Indiscutivelmente, Cavaco Silva tem razão no caso do Estatuto dos Açores; mas infelizmente não é a razão que faz mover o mundo. E ao invocar a existência de interesses partidários conjunturais que teriam levado a Assembleia da República a não proceder à sua alteração, bem como ao referir informações privadas de que disporá, o Presidente da República está a descer do seu pedestal institucional e, deste modo, ao piscar o olho a um certo populismo anti-partidos e anti-parlamentar, a colocar-se ao nível da luta política “pura e dura”. Pior um pouco, está assim a assumir um papel de contra-poder ou de poder alternativo que nada de positivo poderá trazer ao regime. A uma lástima responde com uma lástima. No fundo, um problema deste regime semi-parlamentar, deste presidencialismo bicéfalo.
2 comentários:
Muito bem observado, caro JC
Many thanks, caro Gin-Tonic.
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