As afirmações de Belmiro de Azevedo contra o novo aeroporto, TGV e intervenção do governo na banca - com direito a grande repercussão mediática - estão muito longe de ser ingénuas, nada têm que ver com a reconhecida capacidade empreendedora e de gestão do empresário, muito menos são movidas pelo altruísmo ou pelo superior interesse nacional, seja lá o que isso for. Vejamos.
No caso do TGV e do novo aeroporto (leia-se: a nova “grande cidade” aeroportuária), questões onde Belmiro até tem maioritariamente razão (apenas a ligação Lisboa-Madrid é defensável e, no curto prazo, de um ponto de vista fundamentalmente político, embora no longo prazo o caso possa mudar de figura e ter um carácter estruturante), todos sabemos que a construção de ambos tenderia a secundarizar e regionalizar o aeroporto Sá Carneiro e, em alguma medida, a região norte centrada no Porto, sendo lícito pensar que poderiam contribuir para fazer da Grande Lisboa o principal polo competitivo do país em termos peninsulares. Ora não só Belmiro de Azevedo já manifestou o seu eventual interesse na gestão das Pedras Rubras, autonomizado dos restantes aeroportos nacionais, como estas duas grandes obras públicas teriam como consequência algum enfraquecimento da posição negocial e reivindicativa do “norte” (leia-se: Porto), algo que estaria bem longe de se mostrar favorável aos interesses do grupo Sonae que cresceu e alcançou notoriedade e importância cavalgando e contribuindo para a “onda nortenha” do pós 25 de Abril (décadas de 70 e 80 do século passado)
Quanto à Banca, bom... nunca os esforços de Belmiro de Azevedo para conseguir uma posição significativa no sector financeiro foram coroados de correspondente êxito. Portanto... e à bon entendeur...
No caso do TGV e do novo aeroporto (leia-se: a nova “grande cidade” aeroportuária), questões onde Belmiro até tem maioritariamente razão (apenas a ligação Lisboa-Madrid é defensável e, no curto prazo, de um ponto de vista fundamentalmente político, embora no longo prazo o caso possa mudar de figura e ter um carácter estruturante), todos sabemos que a construção de ambos tenderia a secundarizar e regionalizar o aeroporto Sá Carneiro e, em alguma medida, a região norte centrada no Porto, sendo lícito pensar que poderiam contribuir para fazer da Grande Lisboa o principal polo competitivo do país em termos peninsulares. Ora não só Belmiro de Azevedo já manifestou o seu eventual interesse na gestão das Pedras Rubras, autonomizado dos restantes aeroportos nacionais, como estas duas grandes obras públicas teriam como consequência algum enfraquecimento da posição negocial e reivindicativa do “norte” (leia-se: Porto), algo que estaria bem longe de se mostrar favorável aos interesses do grupo Sonae que cresceu e alcançou notoriedade e importância cavalgando e contribuindo para a “onda nortenha” do pós 25 de Abril (décadas de 70 e 80 do século passado)
Quanto à Banca, bom... nunca os esforços de Belmiro de Azevedo para conseguir uma posição significativa no sector financeiro foram coroados de correspondente êxito. Portanto... e à bon entendeur...
Acresce ainda que grupo Sonae não detém interesses significativos em nenhuma das áreas "beneficiadas" e, além de tudo o mais, aquele que será, hoje em dia, o seu core business (grandes superfícies comerciais vocacionas para o consumo das classes média e média baixa) arrisca-se a ser dos mais poderá vir a sofrer com a crise. Não terá, portanto, muitas razões para andar feliz, o Engenheiro Belmiro de Azevedo.
4 comentários:
Só para complementar, o Estado recusou-se recentemente a apoiar o lançamento de uma rede única de fibra (rede de telecomunicações de alta capacidade) que poderia salvar a Sonaecom do triste final que se avisinha, já que permitiria o acesso à rede em condições semelhantes para todos os operadores (acabaria com a vantagem competitiva da PT).
A nova rede custará cerca de 2 mil M€ a desenvolver para uma cobertura nacional (~90% da população), ou seja, bastante menos que o TGV (~7 mil M€). Como tal, seria importante para o Belmiro desviar parte do investimento e esforço politico do Estado para um projecto que lhe traria um retorno financeiro bem jeitoso!
Mas tal como tem acontecido recentemente, o Eng. Belmiro tem falhado no Lobying junto do Governo!
Obrigado pelo oportuno comentário, que bem complementa o meu "post".
Gosto do seu Blog JC
Aqui podemos ouvir música e falar de politica ao mesmo tempo.
Porque será que o Belmiro não está a conseguir o que quer?
Boa pergunta não é?
Bom Post
Obrigado, Karocha.
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