O inevitável, e por vezes divertido, José Manuel Fernandes, descobriu finalmente, após aturadas investigações, qual a causa principal do atraso português no concerto das nações. Segundo ele afirma hoje no editorial do seu “Público” (não "linkável"), a razão está no facto dos povos que por aqui passaram, no “rectângulo”, terem optado pela miscegenação em vez do desenvolvimento separado de cada grupo étnico - v. g. judeus, árabes, cristãos, etc – criando diversificação. Para além de pensar que a leitura dos textos da sua colaboradora Esther Mucznik e as suas recentes simpatias pelas doutrinas oficiais do estado de Israel lhe poderão andar a causar sérios e graves problemas de entendimento do mundo, tal como ele é, gostaria de lembrar a JMF que, assim de repente, lembro-me de dois estados onde, em determinados períodos da história do século XX, essa miscegenação não era legalmente permitida: na Alemanha nazi e na África do Sul do apartheid. Talvez seja essa a razão que JMF encontra para tão fulgurante desenvolvimento experimentado por ambos os países durante as épocas mencionadas. E será com certeza esse também o anátema que irá perseguir os USA durante o tempo em que o seu governo estará entregue a um “mestiço”. Nem sei mesmo, de acordo com a doutrina de JMF, como conseguiu Obama chegar a Harvard. Aconselho a JMF a leitura de um dos textos recentes de Paulo Varela Gomes, colaborador do seu jornal, sobre o racismo dos indianos. Et pour cause...
Já agora, agradeço também a JMF o ter finalmente entendido as razões da minha menoridade intelectual: se a minha mãe, portuguesa (embora a família pareça ter uma vaga origem num senhor inglês que para aqui veio na comitiva de Dona Filipa de Lencastre, em busca de melhor vida), não tivesse casado com o meu pai, madrileno filho de uma francesa e de um português de origem maltesa, eu seria certamente bem mais inteligente e, quiçá, "diversificado". Pior ainda para filhos e netos (aos quais apresento desde já as minhas desculpas pelo legado), pois, para além de tão negativa herança, aqueles ainda partilham sangue germânico e estes um pai com passaporte britânico, nascido no Lancashire. Decididamente, pela infalível óptica de JMF estão condenados às trevas.
Eu sou o Gato Maltês, um toque de Espanha e algo de francês. Nascido em Portugal e adoptado inglês.
sexta-feira, dezembro 05, 2008
José Manuel Fernandes, a miscegenação e o atraso português
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