Por vezes é divertido folhear as revista cor-de-rosa. Por exemplo: para além de alguns personagens que todos nós sabemos quem são e o que fazem na vida, sejam Cristiano Ronaldo ou Francisco Pinto Balsemão, aparece um sem número de, pelo menos para mim, ilustres desconhecidos. Nesse caso, não é raro, para além do nome, aproveitarem as tais revistas a oportunidade para, mais adiante, referirem a respectiva profissão (não vamos nós pensar que em tempo de crise sejam gente inútil!), normalmente do tipo, “empresário/a”, “marchand de arte”, “decorador/a” ou afins. É assim, tudo muito profundo: “para a empresária, o divórcio dá-lhe finalmente a oportunidade de se encontrar consigo própria”. Ou: “três meses depois da separação a decoradora está à espera de um novo amor” (todos sabemos o que isso quer dizer; a decoradora também!). Quando eu era criança e o meu pai se queria referir a alguém intelectualmente pouco dotado e que raro esforço fazia para ganhar o seu “dia a dia” falava de vendedores de automóveis. No seu “Angústia para o Jantar”, o retrato de alguma Lisboa do início dos anos 60, Luís de Stau Monteiro menciona um outro género de jovens mulheres, que frequentavam o “Nina” e tinham casa posta na Infante Santo. Interessante como o tempo faz evoluir as coisas e tornou Portugal mais cosmopolita.
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