez de se dedicar a fomentar o populismo e os mais básicos instintos de alguns, felizmente, e como se pode concluir, bem poucos.
Nota de sábado, dia 18: segundo ouvi ontem no noticiário da meia-noite da TSF, apenas uma destas queixas pendentes continha matéria susceptível de ter dado origem à abertura de um processo.
O Natal e as meias
Por isso, senhores jornalistas, comentadores e afins, se ficarem muito irritados com a oferta de meias, execrado presente de tias e avós pelo Natal, só não peço as enviem para este pouco humilde “blogger” porque, do modo como os vejo vestidos, não será preciso muita imaginação para concluir que as mesmas deverão ser bem horríveis, daquelas tipo “soquete” que deixam canela à vista e tudo. Mas pronto, senhores opinadores, se, por acaso, alguma vetusta tia ou avó se enganar e desconhecer o vosso proverbial mau gosto, oferecendo-lhes um belo par de meias de lã altas, já sabem para onde as deverão mandar,até porque, a juntar à vossa irritação com as meias em geral, ainda deverão achar especificamente estas como coisa de jarreta, que, para quem não sabe, era uma "liga" se lhe acrescentarmos o “eira”. Aqui, o “Gato Maltês” agradece!
Governo PSD+CDS?
Bom, com uma aliança governamental com o CDS e mesmo em caso de maioria absoluta, o PSD evita cair no “efeito de tenaz” de que sofreram os dois últimos governos de José Sócrates, fruto de contestação simultânea à sua esquerda e à sua direita bem visível, por exemplo, no caso do ministro Correia de Campos - mas não só. Mais ainda, evita, num tempo futuro em que o efeito das medidas de austeridade se irá fazer sentir de modo mais duro e estando o PSD no governo, que o CDS possa, através do aproveitamento das circunstâncias e sabendo que Paulo Portas se move na demagogia populista como peixe na água, crescer à sua direita e a expensas do seu eleitorado.
Mas... Mas? É que para o PSD só será mesmo conveniente uma aliança pós-eleitoral não anunciada, e Passos Coelho e a direcção do PSD já cometeram um erro grave ao falarem de tal coisa antes de próximas eleições e do seu aftermath. Porquê? Porque tal anúncio extemporâneo irá, quase pela certa, prejudicar um possível voto útil dos eleitores de direita no PSD, sabendo estes que em caso de aliança o voto em qualquer dos dois partidos contribuirá para a formação do governo. E, claro, negociar uma aliança com Paulo Portas (olha com quem!!!) com a maioria absoluta na mão ou com absoluta necessidade do apoio do CDS são, como é bom de ver, coisas completamente distintas. Tanto como, mesmo em caso de falhanço dessa maioria por parte do PSD, coisas diferentes serão um PSD acima dos 40% e um CDS com um resultado de um dígito ou um PSD na casa dos 35% e um CDS acima dos 10%.
Já agora, veremos também o que fará o CDS entre duas tentações: a dos lugares governamentais, e tudo o que daí deriva, e a possibilidade de ficar de fora, alimentando-se com a hipótese de crescimento. Mas ensinam-nos o passado e o tradicional comportamento político dos portugueses que a segunda hipótese será porventura uma ilusão.
quinta-feira, dezembro 16, 2010
História(s) da Música Popular (172)
Dave Berry - "The Crying Game" (Geoff Stephens)
The New Vaudeville Band - "Winchester Cathedral" (Geoff Stephens)
Voz de John Carter
Manfred Mann - "Semi-Detached Suburban Mr. James" (Carter-Stephens)
Carter & Lewis (III)
Mas nem só da parceria com Ken Lewis viveu a música de John Carter. Em 1966, com Geoffrey (Geoff) Stephens (por favor, lê-se djefrei stivens), compôs um dos grandes êxitos de Manfred Mann e o primeiro top 5 do grupo com Michael D’Abo como vocalista, depois da saída de Paul Jones e de os MM terem trocado a EMI pela Fontana Records: “Semi-Detached Suburban Mr. James”. E quem era esse tal de Geoff Stevens ? Bom, to make it short, foi o autor, entre outros temas, do célebre “The Crying Game”, um "hit" na voz de Dave Berry e, mais tarde, (1992) canção-tema do filme homónimo de Neil Jordan - mas também, para dar mais exemplos, de êxitos como “There’s A Kind Of Hush”, dos Herman’s Hermits e “Sorry Suzanne”, dos Hollies.
Mas Stephen cruzou-se mais vezes na vida de John Carter, já foi ele o fundador da New Vaudeville Band onde Carter, embora disfarçado com aquela voz de quem está constipado ou de quem tapou o nariz, é o intérprete principal no celebérrimo “Winchester Cathedral”, #1 nos USA e top ten no UK. Bom, no meio disto tudo... divirtam-se!
quarta-feira, dezembro 15, 2010
terça-feira, dezembro 14, 2010
Costinha e Sousa Cintra
O que têm Portugal, o BCP e Carlos Santos Ferreira de comum com a CIA e o MI6?
De notar que isto e outras “operações” do género e de igual monta, envolvendo vários países, democracias ou ditaduras, é conhecido em todo o mundo sem que o “Wikileaks” tivesse dado para tal a mínima contribuição. Convenhamos também que, comparando as dimensões e os nomes envolvidos, não me parece alguém se vá agora preocupar muito com um tal Santos Ferreira, uma “banqueta” de nome BCP e “país à beira mar plantado”, como Portugal, que se propõem, não exactamente espiar, mas bisbilhotar umas coisas no país de Ahmadinejad. Excepto, claro está, o “jornalismo” aqui do burgo que, oh inocência das inocências, quais virgens empedernidas em noite de núpcias, t'arrenego, nem sequer sabiam como isto se fazia! (ou pelo menos tinham dúvidas...).
segunda-feira, dezembro 13, 2010
Tédio...
domingo, dezembro 12, 2010
Subsídio-extra ou estádios de futebol? E porque não eliminar ambos?
“ Pelos vistos, não doeu muito. Apenas foi preciso decidir que o Orçamento do Estado regional açoreano desviava parcialmente verbas do subsídio de seis milhões de euros que ia dar para a construção de dois estádios de futebol privados”.
O comentário que faço é o seguinte: se foi possível deixar de subsidiar a construção dos tais estádios de futebol, isso significa que não se estava perante um projecto urgente e que, em tempo de crise, ele poderia ser adiado, sem prejuízo significativo, para ocasião posterior. Por isso mesmo, não seria possível, em quaisquer circunstâncias, poupar esse dinheiro e, simultaneamente, evitar conceder o subsídio extraordinário dos funcionários públicos açoreanos, assim diminuindo ainda mais a despesa e contribuindo para a coesão nacional e para a necessária solidadriedade institucional com o governo do partido a que Carlos César pertence?
Elvis Presley, 75 anos - original SUN recordings (16)
"Tryin' To Get To You" (Rose Marie McCoy-Charles Singleton)
O original dos "Eagles" (1954)
Elvis Presley - "Trying To Get To You" (Rose Marie McCoy-Charles Singleton)
Gravação de 11 de Julho de 1955
sábado, dezembro 11, 2010
sexta-feira, dezembro 10, 2010
Natal em "lingerie"...
LFV, JJ e o "bê á bá" dos recursos humanos
Responsabilidades? Indiscutivelmente de Luís Filipe Vieira, que – a ocupar-se com tal assunto, o que é questionável - deveria preocupar-se mais em escolher treinadores com um perfil compatível com o clube e o plantel e menos em contratar alguém que consigo preferencialmente se identifique. Mas isto é "bê á bá" dos recursos humanos, ou não será assim?
quinta-feira, dezembro 09, 2010
The Saturday Evening Post Christmas (II série - 3)
Corrupção e populismo
Não sei se a corrupção aumentou ou regrediu em Portugal nos últimos anos nem de que modo evoluiu o combate a este tipo de crime. O que sei é que este é um daqueles estudos praticamente inúteis, pois a percepção que os portugueses têm do fenómeno tem bem mais a ver com questões como a sua notoriedade nos “media”, o conhecimento ou não de alguns casos exemplares e mais mediáticos, a crise económica, a pobreza e a desigualdade, o desemprego e, por último mas não menos importante, o seu conforto ou desconforto com o regime e dirigentes políticos, do que propriamente com a evolução real do fenómeno.
Quanto à maior ou menor eficácia do combate à corrupção, para além das questões acima referidas, todos sabemos que se trata de um crime em que é normalmente difícil produzir prova em tribunal, pior ainda quando estamos a falar de casos que envolvem alto nível de sofisticação, e também sabemos quanto as questões ligadas aos direitos, liberdades e garantias são mais ou menos descartáveis para os portugueses quando se trata de julgar os “políticos” e “os ricos e poderosos”, que é realmente do que se está aqui a falar.
Voltando ao início... A corrupção aumentou ou regrediu? Não faço ideia e, dada a natureza do fenómeno, duvido alguém esteja em situação de o afirmar com rigor. Não tenho qualquer dúvida sobre o carácter pernicioso dessa mesma corrupção e sobre a necessidade de o combater sem hipocrisia e com eficácia, até porque corrupção e subdesenvolvimento costumam andar de mãos dadas. Mas o que Estado e governos não podem, de modo algum, fazer é para isso ultrapassarem os limites do Estado de Direito (ou deles “fazerem de conta”) e cederem á pressão da “rua” e da demagogia e populismo emergentes.
PS. Ouvi hoje Guilherme Oliveira Martins pedir “sanções exemplares” para crimes de corrupção. Respeito sinceramente Guilherme Oliveira Martins, mas de cada vez que oiço alguém pedir “sanções exemplares” para quaisquer tipo de crimes, fico sempre de pé atrás. Ou será que os tribunais não devem sempre julgar com isenção e independência e aplicar as leis com rigor e de acordo com a matéria provada em cada caso?
quarta-feira, dezembro 08, 2010
FCP, SLB e a hipótese de fusão das ligas nacionais: duas posições distintas
Por esta razão. e também por ter na sua base uma ideologia que não lhe permite crescer significativamente muito para além das suas fronteiras regionais, o FCP será o clube português que mais se oporá à fusão de ligas nacionais ou à criação de uma Liga Europeia, que possa vir a substituir as ligas nacionais, condição de sobrevivência da indústria e do aumento de competitividade dos principais clubes em Portugal, principalmente do único que, perante um certo declínio do SCP e sua subalternização estratégica face ao FCP, tem neste momento verdadeira dimensão nacional e capacidade de expansão fora das fronteiras: o SLB.
Aimar
Convenhamos que muitas vezes funciona contra Olhanense e Paços de Ferreira. Mas contra uma equipa europeia, mesmo de 2ª linha como é o Schalke, tal futebol é manifestamente inadequado.
terça-feira, dezembro 07, 2010
Quem de nove tira um e mesmo esse é guarda-redes...
Quanto ao resto, nada a acrescentar ao que tenho afirmado.
Solidariedade, governos e cidadania
No entanto, parece começar a generalizar-se pouco a pouco na sociedade portuguesa a perigosa convicção, à qual a opinião veiculada pela ideologia ultra-liberal não é alheia, de que essa deverá ser ou tenderá a tornar-se a matriz dominante. Não deve nem poderá ser assim. Cabe fundamentalmente ao Estado, através dos governos centrais, regionais e autárquicos, definir políticas que evitem mais cidadãos caiam em situação de pobreza e marginalidade e, sempre que isso não for, de todo em todo, possível, definir e implementar os mecanismos necessários para que possam viver, não só com dignidade, mas também com a parcela de liberdade e autonomia possíveis numa situação de dependência extrema. A existência e actividade dessas instituições ligadas à “sociedade civil”, por muito meritória e louvável que possa ser a sua actividade (e sem dúvida que o é), deverá ter sempre um carácter complementar e/ou supletivo, e quanto mais relevante for o seu papel maior será a convicção de que todos nós, que em democracia elegemos quem bem ou mal nos governa, acabámos também por falhar um pouco.
À margem do "Wikileaks": verdade e transparência
No fundo, duas premissas estão na base da tal exigência de “verdade” e “transparência” totais, ambas, apesar das aparências em contrário, conduzindo ao totalitarismo e à opacidade de sociedades não-democráticas: por um lado, a já habitual crítica indiscriminada aos políticos e à política, comum a todo e qualquer populismo em busca do caudilho, do homem providencial que “ponha isto tudo na ordem”; por outro, e de um modo mais selectivo, o ataque daqueles que, situando-se, soit disant, à esquerda do PS e dos socialismos e social-democracias europeias, aspiram a uma substituição estatizante dos regimes baseados na livre iniciativa e organizados em torno da democracia liberal.
segunda-feira, dezembro 06, 2010
De Sócrates a César, ou da filosofia ao império
Pois é, caro primeiro-ministro: não se pode esquecer que se Sócrates é nome de filósofo da Antiguidade, César transporta consigo a memória dos respectivos imperadores e, com ela, a ambição de dirigentes futuros.
domingo, dezembro 05, 2010
Regimental Ties (10)
"The Worcestershire and Sherwood Foresters Regiment (29th/45th Foot) was an infantry regiment of the British Army, part of the Prince of Wales' Division. It was formed in 1970 through the amalgamation of two other regiments:
* The Worcestershire Regiment (29th Regiment of Foot / 36th Regiment of Foot)
* The Sherwood Foresters (Nottinghamshire and Derbyshire Regiment)
In August 2007, the regiment was renamed as the 2nd Battalion, Mercian Regiment (Worcesters and Foresters)."
Não é melhor decidir já que foi atentado?
Mas o que já entendo mal é que o Estado português, depois de seis ou sete comissões de inquérito parlamentar (que, infelizmente, neste como em outros casos, todos sabemos valem o que valem – muito pouco ou nada), não sei quantas investigações oficiais com recurso a peritos internacionais ou tidos como tal e decorridos 30 anos sobre o acontecimento, se prepare, a pedido dos que querem fazer o país acreditar na tese do atentado do mesmo modo que o Tribunal do Santo Ofício a todos obrigava a crer nos dogmas da Santa Madre Igreja, para gastar mais tempo e dinheiro dos contribuintes em mais uma comissão de inquérito que valerá, uma vez mais, aquilo que valeram as anteriores: destaque mediático para algumas personalidades, com o ubíquo Ricardo Sá Fernandes à cabeça, e como resultado credível e indiscutível muitas dúvidas ou coisa nenhuma .
É preciso reduzir a despesa pública, o número de deputados, etc, etc? Talvez não fosse mau começar a reduzir a despesa por aqui e a tentar não ocupar os que elegemos para São Bento em assuntos inúteis.
sábado, dezembro 04, 2010
The Saturday Evening Post Christmas (II série - 2)
sexta-feira, dezembro 03, 2010
Na volta da "Catedral"
Regressado há pouco da “Catedral”, confesso houve várias coisas que não entendi hoje no meu “SLB:
- Em primeiro lugar, tendo Pablo Aimar treinado de forma condicionada durante toda a semana, porque não jogou Carlos Martins no seu lugar. Aliás - e peço desculpa pela “heresia” - confesso preferir a equipa com Martins em vez de Aimar, pois aquele introduz maior agressividade e poder atlético naquela zona do terreno e, last but not least, é mais jogador de passe do que de condução de bola - e para “levar” a bola Saviola, Gaitán e Sálvio são jogadores de sobra.
- Em segundo lugar, o que andou Gaitán a fazer em terrenos interiores durante toda a primeira parte, fugindo de dar profundidade e verticalidade ao lado esquerdo e atrapalhando aqueles a quem competia jogar pelo meio (Aimar, Cardozo, Saviola). Foi por auto-recriação ou alguém o mandou jogar assim?
- Em terceiro lugar, a substituição ao intervalo deveria ser Gaitán por César Peixoto, adiantando Coentrão, e não por Carlos Martins (este deveria ter jogado de início no lugar de Aimar). Com esta substituição (Martins foi jogar na direita por troca com Amorim), a equipa continuou coxa e mal estruturada.
Enfim, nem sempre tudo está bem quando acaba bem...
Vão-se Qatar! A FIFA? Não os jornalistas e dirigentes aqui da paróquia
O que acho espantoso, verdadeiramente espantoso nos comentários de uma boa parte da imprensa e dirigentes desportivos aqui da paróquia, é que o progresso do futebol, para tais sapiências, parece reduzir-se à aplicação das novas tecnologias à arbitragem. Dois comentários. Em primeiro lugar, não sei porque fazem tanto finca pé nas novas tecnologias: como grande parte passa os programas a analisar os erros e pretensos erros de arbitragem, ficariam rapidamente desempregados. Em segundo lugar: então e para as novas tecnologias já não é preciso dinheiro?
Moral da história? Ainda bem que FIFA e UEFA não seguem os conselhos desta gente!
História(s) da Música Popular (171)
Brenda Lee - "Is It True?" (Carter & Lewis)
Herman's Hermits - "Can't You Hear My Heartbeat" (Carter & Lewis)
Carter & Lewis (II)
Pois dizem as más línguas – as boas não sei o que farão... – que a colaboração de Carter & Lewis com o Jimmy Page músico de estúdio terá continuado nos anos seguintes, já no período que se seguiu a Carter Lewis & The Southerners. Fundamentalmente, estou a falar de dois temas, um que foi um enorme sucesso do outro lado do Atlântico e outro que nem tanto assim.
Bom, em 1964, Brenda Lee, já no período menos interessante da sua carreira (digo-o eu...), gravou em Londres, sob a égide do produtor Mickie Most (trabalhou com os Animals, Donovan, Herman’s Hermits, Yardbirds e mais um ror de gente), um tal tema “Is It True?”, da autoria de Carter & Lewis. Francamente, comparado com as canções que fizeram o sucesso de Little Miss Dynamite, nada de especialmente relevante, excepto o facto de Jimmy Page se fazer ouvir. Adiante, pois... já que Page, como músico de estúdio e com um pouco do meu exagero, é quase ubíquo nas gravações dos grupos ingleses deste período.
Mas falando de Mickie Most, diferente foi o que aconteceu com “Can’t You Hear My Heartbeat”, um outro tema escrito por Carter & Lewis e gravado em 1965 pelos mancunians Herman’s Hermits de Peter Noon, também com a colaboração da guitarra de Page, que chegou a #1 nos USA.
Pois qui ficam os dois temas e... judge for youselves... Please!
Salário mínimo
quinta-feira, dezembro 02, 2010
Frivolidades, ou o "azul marinho"
And the winner is... Russia (e faz todo o sentido...)
Em contrapartida, Espanha e Portugal são países futebolisticamente maduros (tal como a Inglaterra, a Bélgica e a Holanda), com resultados de sucesso obtidos pelos seus clubes e selecções, com infraestruturas já construídas (em Portugal em excesso – faltam, no entanto, estádios modernos de pequena dimensão - e com Espanha a necessitar de remodelar alguns dos seus estádios ou construir outros) e com enorme entusiasmo pelo futebol em todo o seu território, bem visível nas escolas de futebol, a funcionar em instalações de qualidade, espalhadas um pouco por toda a Península. Politicamente, são democracias sólidas inseridas nas principais instituições europeias e mundiais. Em função disto, seria dificilmente expectável e até mesmo pouco aceitável qualquer outra decisão.
O que se perde? Para mim, uma excelente oportunidade de aprofundar ainda mais a cooperação entre os dois países e as várias nações ibéricas, dando, talvez para sempre, um pontapé no anti-castelhanismo provinciano ainda demasiado dominante em alguma elite portuguesa. Mas, francamente, ganhou o futebol.
quarta-feira, dezembro 01, 2010
Alienigena
Sá Carneiro
Mas todo este arrazoado serve fundamentalmente de introdução para duas questões de natureza política que, baseando-me numa passagem do documentário, gostaria de salientar: a concepção de democracia de Sá Carneiro e os seus erros políticos. Quando Sá Carneiro, no rescaldo do 25 de Novembro, faz afirmações na RTP implicitamente pedindo a ilegalização do PCP ou, numa interpretação muito minimalista, pelo menos a sua marginalização política, demonstra, em contraste com Melo Antunes, não só uma noção de democracia claramente restritiva (um dos valores fundamentais da sociedade democrática reside em aceitar no seu seio os próprios inimigos), como labora num enorme erro político: sem uma integração do PCP e da esquerda radical, de pleno direito, no Estado democrático, dificilmente o caminho seguido na construção de uma democracia liberal e de uma sociedade aberta e tolerante se teria efectuado sem sobressaltos de maior e sido tão bem sucedido.
Digamos, enfim, que nada disto é novidade. Se no activo de Sá Carneiro se pode contabilizar a sua intervenção na “ala liberal” da ditadura de Caetano (de onde, no entanto, saiu derrotado, note-se) e a coragem da atitude assumida na sua vida pessoal e afectiva, a sua intervenção no chamado “golpe da Manutenção Militar”, o seu apoio declarado ao caudilhismo Spínolista e a candidatura de Soares Carneiro à Presidência da República – para não falar no seu exílio durante o PREC, justificado por questões de saúde – são suficientes para demonstrar a essência do seu projecto político e os demasiados erros cometidos no percurso.
Mas entende-se o objectivo dos seus: tendo chegado tarde à luta democrática e não tendo, por isso, o passado político de luta contra o regime de Soares ou Cunhal (Sá Carneiro nem sequer era a personalidade mais carismática da “ala liberal” caetanista, cedendo o passo a Miller Guerra, Balsemão e Pinto Leite), a infelicidade da sua morte acabou, finalmente, por dar à sua área política a oportunidade de construção do herói e mito de que sempre tinha carecido.