Um das características da actual onda populista, tendo na sua base a democratização da informação surgida com as novas tecnologias, é a exigência de total transparência da vida pública e política, o estabelecimento do primado da “verdade” (seja lá o que isso for) como norma. A esses, convém notar, em primeiro lugar, que nenhuma organização, por mais democrática que possa ser, pode funcionar sem uma clara definição, no seu seio, de níveis de informação e conhecimento autorizados e, em segundo lugar, que está longe de ser verdade que uma total transparência do Estado e o primado da tal “verdade”, a nível das relações políticas, funcione sempre, ou até numa maioria de casos, em benefício do “povo” ou da maioria dos cidadãos. O mundo e a História estão cheios de exemplo elucidativos, nada sendo necessário acrescentar. A alternativa à opacidade das ditaduras não é, portanto, num Estado democrático, a total e indiscriminada transparência, a ilusão de uma verdade total e absoluta, totalitária, à disposição de todos, mas o primado da lei e uma correcta e legal definição dos tais níveis de informação e do modo como ela deve circular - ou não – publicamente, em função dos seus conteúdos e objectivos.
No fundo, duas premissas estão na base da tal exigência de “verdade” e “transparência” totais, ambas, apesar das aparências em contrário, conduzindo ao totalitarismo e à opacidade de sociedades não-democráticas: por um lado, a já habitual crítica indiscriminada aos políticos e à política, comum a todo e qualquer populismo em busca do caudilho, do homem providencial que “ponha isto tudo na ordem”; por outro, e de um modo mais selectivo, o ataque daqueles que, situando-se, soit disant, à esquerda do PS e dos socialismos e social-democracias europeias, aspiram a uma substituição estatizante dos regimes baseados na livre iniciativa e organizados em torno da democracia liberal.
No fundo, duas premissas estão na base da tal exigência de “verdade” e “transparência” totais, ambas, apesar das aparências em contrário, conduzindo ao totalitarismo e à opacidade de sociedades não-democráticas: por um lado, a já habitual crítica indiscriminada aos políticos e à política, comum a todo e qualquer populismo em busca do caudilho, do homem providencial que “ponha isto tudo na ordem”; por outro, e de um modo mais selectivo, o ataque daqueles que, situando-se, soit disant, à esquerda do PS e dos socialismos e social-democracias europeias, aspiram a uma substituição estatizante dos regimes baseados na livre iniciativa e organizados em torno da democracia liberal.
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