Nos últimos tempos, algumas organizações da chamada “sociedade civil”, muitas delas ligadas, directa ou indirectamente, à Igreja Católica (o “Banco Alimentar Contra a Fome” é apenas a mais conhecida), têm desenvolvido acções de relevo no auxílio aos mais pobres e marginalizados. Sem dúvida, algo de meritório, se saúda e merece o aplauso, divulgação e contribuição de todos nós. Dentro das minhas possibilidades, tenho-o feito.
No entanto, parece começar a generalizar-se pouco a pouco na sociedade portuguesa a perigosa convicção, à qual a opinião veiculada pela ideologia ultra-liberal não é alheia, de que essa deverá ser ou tenderá a tornar-se a matriz dominante. Não deve nem poderá ser assim. Cabe fundamentalmente ao Estado, através dos governos centrais, regionais e autárquicos, definir políticas que evitem mais cidadãos caiam em situação de pobreza e marginalidade e, sempre que isso não for, de todo em todo, possível, definir e implementar os mecanismos necessários para que possam viver, não só com dignidade, mas também com a parcela de liberdade e autonomia possíveis numa situação de dependência extrema. A existência e actividade dessas instituições ligadas à “sociedade civil”, por muito meritória e louvável que possa ser a sua actividade (e sem dúvida que o é), deverá ter sempre um carácter complementar e/ou supletivo, e quanto mais relevante for o seu papel maior será a convicção de que todos nós, que em democracia elegemos quem bem ou mal nos governa, acabámos também por falhar um pouco.
No entanto, parece começar a generalizar-se pouco a pouco na sociedade portuguesa a perigosa convicção, à qual a opinião veiculada pela ideologia ultra-liberal não é alheia, de que essa deverá ser ou tenderá a tornar-se a matriz dominante. Não deve nem poderá ser assim. Cabe fundamentalmente ao Estado, através dos governos centrais, regionais e autárquicos, definir políticas que evitem mais cidadãos caiam em situação de pobreza e marginalidade e, sempre que isso não for, de todo em todo, possível, definir e implementar os mecanismos necessários para que possam viver, não só com dignidade, mas também com a parcela de liberdade e autonomia possíveis numa situação de dependência extrema. A existência e actividade dessas instituições ligadas à “sociedade civil”, por muito meritória e louvável que possa ser a sua actividade (e sem dúvida que o é), deverá ter sempre um carácter complementar e/ou supletivo, e quanto mais relevante for o seu papel maior será a convicção de que todos nós, que em democracia elegemos quem bem ou mal nos governa, acabámos também por falhar um pouco.
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