"The Third Man" (1949), de Carol Reed (genérico)
Idem (final)
Quem conhece bem Viena por certo já foi a Grinzig, um antigo subúrbio da capital austríaca, hoje já integrado na cidade, onde se bebe um vinho branco característico (eu acho que com algumas semelhanças com o galaico-duriense “vinho verde”), que não deixa especial memória, feito com a casta Grüner Veltliner, numas tabernas que se pretendem típicas (Heuriger). Também já por lá passei, mais do que uma vez, a última das quais tentando esquecer aquilo a que acabara de assistir “ao vivo”: um golo que um tal Frank Rijkaard acabava de marcar mesmo à minha frente e que derrotara sem apelo o “meu” glorioso na sua 7ª final da Taça dos Campeões. O local? Apenas a uma centenas de metros da “grande roda” que marca uma das sequências do filme de que lhes vou falar de seguida, a uns quilómetros (poucos) de Grinzig, hoje em dia local demasiado turístico (já o era), mas que não deixa de valer uma “espreitadela” apesar dos autocarros de japoneses e turistas afins.
Pois nessas tabernas de Grinzig também há música - que se pretende, claro, também ela típica - e foi numa delas que Carol Reed - rezam as crónicas ou as lendas, mas não as certezas – descobriu um tal Anton Karas, a quem convidou criar a música do seu “The Third Man” (1949). Certo é que Anton por lá tocava para arredondar as contas do mês e que Reed em boa hora o contratou, pois este é um daqueles casos em que a música excede o filme em notoriedade, mesmo que por vezes nos interroguemos “onde é que eu já ouvi isto”? Diz o meu amigo “Gin-Tonic”, a quem devo a ideia para este post, que o filme tem mais de Orson Welles (actor no filme) do que de Reed. Bom, eu acrescentaria que tem mais de Welles, Joseph Cotten (que seria do filme sem ele?), Karas e, talvez, Alida Valli, embora esta seja sempre, para mim, a condessa Lívia Serpieri de “Senso”, o mais trágico e operático filme da história do cinema. Mas também muito de uma Viena sombria, do pós-guerra e do início de uma "guerra fria" que quase atirou a Áustria para a órbita soviética.
Pois nessas tabernas de Grinzig também há música - que se pretende, claro, também ela típica - e foi numa delas que Carol Reed - rezam as crónicas ou as lendas, mas não as certezas – descobriu um tal Anton Karas, a quem convidou criar a música do seu “The Third Man” (1949). Certo é que Anton por lá tocava para arredondar as contas do mês e que Reed em boa hora o contratou, pois este é um daqueles casos em que a música excede o filme em notoriedade, mesmo que por vezes nos interroguemos “onde é que eu já ouvi isto”? Diz o meu amigo “Gin-Tonic”, a quem devo a ideia para este post, que o filme tem mais de Orson Welles (actor no filme) do que de Reed. Bom, eu acrescentaria que tem mais de Welles, Joseph Cotten (que seria do filme sem ele?), Karas e, talvez, Alida Valli, embora esta seja sempre, para mim, a condessa Lívia Serpieri de “Senso”, o mais trágico e operático filme da história do cinema. Mas também muito de uma Viena sombria, do pós-guerra e do início de uma "guerra fria" que quase atirou a Áustria para a órbita soviética.
Quanto a Karas, o filme mudou a sua vida. Tornado famoso, actuou em todo o mundo, nos locais mais “badalados” de então, e nos anos 50 abriu a sua própria Heuriger. Morreu em 1985. Já Carol Reed, que morreu em 1976, viria a ganhar um Óscar como realizador de “Oliver”, em 1968. Outro dos nomeados nesse ano foi... imaginem lá, Stanley Kubrick pelo seu “2001”. Ao que os Óscares tinham chegado... e chegaram!
2 comentários:
Nem sempre concordando - felizmente! - é sempre com muito gosto que passo por aqui Obrigado pela amizade e o resto.
Abraço
E, uma vez mais, obrigado pela sugestão deste "post".
Abraço
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