Não sei se foi quando da evocação dos trinta anos da morte de Sá Carneiro que Passos Coelho - ou alguém por ele no PSD - começou a falar com mais insistência numa coligação pós-eleitoral com o CDS, isto no caso de eleições em 2011. Mas não importa: isso aconteceu recentemente e é um dado relevante que a comunicação social não deixou de glosar. Porquê?
Bom, com uma aliança governamental com o CDS e mesmo em caso de maioria absoluta, o PSD evita cair no “efeito de tenaz” de que sofreram os dois últimos governos de José Sócrates, fruto de contestação simultânea à sua esquerda e à sua direita bem visível, por exemplo, no caso do ministro Correia de Campos - mas não só. Mais ainda, evita, num tempo futuro em que o efeito das medidas de austeridade se irá fazer sentir de modo mais duro e estando o PSD no governo, que o CDS possa, através do aproveitamento das circunstâncias e sabendo que Paulo Portas se move na demagogia populista como peixe na água, crescer à sua direita e a expensas do seu eleitorado.
Mas... Mas? É que para o PSD só será mesmo conveniente uma aliança pós-eleitoral não anunciada, e Passos Coelho e a direcção do PSD já cometeram um erro grave ao falarem de tal coisa antes de próximas eleições e do seu aftermath. Porquê? Porque tal anúncio extemporâneo irá, quase pela certa, prejudicar um possível voto útil dos eleitores de direita no PSD, sabendo estes que em caso de aliança o voto em qualquer dos dois partidos contribuirá para a formação do governo. E, claro, negociar uma aliança com Paulo Portas (olha com quem!!!) com a maioria absoluta na mão ou com absoluta necessidade do apoio do CDS são, como é bom de ver, coisas completamente distintas. Tanto como, mesmo em caso de falhanço dessa maioria por parte do PSD, coisas diferentes serão um PSD acima dos 40% e um CDS com um resultado de um dígito ou um PSD na casa dos 35% e um CDS acima dos 10%.
Já agora, veremos também o que fará o CDS entre duas tentações: a dos lugares governamentais, e tudo o que daí deriva, e a possibilidade de ficar de fora, alimentando-se com a hipótese de crescimento. Mas ensinam-nos o passado e o tradicional comportamento político dos portugueses que a segunda hipótese será porventura uma ilusão.
Bom, com uma aliança governamental com o CDS e mesmo em caso de maioria absoluta, o PSD evita cair no “efeito de tenaz” de que sofreram os dois últimos governos de José Sócrates, fruto de contestação simultânea à sua esquerda e à sua direita bem visível, por exemplo, no caso do ministro Correia de Campos - mas não só. Mais ainda, evita, num tempo futuro em que o efeito das medidas de austeridade se irá fazer sentir de modo mais duro e estando o PSD no governo, que o CDS possa, através do aproveitamento das circunstâncias e sabendo que Paulo Portas se move na demagogia populista como peixe na água, crescer à sua direita e a expensas do seu eleitorado.
Mas... Mas? É que para o PSD só será mesmo conveniente uma aliança pós-eleitoral não anunciada, e Passos Coelho e a direcção do PSD já cometeram um erro grave ao falarem de tal coisa antes de próximas eleições e do seu aftermath. Porquê? Porque tal anúncio extemporâneo irá, quase pela certa, prejudicar um possível voto útil dos eleitores de direita no PSD, sabendo estes que em caso de aliança o voto em qualquer dos dois partidos contribuirá para a formação do governo. E, claro, negociar uma aliança com Paulo Portas (olha com quem!!!) com a maioria absoluta na mão ou com absoluta necessidade do apoio do CDS são, como é bom de ver, coisas completamente distintas. Tanto como, mesmo em caso de falhanço dessa maioria por parte do PSD, coisas diferentes serão um PSD acima dos 40% e um CDS com um resultado de um dígito ou um PSD na casa dos 35% e um CDS acima dos 10%.
Já agora, veremos também o que fará o CDS entre duas tentações: a dos lugares governamentais, e tudo o que daí deriva, e a possibilidade de ficar de fora, alimentando-se com a hipótese de crescimento. Mas ensinam-nos o passado e o tradicional comportamento político dos portugueses que a segunda hipótese será porventura uma ilusão.
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