Se um dos objectivos principais da FIFA, nos últimos anos, tem sido o fomento do futebol no terceiro-mundo e em países relativamente periféricos – e tem-no conseguido com grande sucesso, acrescente-se -, a vitória da candidatura russa para a organização do Mundial 2018 faz todo o sentido: a Rússia nunca organizou um Europeu ou Mundial, necessita de desenvolver infraestruturas para o Mundial 2018 que ajudarão ao fomento do futebol na Federação (aliás, foi isto que esteve na base da atribuição, pela UEFA, do Euro 2004 a Portugal), tem enorme potencial futebolístico, alguns dos seus clubes, financiados pelos novos-ricos do pós-URRS, têm vindo a (re)afirmar-se nas competições europeias e a sua selecção, nos últimos tempos com resultados débeis, necessita de um impulso que a traga para a ribalta do grande futebol. Por último, politicamente, a organização do Mundial poderá ajudar a aproximar a Rússia do centro europeu e promover uma sua maior integração no ocidente.
Em contrapartida, Espanha e Portugal são países futebolisticamente maduros (tal como a Inglaterra, a Bélgica e a Holanda), com resultados de sucesso obtidos pelos seus clubes e selecções, com infraestruturas já construídas (em Portugal em excesso – faltam, no entanto, estádios modernos de pequena dimensão - e com Espanha a necessitar de remodelar alguns dos seus estádios ou construir outros) e com enorme entusiasmo pelo futebol em todo o seu território, bem visível nas escolas de futebol, a funcionar em instalações de qualidade, espalhadas um pouco por toda a Península. Politicamente, são democracias sólidas inseridas nas principais instituições europeias e mundiais. Em função disto, seria dificilmente expectável e até mesmo pouco aceitável qualquer outra decisão.
O que se perde? Para mim, uma excelente oportunidade de aprofundar ainda mais a cooperação entre os dois países e as várias nações ibéricas, dando, talvez para sempre, um pontapé no anti-castelhanismo provinciano ainda demasiado dominante em alguma elite portuguesa. Mas, francamente, ganhou o futebol.
Em contrapartida, Espanha e Portugal são países futebolisticamente maduros (tal como a Inglaterra, a Bélgica e a Holanda), com resultados de sucesso obtidos pelos seus clubes e selecções, com infraestruturas já construídas (em Portugal em excesso – faltam, no entanto, estádios modernos de pequena dimensão - e com Espanha a necessitar de remodelar alguns dos seus estádios ou construir outros) e com enorme entusiasmo pelo futebol em todo o seu território, bem visível nas escolas de futebol, a funcionar em instalações de qualidade, espalhadas um pouco por toda a Península. Politicamente, são democracias sólidas inseridas nas principais instituições europeias e mundiais. Em função disto, seria dificilmente expectável e até mesmo pouco aceitável qualquer outra decisão.
O que se perde? Para mim, uma excelente oportunidade de aprofundar ainda mais a cooperação entre os dois países e as várias nações ibéricas, dando, talvez para sempre, um pontapé no anti-castelhanismo provinciano ainda demasiado dominante em alguma elite portuguesa. Mas, francamente, ganhou o futebol.
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