O triste espectáculo dado pelo conflito entre as chefias da PSP e GNR a propósito da compra de uns quantos blindados é apenas mais uma consequência nefasta da existência de duas forças de segurança, uma civil (PSP) e outra militar (GNR), com funções semelhantes mas tuteladas por diferentes ministérios num claro incentivo à afirmação corporativa e à descoordenação operacional. Como se já não bastasse a existência de dois tipos de portugueses, os de primeira, cujo apoio e segurança é da responsabilidade da PSP, e os de segunda, com essas funções a serem atribuídas a uma força militar à boa maneira terceiro-mundista, eis senão quando os cidadãos – que sustentam ambas – ainda têm de se defrontar com zangas de comadres pagas por todos. Onde estarão o governo e os ministros respectivos? Desaparecidos sem combate, algo a que já nos habituaram.
7 comentários:
Olha que a tutela do Ministério da Defesa sobre a GNR é muita mais irrelevante do que a do MAI sobre a mesma força.
Para o tema que dissecas, as duas forças dependem de igual modo do MAI.
LT
Em vez de se coordenarem, gladeiam-se...
As suposições e teorias da conspiração estão a enterrar a boa gestão de recursos do país...deixemo-nos de sofismas para lobbies e peneirices policiais. Qualquer gestor percebe que Portugal não consegue ser eficaz e eficiente com a divisão da segurança, com 2 polícias que não partilham planeamento, meios e informação criminal, já para não falar da duplicação de infra-estruras e serviços administrativos que existem. Este tipo de concorrência pouco tem servido o país...não há por aí um botão "reset" ou é "FMI"??
LT: repara que não estou a dissecar a questão dos blindados, especificamente, mas o disparate que é a existência de duas forças de segurança c/ características e tutelas diferentes, e as consequências de tal coisa.
Anónimo: e ainda existe a PJ, que deveria ser a divisão de investigação criminal de uma polícia unificada.
Bom Natal!
na prática, as tutelas não são diferentes, era isso que estava a tentar explicar.
LT
Entendido. Um grande abraço de Boas Festas para ti e família.
Os comentadores deste blog são tão entendidos na matéria que nem discernimento têm quanto ao ministério que tutela as duas forças de segurança.
Ambas estão sob a tutela do MAI, para quem não sabe o que representa a sigla é o Ministério da Administração Interna.
Depois existe a excepção, ou seja em caso de conflito armado a GNR passa a estar sob a tutela do Ministério da Defesa, em razão do seu estatuto militar. Espero que se tenha feito LUZ nessas mentes.
E concordo que ambas as forças deviam ser unificadas
Obrigado e retribuo, JC!
LT
Enviar um comentário