Escrito a 8 de Março deste ano após a 1ª grande manifestação dos professores:
"O governo deve preparar-se para uma guerra longa na área da educação, só assim, pela determinação e pelo desgaste, tendo alguma possibilidade de a vencer. Mas, para o fazer deve retomar rapidamente a iniciativa, deixar a defensiva e a timidez que o têm caracterizado nos últimos dias e enfrentar directamente a contestação, cara a cara e olhos nos olhos, à Thatcher. Chamando as “coisas pelo seu nome”. Desafiando o conservadorismo e o poder dos sindicatos, mas também utilizando o didactismo e a pedagogia sempre que necessário e evitando as operações propagandísticas e os eventuais tiques de autoritarismo gratuito. Só assim ganhará para si o respeito da maioria dos portugueses, para o caso de, eventualmente sem condições de levar para diante as reformas no sector da educação, se vir obrigado a pedir a convocação de eleições antecipadas, aproveitando o actual momento de desnorte e fragilidade da oposição. Um cenário que pode parecer longínquo, mas que uma análise mais profunda, depois do dia de hoje, não afastará assim tanto do horizonte e até talvez possa vir a ser a solução definitiva. É que, depois deste dia, talvez se compreenda também, um pouco melhor, porque Guterres se demitiu e Barroso “fugiu” para Bruxelas, ou porque D. Carlos I resolveu chamar João Franco a formar governo."
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