Ao contrário do que me foi ontem dado a assistir, não faz qualquer sentido jornalistas, comentadores e politólogos analisarem os debates políticos televisivos de forma exaustiva, percorrendo, um a um, racionalmente, todos os temas tratados e o modo como, em cada um deles, cada político se comportou face aos seu(s) opositor(es). Na realidade, não só uma enorme maioria dos telespectadores não está suficientemente informada e disponível – ou nem sequer tem formação - para elaborar esse tipo de raciocínios, como não consegue apreender e recordar mais do que um ou, no máximo, dois elementos fundamentais de cada debate, necessariamente o ou os mais relevantes para si em função dos seus interesses, personalidade, formação, simpatias ideológicas e políticas, etc. Mais ainda: um número significativo de telespectadores forma a sua opinião baseando-se apenas em questões de ordem genérica, tais como “imagem”, comportamento durante o debate, empatia e até o modo como cada político se apresenta.
Dúvidas? No tão falado debate Nixon/Kennedy, com a esmagadora vitória deste último, alguém recorda ou cita hoje em dia a substância política e ideológica do debate? Claro que não: o que vemos frequentemente recordado é a imagem de um Nixon feio, cansado e envelhecido face a um jovem, bem parecido e exuberante JFK. Foi este contraste que se tornou decisivo na eleição.
Dúvidas? No tão falado debate Nixon/Kennedy, com a esmagadora vitória deste último, alguém recorda ou cita hoje em dia a substância política e ideológica do debate? Claro que não: o que vemos frequentemente recordado é a imagem de um Nixon feio, cansado e envelhecido face a um jovem, bem parecido e exuberante JFK. Foi este contraste que se tornou decisivo na eleição.
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